REVISTA FACTO
...
Jul-Set 2012 • ANO VI • ISSN 2623-1177
2024
75 74
2023
73 72 71
2022
70 69 68
2021
67 66 65
2020
64 63 62
2019
61 60 59
2018
58 57 56 55
2017
54 53 52 51
2016
50 49 48 47
2015
46 45 44 43
2014
42 41 40 39
2013
38 37 36 35
2012
34 33 32
2011
31 30 29 28
2010
27 26 25 24 23
2009
22 21 20 19 18 17
2008
16 15 14 13 12 11
2007
10 9 8 7 6 5
2006
4 3 2 1 217 216 215 214
2005
213 212 211
//Especial

Fiocruz assina acordo que permitirá produção de vacina contra catapora

Transferência de tecnologia será feita pela
GlaxoSmithKline e possibilitará também o desenvolvimento local da vacina tetra viral

O calendário básico de imunizações do Sistema Único
de Saúde (SUS) passará a contar a partir do segundo
semestre de 2013 com a vacina tetravalente viral que
inclui a imunização contra a varicela – mais conhecida
como catapora – além de sarampo, caxumba e
rubéola, já contempladas na tríplice viral (TVV). Isso
porque Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz que produz
vacinas, biofármacos e reativos para diagnóstico, assinou um
contrato de transferência de tecnologia com a GlaxoSmith
Kline (GSK), no dia 4 de agosto, para a produção da vacina
varicela. O imunizante será combinado à vacina sarampo,
caxumba e rubéola, chamada tríplice viral (TVV), e assim
passará a ser uma vacina tetra viral (SCRV), ou seja, prevenindo
contra estas três doenças e também varicela. O desenvolvimento
de uma vacina contra a varicela em Bio-Manguinhos/
Fiocruz permitirá a sua distribuição gratuita na
rede pública e inserção no Calendário Básico de Vacinação.

A tetra viral é aplicada em duas doses: em crianças de até
12 meses e aos 4 anos de idade. Atualmente, a vacina só é
oferecida na rede pública em épocas de surto. Com a tetra
viral, o SUS passa a contar com 25 vacinas, sendo 13 ofertadas
no calendário básico de imunizações.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve presente na
cerimônia de assinatura, no auditório do Museu da Vida/
Fiocruz, e destacou a economia que o Governo terá com
o acordo. Segundo ele, as internações causadas pela varicela
custam cerca de R$ 7 milhões por ano ao SUS. “Com
apenas uma picada, o Brasil vai poder proteger suas crianças
contra quatro tipos de doenças. Hoje, temos dados que
mostram que quase 11 mil pessoas são internadas por ano
por causa da varicela e temos mais de 160 óbitos”, declarou.

A ampliação do portfólio de vacinas, demandadas pelo
SUS e produzidas pelos laboratórios nacionais, é estratégica
para o Programa Nacional de Imunizações. “Ao produzir
novas vacinas no País, ficamos imunes à oscilação do dólar
e à crise econômica internacional. E também ficamos menos
dependentes de indústrias internacionais que decidem
parar de produzir determinada vacina em função dos interesses
de seus países”, ressalta Padilha.

Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, além de capacitar
os profissionais e criar plataformas para o desenvolvimento
de outras vacinas, esse tipo de acordo barateia
significativamente o preço das doses. “O valor global da
vacina tetra custará R$ 28 por unidade, incluindo a tríplice.
No mercado privado, essa vacina custa R$ 150. Só podemos
ter um programa que distribui gratuitamente vacinas
para todo o País porque temos a competência nacional de
produzi-las”.

Gadelha afirmou que o acordo de transferência de tecnologia
demonstra o papel fundamental que a Fiocruz vem
assumindo, enquanto instituição estratégica de Estado, na
estruturação do Complexo Industrial da Saúde no País.

Para o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto, o acordo
possibilita mais uma valiosa parceria estabelecida com a
GSK porque permitirá o acesso gratuito a um imunizante
que possibilitará a diminuição de casos da doença e a redução
de custos para o Sistema Único de Saúde.

A vacina

A vacina varicela foi desenvolvida no Japão no
início dos anos de 1970, mas apenas em meados
da década de 1990 passou a ser mais amplamente
utilizada nos países ocidentais. É produzida a
partir do vírus varicela-zoster vivo atenuado e é
altamente eficaz. Uma única dose da vacina (via
subcutânea, com uso de seringa) resulta em um nível
de proteção de 97% em crianças de até 13 anos
– sua administração é indicada a partir dos 12 meses
de idade. Resultados semelhantes são obtidos
em pessoas maiores de 13 anos com a aplicação de
duas doses da vacina. Além de apresentar um bom
perfil de tolerância, raramente produz eventos adversos
ou reações alérgicas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a vacinação em massa contra varicela é recomendada
e uma cobertura vacinal de 85% deve
ser mantida para o sucesso do programa de imunização.
O mesmo racional se aplica para a prevenção
do sarampo, caxumba e rubéola, que também
depende da manutenção de elevadas coberturas vacinais.
Vários fatores podem influenciar a cobertura
vacinal, dentre eles a disponibilização de vacinas
combinadas, bem como o número de pessoas com
o cartão de vacinação atualizado.

Benefícios das vacinas

combinadas
A vacina sarampo, caxumba, rubéola e varicela
(atenuada) [SCRV] oferece o benefício da
imunização contra quatro importantes doenças
na infância em apenas uma administração, ressaltando
os benefícios das vacinas combinadas.
Anteriormente, a imunização contra estas quatro
doenças demandava a administração de duas vacinas
separadamente, ou seja, sarampo, caxumba
e rubéola, e a varicela administrada separadamente.
A vacina SCRV apresenta o mesmo perfil
de segurança, imunogenicidade e eficácia quando
comparada as vacinas SCR.

Anterior

O REAL SIGNIFICADO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Próxima

ABIFINA EM AÇÃO