A ABIFINA manifesta seu pesar pelo falecimento do médico, professor e pesquisador Elisaldo Carlini, um dos pioneiros nos estudos sobre o uso da Cannabis sativa para controle da epilepsia. Os resultados de suas pesquisas ajudaram a pavimentar os debates sobre a regulamentação do uso de medicamentos à base da planta, como mostrado em reportagem da edição 60 da revista FACTO ABIFINA (abr-jul/2019).

Uma nota de pesar divulgada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) relata a trajetória desse pesquisador brilhante. Com 91 anos, Carlini foi um dos maiores especialistas em entorpecentes do Brasil e do mundo, investigando os efeitos não só da Cannabis como de outras drogas em nível experimental ao longo de toda sua vida profissional.

Fundou centros de referência em ensino e pesquisa nas áreas da saúde e de drogas psicotrópicas. Até seus últimos dias, orientou pesquisas de mestrado e doutorado no Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp.

Pela importância de seus trabalhos, foi condecorado duas vezes pela Presidência da República e citado 12 mil vezes em pesquisas científicas nacionais e internacionais, segundo a nota da Unifesp. Foi secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde na gestão do ministro Adib Jatene e membro do Conselho Econômico Social das Nações Unidas (ECOSOC/ONU).

Doutor honoris causa de diversas universidades nacionais e internacionais, realizou estudos de pós-doutorado na Universidade de Yale. Teve mandatos como membro do Expert Advisory Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems, da Organização Mundial da Saúde (OMS). E foi pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Graças à trajetória do professor Elisaldo Carlini, o Projeto de Lei 399/2015 propõe o cultivo e a produção de medicamentos à base de Cannabis no Brasil.

As palavras da reitora da Unifesp, Soraya Soubhi Smaili, resumem bem o espírito do pesquisador:

“Sua carreira e sua trajetória como intelectual, cientista e militante pela legalização da maconha medicinal mostram a grandeza do professor Carlini, tendo vivido a pesquisa e a vida acadêmica em dedicação exclusiva, até o último instante”.

A ABIFINA reconhece essa relevante trajetória e deseja conforto à família do professor Elisaldo Carlini.

 

Anterior

Estudo da CNI recomenda criação de financiamento de baixo custo para Indústria 4.0

Próxima

INPI inicia dois novos tipos de exame prioritário de patente