O Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) acredita que os temas de sustentabilidade e tecnologia & inovação abrem novas avenidas de cooperação com a China e devem estar no centro da estratégia brasileira para o país asiático. Ambos estão conectados com a agenda do Século XXI e têm o potencial de sofisticar a estrutura produtiva brasileira e alinhar as prioridades do país, em particular do agronegócio, com o combate ao aquecimento global.

A China está na vanguarda do desenvolvimento de energias renováveis, como eólica e solar, e é líder na adoção de veículos elétricos, uma das principais fronteiras da transição energética que o mundo viverá nas próximas décadas. Pequim tem por meta zerar as emissões líquidas de gases que provocam o efeito estufa (GEE) até 2060 e, em julho de 2021, lançou o seu mercado de carbono, que já nasceu como o maior do mundo. O Brasil é um dos países mais bem posicionados para suprir a demanda futura da China por créditos de carbono. As possibilidades abrangem práticas e tecnologias agropecuárias de baixo carbono, carbono neutro e até mesmo carbono negativo, como é o caso do plantio e manejo de florestas para produção de celulose. Todas essas atividades têm o potencial de atrair investimentos e financiamentos da China para o seu desenvolvimento no Brasil.

No setor de tecnologia & inovação, a China desponta, ao lado dos Estados Unidos, como um dos líderes em áreas que definirão o futuro da economia digital, como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, blockchain e computação em nuvem. O país asiático também detém soluções tecnológicas inovadoras em setores como cidades inteligentes, mobilidade, comércio eletrônico e saúde e educação à distância, que podem ser adaptadas à realidade brasileira, com impacto positivo sobre a qualidade de vida da população. A cooperação em tecnologia & inovação também pode induzir o aperfeiçoamento da capacidade produtiva brasileira, que passará necessariamente pela indústria 4.0 e por práticas de agricultura de precisão que ganharão escala com a conectividade nas zonas rurais.

Partindo dessas premissas, o CEBC apresenta propostas para a relação bilateral em 11 tópicos: cooperação no combate à mudança climática; declaração conjunta sobre agropecuária e sustentabilidade; agropecuária de baixo carbono e finanças verdes; cooperação regulatória em biotecnologia agrícola; expansão das fontes de energia renovável; o desafio da mobilidade sustentável; a substituição do plástico e outros produtos de origem fóssil por produtos de origem renovável; declaração conjunta sobre tecnologia & inovação; inclusão digital e conectividade em áreas remotas e no campo; cooperação entre governos, instituições de pesquisa e setor privado para desenvolvimento de tecnologia & inovação; e uso de moeda local e integração financeira.

A expectativa do CEBC é que essas propostas iluminem novas áreas de cooperação entre Brasil e China e abram caminho para novos negócios entre empresas dos dois países. O CEBC também espera que muitos dos temas levantados neste documento sirvam de subsídios para a preparação da próxima reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COBAN), que o Brasil sediará no início de 2022.

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Fonte: CEBC

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