REVISTA FACTO
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Set-Dez 2010 • ANO IV • ISSN 2623-1177
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//Saiu na imprensa

ABIFINA comenta a notícia

Real forte acelera renovação industrial
Estadão, 22/11/10
Visão inconsequente
As vantagens do Real forte foram alardeadas nessa reportagem que anuncia “uma das maiores renovações do parque industrial brasileiro”, operada por meio da importação de US$ 124 bilhões em bens de capital nos últimos quatro anos. “A desvalorização do dólar barateou as máquinas importadas e a crise global provocou uma ‘liquidação’ de equipamentos no exterior” – comemora o  jornal, interpretando essas importações como responsáveis por uma melhoria da produtividade da indústria nos últimos anos. A prevalecer a tônica dessa análise, seria melhor acabar com a indústria nacional de bens de capital e recorrer exclusivamente às importações para continuar nosso crescimento econômico. Mas a matéria é inconsequente na medida em que despreza tópicos  fundamentais para oferecer uma visão de conjunto do funcionamento da indústria. Todos os países desenvolvidos inicialmente trataram de construir uma sólida indústria doméstica para, somente depois, abrirem seus mercados às importações. A competição é saudável, mas é indispensável que ela seja realizada de forma isonômica, ou seja, com parceiros de porte similar e contando com instrumentos adequados. E isonomia é algo que em nosso país ainda deixa muito a desejar.

Ministério vê desindustrialização no Brasil
Estadão, 17/11/10
Antes tarde do que nunca
O “vazamento” para a imprensa de documento reservado produzido pelo MDIC, sob o título “Desindustrialização, reprimarização e contas externas”, evidenciou que o governo está no mínimo dividido na avaliação do desempenho da economia. Finalmente, e de forma correta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior tomou partido em favor do desenvolvimento nacional, contrariando os defensores das regras ditadas pelo Consenso de Washington, que massacrou a indústria brasileira nos anos 1990. Existe, sim, um processo de desindustrialização no Brasil, como demonstra a queda da participação da indústria no PIB, de 30,1% em 2004 para 25,4% em 2009. Não há como negar que a taxa de câmbio com Real apreciado é a grande explicação para esse fato. Desde 2007 os manufaturados, que constituem a categoria com maior valor agregado na produção, vêm perdendo espaço na pauta de exportações. A produção doméstica pode crescer mais. Não se trata de saturação da capacidade produtiva, mas apenas de concorrência predatória – roubo de mercado consumado pelas importações resultantes da agiotagem da taxa cambial apreciada, aliada a juros internos escorchantes.

Setores eletroeletrônico e químico ampliam compras
Valor Econômico, 16/11/10
Retrocesso comprovado
O setor químico foi identificado como um dos que mais têm contribuído para o déficit da balança comercial da indústria, contabilizando, entre janeiro e setembro de 2010, um saldo negativo de US$ 8,04 bilhões. No segmento de intermediários químicos, a indústria não tem a mínima condição para competir com os produtos de origem asiática, que são fortemente subsidiados para exportação, beneficiam-se da isenção de tributos internos e são fabricados a custos marginais, pois os trabalhadores chineses recebem salários miseráveis. Se a presidente Dilma Roussef não tratar com prioridade esse problema, certamente voltaremos a ser um país “essencialmente agrícola”, motivo de equivocado orgulho e atraso econômico até o governo Getúlio Vargas.

Lula defende Doha, mas não entusiasma líderes
Valor Econômico, 12/11/10
Bola murcha
A prolongada crise que o mundo atravessa realmente trabalha contra a retomada da Rodada Doha. O impasse está formado, pois, como destacou a reportagem, os EUA insistem em só aceitar acordo se o pacote for reaberto para obter mais vantagens em suas exportações para os países emergentes e, por outro lado, Brasil e Índia não aceitam pagar mais sem receber em troca. As grandes potências, que mais sofreram as consequências de seus desatinos praticados no passado, buscam agora soluções imediatistas para seus problemas internos. É a lei da selva grassando. Nesse cenário, o Brasil, bem menos afetado pelo problema, não pode deixar que sua economia seja contaminada pelos males que assolam os países ricos. Mais do que nunca temos que privilegiar o mercado doméstico, buscando supri-lo com nossa produção interna. O mercado externo tem que ser visto como algo a ser agregado ao nosso comércio, e não buscado a qualquer preço.

