Companhia nacional com sede em Itapevi, interior paulista, a Eurofarma planeja cobrir 90% do mercado latino-americano em cinco anos. Acaba de chegar a 50%, com a aquisição do laboratório uruguaio Gautier no começo de junho, depois de ter comprado o argentino Quesada no ano passado. Apesar de faturar somente US$ 10 milhões por ano, a empresa de Montevidéu conta com ativos importantes: uma fábrica, um portfólio de medicamentos complementares aos da Eurofarma e acordos comerciais com Bolívia e Paraguai.
“Decidimos investir fora do Brasil porque os ativos aqui estão realmente caros e porque, comprando farmacêuticas no exterior, importamos know-how e facilitamos a possibilidade de novos acordos de licenciamento”, afirma a diretora de Novos Negócios e Sustentabilidade da empresa, Maria Del Pilar.
Os planos de internacionalização, que devem chegar a seis ou sete países, incluem Colômbia, México, Chile e Venezuela. No Brasil, a Eurofarma prevê investimento de R$ 450 milhões para expandir seu complexo industrial, além de adquirir produtos de marca, firmar parcerias com outros laboratórios e transferir a fábrica de Campo Belo para Itapevi.
Medicamento brasileiro obtém patente na China Biolab
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) patenteou, na China, um medicamento contra hipertensão desenvolvido por seus pesquisadores. Por meio de dose única, a droga é capaz de promover efeitos que duram de três a sete dias. A tecnologia já possui patente no Canadá e há pedidos de proteção em andamento na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. O laboratório Biolab Sanus está licenciado para produzir o remédio em troca do pagamento de royalities, e recebeu da Anvisa autorização para iniciar a segunda fase de testes.
Biolab lança toxina botulínica de segunda geração
Está chegando ao mercado a toxina botulínica de segunda geração, Xeomin – novidade no Brasil e Europa, desenvolvida pela Biolab em parceria com o laboratório alemão Merz. A vantagem do produto, concorrente do tradicional Botox, é dispensar refrigeração no armazenamento. A partir da diretriz de investir 7% de seu faturamento em inovação, a Biolab já prepara novos lançamentos. Junto com o Instituto Butantã, desenvolve o Enpak, analgésico à base de veneno de cascavel, que deve ser seiscentas vezes mais forte que a morfina, com previsão de chegar ao mercado em quatro anos. Além desses, mais 32 estudos estão em andamento.
Os números revelam resultados positivos da estratégia da Biolab de investir em P&D. O laboratório encerrou 2009 com receita de R$ 540 milhões – 40% vindos de novas fórmulas. Desde 2005, as receitas têm crescido, em média, 16% ao ano. E de 1999 para cá, foram registrados 131 pedidos de patentes (quatro deles concedidos).
Vital Brazil faz aniversário e lança site móvel
Em junho, o instituto completou 91 anos, comemorados com uma festa aberta ao público em Niterói, com direito a palestra sobre ofidismo e extração, ao vivo, do veneno de animais peçonhentos. E, em prova de que a capacidade de inovar independe da idade, lançou pouco depois o primeiro site móvel Governo do Estado do Rio de Janeiro, pioneiro entre os laboratórios oficiais do País. Para acessá-lo, basta ter celular com conexão à internet e digitar o endereço m.ivb.rj.gov.br. No novo espaço, podem ser conferidas as últimas notícias da entidade, informações sobre o cientista Vital Brazil, orientações para o caso de acidentes com animais peçonhentos, fotos de diferentes espécies para facilitar sua identificação, além de uma lista dos polos de atendimento no estado do Rio que aplicam soro. Da página principal do site é possível acessar, ainda, a versão móvel do Youtube e do Twitter do instituto.
Desde que haja sinal de celular, se uma pessoa é picada por um bicho, em qualquer lugar que esteja ela consegue acessar o site e saber o que fazer, o que não fazer e a quem procurar. O site móvel reforça ainda mais o papel do instituto de contribuir para a promoção da saúde e de responsabilidade social e ambiental – destaca o presidente do Vital Brazil, Antônio Werneck.
