Um medicamento inovador da Biolab ainda não chegou ao mercado nacional e já despertou interesse de parceiros estrangeiros. O antifúngico Dapaconazol é a primeira molécula totalmente desenvolvida pela empresa, voltada para infecções graves em pacientes imunodeprimidos, como portadores do vírus HIV, e com dermatomicoses. Enquanto a Biolab negocia a comercialização no mercado internacional, o governo da África do Sul identificou outras propriedades da molécula e firmou parceria com a empresa.
Pesquisadores daquele país descobriram que moléculas com perfil antimicótico podem ter sucesso no combate a bactérias da tuberculose multirresistente. A farmacêutica brasileira então cedeu o composto para a realização de testes que verifiquem sua efetividade no tratamento da doença, que acomete 450 mil sul-africanos por ano. Essa é uma destinação diferente para a molécula sintetizada, o que surpreendeu a equipe da Biolab.
No Brasil, o Dapaconazol tópico será vendido a partir de 2020 na apresentação de creme com nome comercial Zilt. O medicamento já encerrou a fase 3 dos Estudos Clínicos. A molécula está patenteada em 15 países e já estamos elaborando o relatório dos dados obtidos que serão apresentados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O Dapaconazol marca mais um passo na internacionalização da Biolab, que possui um centro de pesquisa e desenvolvimento no Canadá. Esse investimento foi possível pelo sucesso comercial do Vonau Flash (ondansetrona), outro produto inovador, que é usado contra náusea e vômito.
A Biolab investe cerca de 10% de seu faturamento anual em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Como resultado, há outras cinco moléculas inovadoras em estudo, sendo uma delas para tratamento do câncer de próstata.