REVISTA FACTO
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Informando ABIFINA • Dezembro 2005 • ISSN 2623-1177
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//Editorial

Atuação ABIFINA: Retrospectiva 2005

O encerramento de cada ano serve para a avaliação dos ganhos e perdas, das oportunidades não aproveitadas e das ameaças não revertidas. Serve, também, para a renovação das expectativas e da definição de metas e projetos que irão possibilitar novos avanços nos negócios.

A ABIFINA, como associação representativa do segmento industrial da química fina, tem como principal objetivo de suas atividades a geração de soluções para as demandas provenientes de seus membros. Seus principais interlocutores encontram-se no executivo e no legislativo, responsáveis pelos avanços e retrocessos que o segmento tem que absorver em seus negócios.

A cada ano que se encerra constatamos, monotonamente, que diversas questões foram postergadas, outras abandonadas e poucas, muito poucas, resolvidas. Os avanços são conquistados a fórceps, dando a impressão que governo e setor privado apresentam visões antagônicas. Entretanto, a conclusão que se extrai dos diversos encontros realizados com membros do setor público é que existe no campo das idéias e dos objetivos muito mais pontos comuns que qualquer analista apressado poderia supor. Tal constatação possibilita concluir que o impedimento do governo atuar com eficácia centra-se nos seguintes aspectos: 1) falta de coordenação dos órgãos públicos na definição e na execução de suas políticas; e 2) excesso de burocracia na tomada de decisão, ficando claro que o tempo do setor público não é o tempo do setor privado.

Os exemplos são inúmeros e podem ser facilmente demonstrados. Talvez fosse mais fácil reproduzir o relatório do ano anterior, pois nesse documento certamente serão encontrados os mesmos assuntos e as mesmas reivindicações que hoje seriam feitas.

A política industrial definida pelo atual governo não foge a essa regra. Estabelecidas as áreas prioritárias para a implementação da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), constata-se que as duas grandes deficiências anteriormente apontadas, falta de coordenação e burocracia, predominam no encaminhamento de importantes temas levantados pelo setor privado e que possibilitariam que a economia brasileira, referindo-se àquela que é responsável primeira pela geração de riquezas, produzisse importantes ganhos de produtividade, com conseqüências positivas para a evolução de alguns estratégicos indicadores: 1) aumento da competitividade; 2) ampliação da oferta; 3) aumento das exportaçôes; 4) aumento geral da renda; e 5) redução dos preços. Por outro lado, a ABIFINA reconhece que alguns importantes avanços, face aos possíveis benefícios que deles advirão nos próximos exercícios, foram obtidos. A criação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) é saudada como uma tentativa válida de reduzir o nível de desarticulação no contexto dos organismos envolvidos com a implementação da PITCE. É necessário, também, destacar a aprovação da Lei n 10.973/2004, que versa sobre questões relacionadas à inovação, e a MP nº 252 que traz melhorias quantos aos incentivos fiscais para o investimento de pessoas jurídicas nas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Por fim, verificam-se os primeiros sinais para a solução dos graves problemas enfrentados pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), no tocante a questões operacionais que difi cultam a esse órgão cumprir com eficácia suas atribuições organizacionais.

Na esfera da ABIFINA, vale ressaltar a consolidação de diversas práticas institucionais expressas, em particular, nos Encontros Empresariais que têm possibilitado a efetivação de importante interlocução entre o setor público e o privado. Reproduzir os inúmeros eventos e participações em debates em diversos ambientes seria exaustivo, pois essas informações estão disponíveis no site da entidade em seu relatório de atividades.

Outra importante conquista da entidade foi a ampliação do número de associados provenientes do segmento de agroquímicos, fator que consolida sua representatividade frente a diferentes instâncias governamentais.

Vale mencionar as novas condições físicas da ABIFINA, fator que contribuirá para oferecer à excelente equipe administrativa e técnica da entidade melhores condições de trabalho.

Finalmente, a ABIFINA expressa sua confiança de tempos melhores para o setor da química fina e a certeza de o que o trabalho que vem sendo produzido a cada ano irá gerar resultados capazes de contribuir para o negócio de cada associado e como desdobramento, natural, ganhos para a sociedade.

ABIFINA AGRO

O aumento da produção e da eficiência do agronegócio brasileiro é fortemente dependente dos resultados obtidos em sua cadeia produtiva, cujos elos são fortemente entrelaçados e interdependentes.

A importância do agronegócio, por sua vez, deriva da dependência no abastecimento do mercado interno, em sua capacidade de gerar excedentes para a exportação, na geração de renda e riqueza no País, com participação entre 35 e 40% do PIB, e na geração de 27,0 milhões de empregos.

Todos esses resultados advêm de um bem organizado sistema de fornecimento de insumos na produção agrícola, que vem incorporando sistematicamente novos avanços tecnológicos, e na capacidade logística e industrial existentes no Brasil.

Há ainda muitos avanços a serem realizados para que possam ser ampliados os níveis de competitividade do segmento. Contudo, é importante que não se destrua, com falsos argumentos, os importantes e difíceis resultados obtidos apesar das adversidades nos ambientes econômicos e institucionais observados em nosso País.

No momento, o setor de defensivos agrícolas vem sendo fortemente atingido por uma lógica que não encontra respaldo em qualquer análise, mesmo superficial. Alega-se que a circunstância de perda de renda que afeta os agricultores de algumas regiões e produtores de determinados cultivos é estabelecido pelo aumento dos custos de produção provocado pelos preços dos agroquímicos.

A abertura unilateral do mercado no âmbito do Mercosul e as mudanças na sistemática de registro, através de sua simplificação, têm sido os meios que o legislativo vem propondo para aumentar a oferta do produto no mercado, com a conseqüente redução em seus preços. Essa assertiva não é verdadeira, dado o nível de organização desse mercado em níveis mundiais. Pode sim, no curto prazo, ocasionar uma determinada desorganização provocada pela presença de oportunistas que não têm compromissos com o longo prazo e buscam unicamente usufruir momentaneamente desse importante mercado, sem agregar valor. A ABIFINA na condição de entidade empresarial tem entre seus princípios a valorização da fabricação local com expressiva agregação de valor no País independentemente da origem do capital societário e no reconhecimento do mercado interno como patrimônio nacional e da importância do acesso a mercados externos.

Utilizando suas prerrogativas institucionais a ABIFINA representa legitimamente o importante segmento de agroquímicos genéricos, cujas empresas apresentam forte capacidade local de produzir produtos formulados, técnicos e/ou intermediários químicos. Nessa condição estabelece um fórum de discussão qualifi cado para propugnar pelo correto encaminhamento da questão da oferta de agroquímicos cujo resultado deva significar, em linhas gerais, a produção e o desenvolvimento tecnológico em solo brasileiro.

Aos seus associados, a ABIFINA convida para a instalação das diferentes câmaras técnicas onde se desenvolverão as principais discussões relacionadas a todos os cenários onde se configuram possíveis oportunidades e ameaças, seja pela tentativa casuística na busca de soluções para o aumento da oferta de defensivos agrícolas ou pela inoperância das políticas públicas.

Luiz Cesar A. Guedes
Luiz Cesar A. Guedes
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