Expansão do Polo Farmacoquímico – Fiocruz
O Polo Industrial e Tecnológico da Saúde no Ceará – ou Polo Farmacoquímico – receberá mais R$ 400 milhões da Fiocruz. O objetivo é expandir de cinquenta para setenta hectares o espaço a ser ocupado, na intenção de abrigar um centro de pesquisas da instituição especializado em vacinas de base animal.
Parte da área total está reservada, também, para o Centro de Tecnologia da Comunicação Renato Archer, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e à empresa Isofarma. Outras companhias interessadas deverão arcar com os custos de implantação, tendo em contrapartida até 99% de isenção de ICMS.
O Polo Farmacoquímico, localizado no Eusébio, região metropolitana de Fortaleza (CE), tem implantação prevista para maio de 2011. Segundo o diretor de desenvolvimento setorial da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará, Eduardo Diogo, foi criada uma Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Saúde para garantir rapidez no andamento do projeto.
Itatex prevê crescimento em 2010
Empresa com atuação nos segmentos de tintas, plásticos e borrachas, a Itatex Especialidades Minerais registrou aumento de 33% em suas vendas no primeiro trimestre de 2010, em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado reflete, entre outros fatores, a forte demanda no Brasil, principalmente devido aos incentivos do governo a setores industriais, como o da construção civil. A expectativa da empresa para este ano é de aumentar o faturamento entre 3% e 5% em relação a 2009.
Para aproveitar a conjuntura favorável, a Itatex pretende instalar, em sua planta, mais dois micronizadores – crescendo em 35% a produção de suas especialidades minerais – e reforçar a fabricação do Itagel, pó mineral modificado usado em tintas de impressão. A empresa também planeja assumir um foco diferenciado. “Acredito que as casas populares terão grande parte de suas estruturas feitas de plástico, assim como acontece nos Estados Unidos”, prevê o diretor técnico, Antonio Alonso Ribeiro.
Olhos abertos para os distúrbios do sono – Libbs
O novo site “Acorde para o Problema” (www.acordeparaoproblema.com.br), lançado pela Libbs Farmacêutica, leva informações para o público em geral sobre os distúrbios do sono e a importância de se dormir bem. Também promove discussões entre médicos de diferentes especialidades a respeito dos problemas e tratamentos. Entre as áreas do site, há fóruns técnicos, artigos comentados, aulas interativas, casos clínicos e entrevistas especiais.
DVA Brasil distribui novo defensivo agrícola
A DVA Brasil amplia seu portfólio com o defensivo agrícola Majesty, indicado principalmente para grandes culturas (milho, soja e algodão), mas também para batata, couve, brócolis, repolho, tomate e outros. O produto será distribuído em todo o País.
Tecnologia pela defesa agropecuária – Ouro Fino
Em palestra durante a II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária, realizada no fim de maio em Minas Gerais, José Walter da Silva Júnior, da Ouro Fino Agronegócio, enfatizou que o setor precisa elevar sua credibilidade a fim de ganhar novos mercados. “Para levarmos o alimento produzido no Brasil para o exterior, devemos intensificar o crescimento da defesa agropecuária. E isso vem com inovação tecnológica”, disse. Para tanto, é necessário se estabelecer maior interação entre as empresas e as universidades, como destacou na ocasião o professor e secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes-MG), Evaldo Vilela.
Ouro Fino terá novas plantas industriais
O Grupo Ouro Fino prepara a abertura de duas fábricas em Uberaba (MG): uma de defensivos agrícolas – onde serão gerados quinhentos empregos diretos – e outra, Ethika, especializada em suplementos alimentares para consumo humano. Esta última terá aproximadamente cinquenta vagas e deverá lançar dezessete produtos para comercialização em redes de farmácia e revendas, como academias. Os trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e produção dos suplementos serão feitos em parceria com a Universidade de Uberaba (Uniube), responsável pelas fórmulas. O investimento total estimado nas novas plantas é de R$ 120 milhões.
