REVISTA FACTO
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Set-Dez 2010 • ANO IV • ISSN 2623-1177
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//Artigo

Agregando conceitos de sustentabilidade e comércio ético ao longo da cadeia

O Grupo Centroflora produz extratos destinados ao mercado farmacêutico, cosmético, nutracêutico e alimentício. Através da Vegeflora, uma de suas unidades fabris, sediada em Parnaíba/PI, fabrica o insumo farmacêutico ativo Pilocarpina – que é extraído da planta Jaborandi (Pilocarpus microphillus Stapf Ex Wardleworth) e utilizado em medicamentos destinados ao tratamento de glaucoma e xerostomia.

Há tempos a Centroflora atua para oferecer a seus clientes sustentabilidade à matéria-prima vegetal utilizada na fabricação de seus extratos vegetais, agregando rastreabilidade, segurança e qualidade aos produtos e processos produtivos, através de seu programa corporativo “Parcerias para um mundo melhor”.

Em 2008, ao assumir o negócio de Pilocarpina, passou a demandar por folhas de jaborandi nativo. Norteada pela missão visão e valores da companhia, sentiu a necessidade de criar uma estrutura de rastreabilidade e sustentabilidade à sua cadeia de suprimento de jaborandi. Desta forma, em parcerias com a GTZ, órgãos governamentais e Instituto Floravida, criou-se o projeto “Valorização do Jaborandi”, atuando nas regiões de Carajás/ PA, São Felix do Xingu/PA e nos Territórios dos Cocais/PI.

Aproximadamente quatrocentas pessoas estão envolvidas no manejo do jaborandi, sendo beneficiadas com transferência e monitoramento de técnica de poda para garantir a conservação da espécie, o apoio à formação de cooperativismo e o pagamento por serviços ambientais, agregando valor à biodiversidade e valorizando o desenvolvimento local, com manutenção da floresta em pé.

Fruto deste trabalho e visando oferecer a seus clientes mecanismos externos para acompanhamento e verificação do trabalho realizado, a Vegeflora recebeu no último dia 10 de novembro a condição de “Membro Provisório” da União para o Biocomércio Ético (UEBT – Union for Ethical BioTrade).

A União para o Biocomércio Ético, sediada em Genebra na Suiça, foi criada com o suporte da ONU e com o objetivo de reconhecer, promover e facilitar o comércio ético de insumos provenientes da biodiversidade. Disponibiliza normas que refletem as metas da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) e das Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Os 7 princípios e critérios do biocomércio ético:

1. Preservar a variedade e a complexidade da diversidade genética, de espécies e de ecossistemas.

2. Obter e desenvolver ingredientes naturais de modo tal que não leve, a longo prazo, ao declínio do ecossistema e de sua biodiversidade.

3. Garantir que todos aqueles que contribuam para o desenvolvimento de um produto natural sejam reconhecidos e recompensados de forma justa, e que todos os atores repartam os benefícios resultantes do uso da biodiversidade.

4. Adotar práticas de produção, financiamento e comercialização que sejam economicamente viáveis e socialmente aceitáveis.

5. Cumprir todos os regulamentos internacionais, nacionais e locais aplicáveis.

6. Respeitar os direitos humanos e as considerações trabalhistas e de diferenças de gênero de todos os colaboradores.

7. Respeitar a posse da terra e garantir acesso aos recursos biológicos e ao conhecimento tradicional com base em prévio consentimento livre e esclarecido.

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