Com participação de 13% no mercado global e uma das três maiores produtoras de excipientes do mundo, a Blanver está trabalhando para internacionalizar também sua divisão de medicamentos. O objetivo, segundo o presidente da empresa, Sérgio Frangioni, é “ser uma empresa mais competitiva e ampliar internacionalmente o acesso aos medicamentos”. Atualmente, a companhia possui quatro Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com o governo federal para fabricação e fornecimento de medicamentos genéricos ao Sistema Único de Saúde (SUS), para o tratamento de pacientes com HIV, hepatite e osteoporose.
Com participação de 13% no mercado global e uma das três maiores produtoras de excipientes do mundo, a Blanver está trabalhando para internacionalizar também sua divisão de medicamentos. O objetivo, segundo o presidente da empresa, Sérgio Frangioni, é “ser uma empresa mais competitiva e ampliar internacionalmente o acesso aos medicamentos”. Atualmente, a companhia possui quatro Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com o governo federal para fabricação e fornecimento de medicamentos genéricos ao Sistema Único de Saúde (SUS), para o tratamento de pacientes com HIV, hepatite e osteoporose.
As ações para implementar o projeto de exportação já estão em andamento. Em outubro, a Blanver esteve presente, pelo 17º ano consecutivo, na CPhI Worldwide, feira realizada anualmente e considerada o principal foro internacional de negócios da indústria farmacêutica. Lá, foi apresentado, pela primeira vez, o segmento de medicamentos da empresa para o mercado internacional.
Ao todo, a divisão Farma da companhia conta com quatro medicamentos disponibilizados por meio das PDPs. Desses, dois já estão sendo distribuídos ao SUS: o Tenofovir, usado no tratamento contra HIV e hepatite B, e o Duplivir, que combina duas drogas contra o HIV em um único comprimido, facilitando dessa forma a adesão dos pacientes ao tratamento. Há ainda o Raloxifeno, usado no tratamento da osteoporose – que já está registrado, mas aguarda distribuição-, e o Triplivir, em fase de desenvolvimento, que combina três drogas também para o tratamento de pacientes com HIV. Para 2016, há previsão de se desenvolver mais três novos medicamentos.
Sérgio Frangioni conta que a empresa já possui capacidade produtiva para atender às demandas futuras, e que mantém investimentos constantes em inovação. “Com a estrutura atual, temos condições de atender às necessidades do Ministério da Saúde e de parte do projeto de exportação. Acreditamos que a inovação é um dos pilares para o crescimento sustentável e, pensando nisso, estamos constantemente investindo em produtos e em nossas instalações com o objetivo de ampliar nossa capacidade produtiva e aumentar a produtividade”, afirma o CEO.
O investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) é de extrema importância para a indústria farmacêutica, que é intensiva em conhecimento, segundo Frangioni. “O investimento em P,D&I permite que novas soluções em produtos e medicamentos sejam criadas e lançadas no mercado, beneficiando e trazendo mais qualidade de vida às pessoas. Além disso, permite que novas tecnologias sejam incorporadas para que sejamos mais competitivos em âmbito global”, argumenta. E completa: “Para o modelo da PDP, o investimento em P,D&I é fundamental, pois o fornecimento dos medicamentos pelo parceiro privado tem um prazo de validade e a renovação de portfólio é requisito indispensável”.
Desde que foi fundada em 1984 pelo engenheiro Giuseppe Frangioni, com a proposta de desenvolver matéria-prima qualificada para a indústria farmacêutica, a Blanver não para de crescer. A companhia está presente em mais de cem países, com unidades fabris em Itapevi (excipientes) e Taboão da Serra (medicamentos), no estado de São Paulo, além de escritórios na Flórida (EUA) e em Barcelona (Espanha). As exportações já representam 70% da produção anual de excipientes. Em 2014, a receita líquida da empresa foi de R$ 250 milhões – para os quais, cada divisão (excipientes e medicamentos) contribuiu com cerca de metade. Em 2015, a empresa estima faturar R$ 375 milhões.
O crescimento da Blanver é fruto de um olhar atento às oportunidades do mercado, além de uma preocupação com a excelência dos produtos desenvolvidos e serviços prestados. “Por fabricarmos excipientes funcionais, a estratégia da Blanver foi sempre de assistir seus clientes tecnicamente no Brasil e no exterior”, conta Frangioni. Um grande passo aconteceu na década de 1990. “Com o plano Real, a consequente valorização do câmbio e o aumento da concorrência com os produtos importados, decidimos diversificar os negócios entrando no segmento de serviços, através da terceirização de produção de medicamentos,”, diz o presidente da empresa.
Com enrijecimento das exigências sanitárias no decorrer dos anos e o consequente aumento da demanda por serviços, a Blanver inaugurou em 2007 sua nova planta farmacêutica, situada em Taboão da Serra, que hoje é a sede da empresa. Segundo Frangioni, a companhia chegou a ter mais de 100 medicamentos diferentes em sua unidade de terceirização, com aproximadamente 20 clientes, entre laboratórios nacionais e multinacionais, com os diversos tipos de exigências e produtos.
Quando as PDPs foram criadas, a Blanver viu uma nova chance de ampliar os negócios. “Enxergamos como uma oportunidade de sermos independentes, contribuir e não competir com nossos clientes. Inclusive nas primeiras PDPs compartilhamos com nossos parceiros públicos e terceiros as áreas regulatória e analítica, já que não estávamos ainda totalmente estruturados como uma indústria farmacêutica. Foi quando, em 2011, decidimos internalizar toda a área de P,D&I para sermos mais ágeis no processo”, relata o CEO.
Para ele, a parceria público-privada com o Ministério da Saúde é importante para o País, pois traz regras pré-estabelecidas e um compromisso de médio prazo, que permite “fazer uma melhor estruturação, planejamento e renovação de nosso parque industrial, trazendo novas tecnologias, gerando empregos e capacitação de nossa gente, com o objetivo de sermos competitivos e, consequentemente, aumentando o acesso aos medicamentos”. Ainda em sua opinião, as PDPs também são importantes por fortalecerem a indústria farmacêutica. “Estamos criando condições para que os demais elos da cadeia produtiva se estruturem e cresçam. Com o crescimento, existe a geração de riqueza e, como consequência, o Estado se beneficia novamente dos tributos”, defende.