Pela primeira vez, um medicamento é criado totalmente no Brasil, desde a concepção da molécula que atua no problema, até a comercialização. O produto, denominado Helleva, serve para tratar casos de disfunção erétil. Além de ser um marco tecnológico inédito no País – que tem baixa tradição em novidades farmoquímicas –, a inovação pode abrir as portas para a síntese de outras moléculas nacionais, que podem ser usadas no tratamento de doenças como a Aids e o câncer.
“Essa é a primeira molécula desenvolvida totalmente no Brasil. Além de ser uma afirmação da capacidade tecnológica dos pesquisadores brasileiros, foi o primeiro passo dado no caminho de adensar nossa tecnologia e aprofundar a qualificação científica no País”, afirmou Ogari de Castro Pacheco, presidente e um dos fundadores do Laboratório Cristália, responsável pela criação do Helleva.
Segundo Pacheco, na medida em que se domina a técnica para sintetizar moléculas, fica mais fácil produzir medicamentos em outras áreas. “Agora estamos trabalhando em moléculas inéditas para tratar câncer e Aids. Na questão da Aids, no momento já estamos em fase de aprovação, mas a área do câncer não fica atrás. Isso tudo traz avanços do conhecimento na ciência e na química”, ressaltou.
Esta é a quarta molécula original desenvolvida no mundo para tratamento de disfunção erétil. No caso do Helleva, que está à venda no mercado brasileiro desde 2007, o produto acaba de receber autorização para ser comercializado no México, com os preparativos para iniciar as exportações ao país da América do Norte ainda este ano. Atualmente, o medicamento já está registrado no Equador e com pedido de registro na Venezuela.
Para o desenvolvimento de Helleva, foi preciso o apoio de 60 médicos e 17 centros de pesquisa. De acordo com o Laboratório Cristália, a disfunção erétil é uma doença que afeta cerca de 46% dos homens brasileiros de 40 a 70 anos.
(Leandro Cipriano, da Agência Gestão CT&I)
Fonte Agência C&T Inovação – BR