Câmara aprova MP 495 que reduz burocracia e impulsiona inovação
Agência CT, 25/11/10
Uma lei indispensável
Trata-se de importantíssima matéria aprovada no “apagar das luzes” do governo Lula, que agora se encaminha ao Senado. Como se espera que o governo Dilma dê continuidade à obra de retomada do desenvolvimento industrial iniciada no governo Lula, estamos certos de que serão tomadas  providências visando à implantação dos dispositivos de preferência nas licitações públicas ao produto fabricado no País. Receamos, apenas, que não seja dada a devida prioridade à implantação efetiva desse instrumento em prol do desenvolvimento nacional, como preconizado pela MP 495. Isto porque o novo dispositivo contraria privilégios arraigados e práticas desvinculadas do interesse público, desde que o neoliberalismo ditou que o Estado devia se afastar completamente do mercado.

Cinco imperativos para o G-20
Valor Econômico, 11/11/10
Apelo à conciliação
Jamie Metzl, membro do Conselho de Segurança Nacional do presidente Bill Clinton e vice-presidente executivo da Asia Society, conclama o G-20, em tom de manifesto, a assumir mais responsabilidade política no atual período de crise e empunhar a bandeira da cooperação  internacional. Isto se traduziria em imperativos como o comprometimento com o livre comércio “no contexto de um sistema mundial justo e equitativo”; políticas monetária e fiscal mais bem coordenadas; taxas de câmbio regidas pelo mercado e “um referencial regulamentar mutuamente acordado para os mercados financeiros em evolução”; educação e capacitação dos desfavorecidos; aumento da proteção à propriedade intelectual e promoção de esforços colaborativos internacionais indutores da inovação. São propósitos nobres e relevantes, sem dúvida, mas para atender suas necessidades sociais o Brasil precisa de recursos advindos de impostos. E não há como resolver a questão por meio de maior carga tributária nominal: o que precisamos é ampliar a base de contribuintes via aumento da produção, geração de renda e de emprego. A industrialização vigorosa do País, visando atender sua demanda interna e gerar excedentes para exportar, se impõe como o grande caminho do desenvolvimento, que já fez o sucesso das nações de primeiro mundo.

Cuidado com leões feridos
O Globo, 10/11/10
Tom de ameaça
Artigo assinado pelo economista estadunidense Kenneth Rogoff lança uma sombria advertência aos países emergentes que se recusam a fazer mais concessões comerciais aos EUA: “deveriam saber que estão brincando com fogo”. Se persistir a dramática progressão do desemprego nos Estados Unidos, afirma Rogoff, “estarão lançadas as bases para enormes desavenças comerciais”. O recado é claro e ameaçador: “Os mercados emergentes se tornaram grandes demais para que se permita que operem segundo suas próprias regras comerciais”.
O Brasil deve se conscientizar de que seu mercado interno, atual e potencial, tem um enorme valor no cenário internacional, e por todos os meios as grandes e decadentes potências mundiais a ele recorrerão para salvar suas próprias economias. Temos que fazer um grande esforço para desenvolver nosso mercado em favor da produção local, ao invés de facilitar a importação de excedentes externos em momentos de fragilidade de tais economias. O grande problema é que os países ricos subsidiam pesadamente formadores de opinião e grupos econômicos brasileiros. Na realidade, temos que lutar em duas frentes: vencer essas dificuldades internas ao mesmo tempo em que buscamos mais vias de acesso ao mercado internacional.

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