Com um corpo profissional qualificado e infraestrutura moderna, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) está ampliando suas atividades industriais. A unidade formalizou acordo de produção de Amoxicilina comprimidos 875mg, medicamento popularmente conhecido como Amoxil-BD, para a GlaxoSmithKline (GSK). O instituto, que já era referência em pesquisa, desenvolvimento e produção pública de medicamentos, pela primeira vez propõe-se a prestar serviços, como local de fabrico, para terceiros. Para cumprir essa atividade está sendo usado o excesso da capacidade fabril. A iniciativa abre perspectivas de novas parcerias com esta configuração.


 


A Amoxicilina comprimidos de 875mg vem sendo produzida no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), localizado em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro



Nesta primeira fase, foram fabricados sete lotes do antibiótico, num contrato que prevê a produção de 3,5 milhões de comprimidos revestidos no período de 12 meses. Segundo o diretor da unidade, Hayne Felipe, a iniciativa representa um passo importante para a instituição. “Além de ser uma alternativa interessante de atividade econômica, significa a abertura para a transferência de tecnologia de outros produtos da GSK, como, por exemplo, a Amoxicilina Suspensão e o composto Clavulin”, diz. “Pela primeira vez, estamos invertendo a mão: em lugar de procurarmos o setor privado para fazer algo para nós, são eles que nos acessaram. E, neste caso, trata-se de um gigante do setor farmacêutico mundial”, comemora Felipe.


Além disso, este processo significa uma oportunidade de aumentar a receita, reforçando o orçamento da unidade. E, futuramente, a ideia é que Farmanguinhos fabrique o medicamento com a sua própria marca, já que o antibiótico é um dos produtos da lista que compõe o programa Farmácia Popular do Brasil, da área de Assistência Farmacêutica do Sistema Único de Saúde (SUS).


O presidente da GlaxoSmithKline no Brasil, Cesar Rengifo, destaca este tipo específico de parceria e a possibilidade de transferência de tecnologia para a unidade. “O acordo reflete o nosso compromisso de estabelecer modelos de parcerias público-privadas que não sejam apenas viáveis economicamente, mas que contribuam para o desenvolvimento científico do país por meio de processos de transferência de tecnologia e conhecimento. Este é um legado que a GlaxoSmithKline está sempre preocupada em deixar onde quer que atue”. Rengifo ressalta ainda a capacidade técnica de Farmanguinhos. “Esta é a sétima parceria entre a GSK e a Fundação. Mais uma vez nos sentimos honrados em ter a Fiocruz, desta vez representada por Farmanguinhos, como parte de mais esta aliança, em que contamos com um parceiro de altíssimo nível de expertise técnico e excelência”, diz.


De acordo com o gerente de Projetos Industriais de Farmanguinhos, Alexandre Moore, o contrato tem duração de cinco anos e prevê a produção mensal de 400 mil comprimidos de Amoxil-BD. “Essa é uma demanda inicial, mas estamos prontos para produzir 900 mil unidades farmacêuticas por mês”.


Qualidade reconhecida


Para atender a esse compromisso, a Amoxicilina comprimidos de 875mg vem sendo produzida no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), localizado em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Certificada em Boas Práticas de Fabricação, a área é destinada exclusivamente à produção de fármacos à base de penicilina. “A parceria com a GSK comprova que Farmanguinhos tem nível de excelência tecnológica e de qualidade comparado aos laboratórios farmacêuticos reconhecidamente de alto padrão”, enfatiza Moore.


Anteriormente, o Amoxil-BD era produzido na fábrica da GSK no México. Para transferir a produção para Farmanguinhos, a multinacional solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a alteração do local de fabrico. Com o caminho aberto, foram fabricados quatro lotes-pilotos na primeira etapa, perfazendo um total de 700 mil unidades farmacêuticas para estudo de estabilidade. Os resultados mostraram que o medicamento atende às especificações da GSK e da legislação brasileira, com a preservação de suas características até o final do período de validade, de 24 meses.


Com isso, em junho de 2012 começou a produção em escala industrial. Até o momento, foram entregues sete lotes, o que equivale a mais de 1 milhão de comprimidos. A previsão é de que, até o fim deste ano, sejam fabricados mais 12 lotes, o que significa chegar a 1.952.844 comprimidos. Farmanguinhos tem buscado outros acordos de prestação de serviços. Além do antibiótico Clavulin da GSK, o instituto negocia com o laboratório francês Servier a possibilidade de fabricar o medicamento Daflon 1000, indicado para a circulação venosa.


Fonte: Fiocruz

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