Paris, França (7 de julho) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou hoje, em Paris, durante palestra do “The 2nd Brazil Business Summit”, organizada pela Economist Conferences, grupo da revista britânicaThe Economist, que “a França pode ajudar muito o Brasil com a sua indústria altamente inovadora por meio da transferência de tecnologia em setores estratégicos”.


Pimentel disse ainda que “nosso país precisa muito do dinamismo da economia francesa e este é o momento para integrarmos, definitivamente, os nossos esforços para o salto da inovação que queremos dar com o lançamento da nova política industrial”.


Em viagem oficial à França, Pimentel se encontrou com o ministro de Economia, François Baroin, e com o assessor especial da Presidência francesa, Jean-David Levitte. Nas audiências, o ministro destacou que o país que mais recebe investimentos franceses no mundo hoje é o Brasil e lembrou ainda que, entre as quarenta maiores empresas francesas, 38 estão firmemente estabelecidas no Brasil.


O ministro, que chefia a delegação brasileira que participou hoje da III Reunião do Comitê Técnico de Promoção Comercial e de Investimentos Brasil-França, firmou memorando de entendimento que tem o objetivo de desenvolver projetos de inovação. A intenção é aumentar o intercâmbio de informações e de boas práticas entre os órgãos de governo, centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades, associações e federações empresariais, e empresas públicas e privadas dos dois países.


O acordo prevê ainda a promoção conjunta de investimentos, a criação de novos serviços e aplicação de práticas e processos de inovação nos setores produtivos e de serviços, privado e governamental. Pretende-se também ampliar o apoio à publicação de editais conjuntos entre os órgãos governamentais dos dois países.


A cooperação em iniciativas de integração produtiva entre comunidades empresariais, universidades, pólos de competitividade (França), Arranjos Produtivos Locais (Brasil), parques tecnológicos e empresas incubadoras é outro ponto mencionado no memorando.


Garantias para Exportações


Na agenda de trabalho entre as autoridades francesas e brasileiras, constou ainda a assinatura de um memorando de entendimento entre Seguradora Brasileira de Credito à Exportação S.A. (SBCE) e a Companhia Francesa de Seguros para o Comércio Exterior (Coface, na sigla em francês). A SBCE é a empresa contratada pelo Ministério da Fazenda (MF) para realizar os serviços relacionados ao Seguro de Crédito à Exportação (SCE), financiando pelo Fundo Garantidor de Exportações.


O acordo trata sobre formas de facilitar o apoio às exportações de Brasil e França para terceiros países em que uma empresa exportadora francesa poderá subcontratar parte de suas exportações de uma empresa brasileira e vice-versa. Por meio do memorando firmado, SBCE e Coface estabeleceram negociações na cooperação institucional para prestar garantias a estas combinações contratuais entre as empresas dos dois países.


A Coface também firmou memorando de entendimento com a Petrobrás que permitirá a concessão de garantias de crédito para operações que totalizem US$ 500 milhões entre exportadores franceses e a empresa brasileira. Com isso, estas operações da Petrobrás, captadas no mercado financeiro privado, serão classificadas como de menor risco devido às garantias apresentadas. 


Relações Comerciais


O comércio bilateral entre Brasil e França apresentou crescimento no primeiro semestre de 2011. No período, o Brasil vendeu US$ 2 bilhões para a França e importou US$ 2,5 bilhões deste mercado. O aumento na corrente de comércio (soma das exportações e importações) foi de 14,3% em relação ao mesmo período do ano passado.


Ainda assim, o potencial para crescimento no intercâmbio comercial é considerável, tendo em vista que as exportações brasileiras para o mundo aumentaram 32,6% neste primeiro semestre, enquanto que, para a França, houve uma expansão menor, de 18,5%. Neste sentido, o Brasil realizará uma agenda de 25 atividades de promoção comercial na França em 2011 e 2012, com foco nos setores de moda e vestuário, café gourmet, construção e arquitetura, frutas, vinhos, autopeças e decoração.


Em relação aos investimentos, em 2010, a França posicionou-se como quinto país que mais investiu no Brasil, com aportes de capitais nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Cabe dizer ainda que, atualmente, o Brasil apresenta oportunidades de investimentos concretas em infraestrutura devido ao fato de que o país irá sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 na cidade do Rio de Janeiro.


 

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