Nos últimos anos, o Complexo Industrial da Saúde (CIS) vem se fortalecendo e apostando na inovação para se destacar no setor de fármacos e medicamentos. O mercado brasileiro faturou no ano passado R$ 33,36 bilhões. De acordo com a consultoria norte americana IMS Healt, em oito anos, o Brasil passou do décimo lugar para o sexto no mercado mundial. A estimativa é a de que o País seja o quarto do mercado em 2016.


Para atender essa expectativa, o titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, acredita que a única saída é a pesquisa tecnológica. “Se não avançarmos na pesquisa tecnológica vamos ter um voo de galinha. Para que o País progrida é fundamental agregar conhecimento”, disse.


O governo federal, há cinco anos, tem investido numa política pública conhecida como Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) para alavancar o CIS. Neste semestre, o Ministério da Saúde formalizou 33 parcerias entre laboratórios públicos e privados para verticalizar a cadeia produtiva de fármacos e medicamentos. A estimativa é a de que o Estado economize R$ 225 milhões.


Essa estratégia de internalizar as etapas do processo produtivo, além de estimular o investimento em pesquisa e desenvolvimento, diminui a dependência do setor de importação de insumos farmacêuticos. De acordo com Gadelha, o desafio do País agora é criar uma ferramenta de avaliação da política pública.


“Precisamos ter dados para continuarmos estimulando essas pesquisas a entrarem no campo de alta tecnologia. É necessário que o conhecimento criado no Brasil resulte em produção aqui”, avaliou o secretário durante o 7° Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos (Enifarmed), realizado em São Paulo (SP).


Na opinião do presidente do conselho do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Produtos Farmacêuticos (IPD-Farma), Dante Alario, é preciso aproveitar o cenário em que há muita opção de crédito para pesquisas. “Essa área de inovação vai permitir o último passo da indústria farmacêutica, que é a internacionalização. A Finep [Financiadora de Estudos e Projetos] tem um edital enorme para a inovação na área de fármacos e medicamentos.”, lembrou.


Em julho, a financiadora divulgou o balanço da primeira chamada do Plano de Apoio à Inovação Tecnológica no Setor de Equipamentos Médicos e Tecnologias para Saúde (Inova Saúde). A chamada pública recebeu R$ 3,5 bilhões em demanda, o equivalente a 2,3 vezes mais que o oferecido. Foram 145 cartas de manifestação de interesse encaminhadas por empresas do setor. O Inova Saúde irá disponibilizar, até 2017, R$ 3,6 bilhões.


Mais informações sobre a chamada neste link.


Qualidade das propostas


O chefe de Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Pedro Palmeira, alertou que há recursos, mas faltam boas ideias. “O que precisamos não é dinheiro. Precisamos de bons projetos. E isso é material escasso no País”, destacou.
Palmeira defendeu ainda o modelo brasileiro de estímulo à ampliação do Complexo Industrial da Saúde. Segundo ele, o País está próximo de construir uma indústria competitiva a nível internacional, mas ainda é preciso continuar a discussão com a participação da sociedade na implementação das políticas. “Estamos criando um modelo único. Precisamos definir para onde vamos apontar os esforços e traçar objetivos para definir essas políticas”, afirmou.


Neste ano, o BNDES lançou a terceira fase do programa, que tem orçamento de R$ 5 bilhões. Com vigência até 2017, o programa é dividido em três sub-programas: biotecnologia, inovação e produção. O objetivo básico do plano é fortalecer a indústria brasileira de equipamentos médicos, promovendo o desenvolvimento e a produção de novos equipamentos e dispositivos, assim como o domínio de tecnologias prioritárias voltadas para atender às demandas de saúde


Fonte: Agência Gestão CT&I

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