O mais inovador do Brasil – Cristália
O Laboratório Cristália foi reconhecido como o mais inovador do País pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ). A empresa recebeu, em maio, o “Prêmio SBQ Inovação – Fernando Galembeck” por seu investimento continuado em PD&I como ferramenta para o crescimento. No ano passado, o Cristália foi contemplado em premiação semelhante, promovida pela Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec). A companhia, hoje, é o laboratório farmacêutico nacional com maior número de patentes no Brasil, com mais de cem pedidos de patentes depositados referentes a 22 tecnologias, tendo dezoito concedidos.
Medicamentos: novas parcerias público-privadas – Cristália
Em breve, a rede pública de saúde não precisará mais importar uma série de medicamentos, como aqueles para tratamento do mal de Alzheimer, HIV, osteoporose, tuberculose e asma, além de imunossupressores. É que o Ministério da Saúde firmou, em maio, novas parcerias entre laboratórios públicos e privados para fabricação de sete produtos. Entre os participantes, estão a empresa Cristália, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) e a Fundação para o Remédio Popular (Furp). Em novembro de 2009, outras parcerias haviam sido criadas para a produção de medicamentos, que são dezessete ao todo. A iniciativa levará a uma economia de R$ 170 milhões por ano ao Sistema Único de Saúde (SUS), já que os remédios produzidos no Brasil são, em média, 20% mais baratos que os importados.
Viagra genérico e similar liberado para EMS
O laboratório nacional EMS e a Germed – que fazem parte do mesmo grupo – obtiveram autorização da Anvisa, em maio, para produzir a versão genérica e similar do Viagra, cuja patente venceu em 20 de junho. Segundo informações da EMS, o medicamento genérico será comercializado a partir do segundo semestre, no mínimo 35% mais barato, como determina a atual legislação do País. Porém, o setor guarda a expectativa de que o produto custe até 50% a menos, devido à forte concorrência de outros laboratórios que também devem receber o registro da Anvisa.
O órgão de vigilância sanitária analisa outros pedidos para a produção de genéricos e similares do Viagra, com base no princípio ativo citrato de sildenafila. O medicamento é um dos campeões de vendas da americana Pfizer, movimentando US$ 1,9 bilhão por ano no mercado internacional. No Brasil, a receita é de R$ 170 milhões.
Agora, a Pfizer estuda produzir a versão genérica de seus medicamentos que estão para perder a patente, como acontecerá em 2011 com o Lipitor (combate o colesterol), outro carro-chefe da companhia, que acumula vendas de US$ 13 bilhões anuais. No Brasil, a companhia negocia parceria com o laboratório nacional Eurofarma para desenvolver medicamentos genéricos – excluindo o Viagra. O grupo também negocia a compra da Teuto, com sede em Goiás.
Cana do Futuro – Oxiteno
A Oxiteno é uma das empresas financiadoras do Programa Fapesp de Bioenergia (Bioen), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Ao todo, estão sendo investidos R$ 55 milhões em 55 projetos destinados ao estudo da cana-de-açúcar e outras espécies vegetais fontes de biocombustíveis. São 32 instituições de pesquisa de São Paulo participantes do programa, em busca da “cana do futuro” – aquela com alto teor de sacarose, grande resistência à seca e maior quantidade de biomassa.
Iniciado em 2008 e com duração de dez anos, o Bioen se estrutura em cinco grandes áreas de pesquisa: biomassa ; processo de fabricação de biocombustíveis; aplicações do etanol para motores automotivos; biorrefinarias e alcoolquímica; e impactos sociais e ambientais do uso de biocombustíveis.
“Se nosso país mantiver firmes os investimentos e aumentá-los ainda mais, em dez ou vinte anos deveremos ter um ótimo retorno de toda essa aplicação”, acredita Marcos Buckeridge, que coordena o grupo de trabalho que estuda melhores alternativas para a produção de etanol celulósico.
Para chegar a seu objetivo final, o Bioen também tenta desvendar o DNA da cana. Um grupo do Instituto de Biociências da USP trabalha há dois anos no sequenciamento de mil pedaços lineares do genoma, e precisará do mesmo tempo para concluí-lo. Mas o programa vai além dos aspectos científicos da bioenergia. “Em nossas pesquisas, procuramos identificar os gargalos da cadeia de produção do setor sucroalcooleiro”, explica Luiz Augusto Barbosa Cortez, da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade de Campinas (Unicamp).
