Ao assumir nesta segunda-feira (3) o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence disse que sua meta é a integração das políticas de desenvolvimento agrário e reforma agrária com as políticas de transferência de renda e inclusão social de outros ministérios.

Com isso, Florence espera atingir rapidamente os objetivos centrais do governo: “combate à pobreza e melhoria da qualidade do povo brasileiro, do povo do campo”. Segundo o novo ministro, estudos apontam que ainda há 4,9 milhões de pessoas na condição de extrema pobreza na agricultura familiar brasileira.

Eleito deputado federal pelo PT da Bahia, Florence assumiu a pasta no lugar do gaúcho Guilherme Cassel, ministro desde 2006, que foi aplaudido de pé por todos os presentes à cerimônia e fez um pequeno balanço das realizações do MDA nos últimos oito anos, como o assentamento de aproximadamente 620 mil famílias e a retirada de 4,8 milhões de pessoas do campo da condição de pobreza.

Ele também agradeceu a toda a equipe que o ajudou, especialmente ao presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, e ao ex-ministro Miguel Rossetto, que o antecedeu e é considerado seu melhor amigo. Ao final, Cassel se despediu desejando boa sorte e força ao sucessor. “Axé, tchê”, disse ele.

O novo ministro prometeu garantir a manutenção do canal de comunicação com os movimentos sociais organizados e também com o empresariado ligado ao setor. Formado em história pela Universidade Federal da Bahia, Florence é professor da Universidade Católica de Salvador e integra a chamada Democracia Socialista do PT, a mesma de Cassel. Ele foi secretário estadual de Desenvolvimento Urbano no primeiro mandato do governador Jaques Wagner.

Florence também falou sobre um tema considerado polêmico no governo Lula: a revisão dos índices de produtividade no campo. Primeiro afirmou à imprensa que “a revisão dos índices de produtividade, assim como outras providências para modernizar o meio rural brasileiro, é do interesse do país”. Depois, disse que, se a revisão for necessária, o ministro Rossi [Wagner Rossi, da Agricultura], “com o profissionalismo que o caracteriza”, assim também procederá.

Ele disse que, “num futuro muito próximo”, haverá uma posição única sobre o assunto. Entretanto, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, já manifestou algumas vezes sua posição contrária aos índices de produtividade, chegando a dizer que seria uma afronta a um dos setores que mais cresceram nos últimos anos, e que serviria apenas para trazer insegurança ao campo.

Também participaram da cerimônia no MDA as ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o governador da Bahia, Jacques Wagner, o senador eleito Walter Pinheiro (PT-BA), o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para a América Latina e Caribe, José Graziano, que será o candidato brasileiro ao posto de diretor-geral da entidade nas eleições do meio do ano.


Fonte: Agência Brasil Autor: Danilo Macedo

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