Com a presença da presidente Dilma Rousse¨ , do governador Geraldo Alckmin, e do prefeito de Itapira, José Natalino Paganini, o laboratório Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos inaugurou, no dia 13 de agosto, a sua planta de biotecnologia, a primeira fábrica privada de produtos biológicos do País.
O evento marcou também a expansão da área de farmoquímica da empresa e o lançamento das pedras fundamentais de uma fábrica de princípios ativos oncológicos e outra de peptídeos, moléculas sintetizadas a partir de aminoácidos, para a produção de medicamentos para o tratamento do câncer, doenças degenerativas e metabólicas.
“Essa planta de biotecnologia demonstra a capacidade do nosso País de atuar na fronteira do conhecimento, e a expansão da farmoquímica mostra que temos todas as condições de nos credenciar para sermos um grande produtor. O Cristália é um complexo industrial 100% brasileiro, e isso nos enche de orgulho”, enalteceu a presidente Dilma Rousse¨ em seu discurso.
A planta de biotecnologia consumiu investimentos de R$ 80 milhões, valor que será duplicado até 2014, com as duas unidades que virão. Elas serão instaladas no complexo industrial de Itapira, onde já funcionam duas unidades farmacêuticas, uma farmoquímica e uma de produtos oncológicos, além de um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Fora do complexo, o Cristália mantém uma fábrica de injetáveis em São Paulo e outra planta industrial em Itapira.
Na planta de biotecnologia serão produzidos, de início, o¿hormônio do crescimento humano; o¿interferon, utilizado no tratamento da esclerose múltipla, de alguns tipos de câncer e de infecções virais; dois anticorpos monoclonais (mAb, na sigla em inglês), o trastuzumabe, empregado no câncer de mama, e o etanercepte, no combate à artrite reumatoide; e a colagenase, para a eliminação de tecidos necrosados.
A presidente lembrou que a inovação tem sido apontada como um dos itens mais importantes na composição dos investimentos dos países e ressaltou que atuar em uma área tão estratégica, que exige tanta tecnologia, representa mais um passo em direção à criação de um complexo industrial da saúde no País.
“Fiquei muito impressionada com o fato de que o Cristália produz a metade dos princípios ativos que usa na cadeia produtiva, enquanto, no Brasil, este índice ainda é de 14%. Além disso, investe em diversas parcerias com universidades e centros de pesquisa, o que vai ao encontro de nossa política de desenvolvimento produtivo na área de saúde, defi nida no Plano Brasil Maior.”
PARCERIAS PARA O DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO
Das 88 Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) já formalizadas pelo Ministério da Saúde (que compreendem 77 produtos, sendo 64 medicamentos, sete vacinas, quatro produtos para a saúde e quatro de pesquisa e desenvolvimento), o Cristália participa de 31, contribuindo de forma efetiva para a maior autonomia do País na produção nacional de medicamentos.
O Cristália mantém parcerias com laboratórios públicos e privados, como Unicamp, USP, UFRJ, UFMG, Instituto Butantan, Bio-Manguinhos e Farmanguinhos na Fiocruz, entre outros.
Sete dos produtos em processo de transferência de tecnologia que envolvem o Cristália já possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cinco deles estão sendo distribuídos aos pacientes do SUS: o imatinibe, para leucemia, os antipsicóticos clozapina, olanzapina e quietipina, e o antirretroviral Tenofovir.
A transferência de tecnologia e a produção local da matéria-prima, ou Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), são pré-requisitos das PDPs. O Ministério da Saúde, em contrapartida, adquire os medicamentos do laboratório privado por cinco anos para atender à demanda dos SUS.
O governador Geraldo Alckmin também elogiou as parcerias que o governo do estado de São Paulo desenvolveu com o laboratório.
“Com isso, é possível realizar as mais promissoras pesquisas científi cas e transformá-las em medicamentos de alta performance, apropriados ao mercado brasileiro”, destacou Alckmin.
O Cristália comercializa atualmente cerca de 180 medicamentos, com mais de 300 apresentações. O laboratório emprega mais de 2.100 colaboradores, sendo 120 cientistas, que trabalham no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Inaugurado em setembro de 2009, o PD&I recebeu investimentos da ordem R$ 30 milhões em estrutura. Anualmente o Cristália investe cerca de 7% do seu orçamento em PD&I.
Também estiveram presentes à solenidade os ministros Alexandre Padilha, da Saúde, Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Marco Antonio Raupp, da Ciência, Tecnologia e Inovação, de secretários de Estado, os deputados federais Nilton Lima e Paulo Freire, o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, os deputados estaduais Antônio Mentor e Barros Munhoz, o vereador Carlos Sartori, presidente da Câmara Municipal de Itapira, além dos presidentes da Finep, Glauco Arbix, e da Fiocruz, Paulo Gadelha, do diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, do diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Santini, e do presidente do Sindicato dos Químicos, Odair Antonio Bortolozzo.
ÁGUAS QUE FAZEM SONHAR
O presidente do Cristália, Ogari Pacheco, em seu discurso, emocionou a plateia, ao se referir à sua época de estudante de medicina e às pesquisas que o motivaram no início de sua carreira. A presidente Dilma Rousse¨ não deixou que o fato passasse despercebido ao afi rmar que acreditava “que as águas fazem sonhar e realizar os sonhos.” Após agradecer ao público presente, que “forma o Sistema Cristália”, registrou que é preciso valorizar “nossas histórias vencedoras”.
“O Brasil tem de cultivar e valorizar experiências de homens e mulheres que têm uma contribuição fundamental em diferentes setores no nosso País. O doutor Ogari Pacheco mostra e prova que sempre acreditou em nosso País”, concluiu a presidente.