Grupo Ultra quer ter mais presença no exterior
Depois de investir aproximadamente R$ 8 bilhões em dez anos para expandir os negócios, o grupo Ultra reforçará sua internacionalização. O foco será, principalmente, na compra de ativos fora do Brasil para crescer em gás e em especialidades químicas. Neste último segmento, o Ultra já possui unidades no México (onde tem 30% do mercado) e Venezuela, por meio da subsidiária Oxiteno.
“Saímos de commodities. Nosso interesse não é em especialidade química em geral, mas em tensoativos”, detalha o atual presidente executivo, Pedro Wongtschowski, que deve ocupar o cargo por mais dois anos, conforme determina o estatuto da companhia. E complementa: “Vamos ampliar nossa presença no exterior, inclusive de olho nos mercados americano e europeu”.
Quanto aos planos para a compra de ativos no setor de gás, o Ultra – líder em distribuição de GLP (gás de cozinha) – mira a América Latina e a Europa. No mercado interno, trabalha para aumentar sua fatia na distribuição de combustíveis. O Grupo tem programado para este ano investimentos de R$ 800 milhões no Brasil.
Defensivos em alta Milenia
Com o potencial crescimento da produção agrícola e espaço ainda a ser explorado, o Brasil vem atraindo investimentos das empresas de defensivos agrícolas. A Milênia destinará, somente este ano, R$ 15 milhões para áreas como meio ambiente, segurança e manutenção das fábricas. Outras companhias apostam em segmentos diversos: a Dow Agrosciences comercializará híbridos de pastagem; a Basf, grãos; e a japonesa Arysta ingressa no segmento de hortifruti.
No ano passado, o mercado de defensivos no país movimentou US$ 6,6 bilhões, mas tudo indica que vai superar os US$ 10 bilhões na próxima década, quando a área cultivada se aproximar dos setenta milhões de hectares. Apenas cinco culturas são responsáveis por quase 80% das vendas de defensivos por aqui. A soja representou 47%, seguida pelo milho e pela cana-de-açúcar, com 11% e 8%, respectivamente, em 2009. O algodão absorveu 7% do mercado e o café, 4%.
Genéricos: onze anos no mercado e economia de R$ 13,7 bi – Geolab
Em 20 de maio, os genéricos completaram onze anos de existência no mercado brasileiro. Estudos indicam que, desde 2000, esses medicamentos beneficiaram os consumidores com uma economia total de R$ 13,7 bilhões. O laboratório nacional Geolab foi um dos que fizeram parte dessa história no estado de Goiás, onde se constituiu o Pólo Farmoquímico, devido, em grande parte, à produção e comercialização desses medicamentos, refletindo o avanço do setor.
Biotecnologia brasileira em Chicago – Biomanguinhos
Bio-Manguinhos, Cryopraxis, Hygeia, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e mais dezesseis empresas que compõem o projeto BrBiotec, de fomento às exportações na área de biociências no País, marcaram presença na Bio International Convention 2010 no mês de maio. A maior feira em biotecnologia do mundo, realizada em Chicago (EUA), foi uma oportunidade para os brasileiros apresentarem sua expertise no setor, mostrando descobertas e produtos que atendem às necessidades do mercado.
Mais rapidez no diagnóstico do HIV – Biomanguinhos
Os testes de HIV no Brasil passarão a ter resultados em apenas quinze minutos com o uso da nova tecnologia Dual Path Platform (DPP), que Bio-Manguinhos pretende lançar até o fim do ano. Ela aumentará de dez a cinquenta vezes a sensibilidade de dois exames. Um deles promete substituir os atuais testes rápidos da triagem inicial, enquanto outro, chamado Imunoblot, confirmará o diagnóstico. “O Brasil pode ser o primeiro país a utilizar essa tecnologia”, afirma Artur Couto, diretor de Bio-Manguinhos. O laboratório público aguarda autorização da Anvisa para começar a produzir esses exames e também planeja iniciar os testes do NAT, que será aplicado nas bolsas de sangue doado, podendo diminuir de 21 para dez dias a janela imunológica do HIV.