REVISTA FACTO
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Jan-Mar 2012 • ANO VI • ISSN 2623-1177
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CONHEÇA AS IDEIAS DO NOVO PRESIDENTE DA ENTIDADE
//Entrevista Ogari Pacheco

CONHEÇA AS IDEIAS DO NOVO PRESIDENTE DA ENTIDADE

Ogari Pacheco defende a inclusão de medidas específicas para o setor no Plano Brasil Maior e o registro rápido de produtos farmacêuticos com insumos nacionais. Pensando na prestação de serviços para os associados, ele antecipa que vai buscar apoio para programas de intercâmbio de conhecimento, além de estudar
novas fontes de receita para a ABIFINA. Pacheco pretende desenhar novas soluções, mas garante que a entidade vai continuar pintando nas mesmas cores. “A ABIFINA permanece tão alvinegra como antes. Sou corintiano, enquanto Nelson Brasil é botafoguense”, brinca o presidente, um apaixonado por futebol, que pretende dar continuidade à defesa da indústria nacional de química fina.
Qual será a principal bandeira de sua gestão?
Criar melhores condições para o desenvolvimento da indústria do setor, incluindo o desenvolvimento tecnológico. De que maneira? Formando a opinião do governo sobre as fraquezas da indústria, suas necessidades e o que pretendemos fazer.

Estão em estudo propostas relacionadas ao Plano Brasil Maior?
Em linhas gerais, o programa foi bem feito. No que diz respeito a nosso setor, precisa de ajustes na área regulatória, na desburocratização da Anvisa, na desoneração de impostos de intermediários. Pretendemos solicitar a extensão das medidas para o complexo químico, farmoquímico e de biotecnologia. Vamos sugerir a desoneração da folha de pagamentos em setores da química fina. Também vamos pedir a inclusão de moléculas e de produtos nas margens de preferência das compras públicas. Já estamos estudando uma lista para encaminhar para o governo.

Qual é sua opinião sobre o processo de desindustrialização?
Alguns setores estão até desempregando, por enfrentar uma competição predatória. A existência de competição é natural, pois é preciso ter grande competência para produzir e sobreviver no mercado. Mas não quando a produção é subsidiada, por meio do câmbio. O governo está sensível a esse argumento, mas não pode ficar apenas no discurso. Por isso, devemos cobrar medidas. Devemos funcionar como verdadeiros fiscais das medidas anunciadas no Brasil Maior.

Quais são as novidades previstas para o associado?
Já na gestão anterior, a ABIFINA promovia diversas atividades para aperfeiçoar técnicos da indústria. Pretendemos ampliar essa atuação. Não apenas com atividades em nossa sede, como dentro das indústrias. Para isso, precisamos de recursos. Portanto, os cursos deverão ser cobrados com preços abaixo do mercado.
Outra medida é buscar recursos complementares sem onerar os associados. Recebemos uma lista enorme de sugestões e vamos analisar o que é exequível. Além disso, vamos negociar possíveis apoios, como do Ministério do Desenvolvimento e da Apex-Brasil, por meio de programas multipropósito, por exemplo, para levar profissionais brasileiros para o exterior ou trazer profissionais estrangeiros, com o objetivo de intensificar a troca de conhecimentos.

De que forma o senhor pretende encampar as diferentes agendas da química fina?
A indústria de biotecnologia engatinha no Brasil, então precisamos tratá-la como uma criança recém-nascida, com cuidados maiores. As farmoquímicas são adolescentes, que também precisam de cuidados – porque ainda não estão consolidadas -, porém possuem um pouco mais de maturidade. A farmacêutica é bem mais madura e sólida. O nível de apoio é de outra natureza, notadamente regulatória e tributária.
O setor agroquímico pode ser considerado em estado intermediário entre a farmoquímica e a farmacêutica, e merece atenção especial no campo das medidas tarifárias. Todos os segmentos vão precisar de apoio, de cuidados e principalmente de proteção contra a competição predatória, injusta, subsidiada, da China e dos países que estão em crise e buscam no Brasil solucionar seus problemas.

O senhor defende o registro acelerado de produtos farmacêuticos com insumos nacionais. Como funcionaria esse sistema?
Como a indústria brasileira está focada nos genéricos e compete fortemente por espaço no mercado, poderíamos facilitar o registro para os produtos feitos com matérias-primas nacionais. Dessa forma, um medicamento brasileiro em fase de registro bloquearia a aprovação do mesmo medicamento feito com material importado. Certamente as farmacêuticas passariam a comprar insumos no Brasil, pois precisam lançar produtos com rapidez.
O sistema protegeria a indústria nacional, sem prejuízo do consumidor. Isso porque, hoje, a maior parte do lucro fica no ramo não produtivo, ou seja, na comercialização. Se o medicamento for feito com matéria-prima brasileira e ficar 10% mais caro, na farmácia isso vai representar 1%. Não vai ter diferença para o consumidor final. Discuti o assunto com o Ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, mas ele nos recomendou documentar uma proposta formal, na qual vamos começar a trabalhar.

Como avalia a história recente da ABIFINA e projeta os próximos anos?
Tivemos uma gestão facilitada pela permanência do 1o vice-presidente, Nelson Brasil, que dá alma à ABIFINA, uma das entidades mais importantes do país, devido à sua credibilidade. Ela se faz ouvir em qualquer nível governamental. Sua equipe interna dá base para o trabalho fluir. Costumo dizer que o time não veste a camisa da ABIFINA – ele a tem tatuada no corpo. Sinto-me absolutamente tranquilo em trabalhar com um time desses. E espero contar com a ajuda dos associados, que também são muito ativos.
Já nos primeiros dias como presidente, recebi uma lista de solicitações de missões com o governo. Ninguém sozinho é capaz de tocar o barco. Estou contando com ajuda de todos para que a ABIFINA possa ter ainda mais conquistas no setor. Vamos nos esforçar de forma conjunta, coordenada, para incentivar o país a se desenvolver e desfrutarmos do privilégio de sermos brasileiros.

Ogari Pacheco
Ogari Pacheco
Presidente da ABIFINA.
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