Com tratamento garantido pelo SUS, mas enfrentando dificuldades de diagnóstico, o Brasil tem uma das poucas fabricantes mundiais do benznidazol, insumo do principal medicamento usado contra a doença

No Dia Mundial da Doença de Chagas, 14 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz um apelo para que esta infecção parasitária seja parte da estratégia de saúde primária dos governos. No Brasil, um dos grandes desafios está no monitoramento das regiões onde existem mais casos da infecção, no diagnóstico precoce e na acessibilidade ao tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A doença de Chagas (DC) é silenciosa. Seus sintomas se manifestam em fases mais avançadas e, por isso, ela representa um grande risco à vida dos infectados. Em 2022, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) contabilizou 1,2 milhão de casos no Brasil e mais de 5 milhões no mundo. Presente em toda a América Latina e em alguns países de clima tropical, a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi pode atingir outras regiões, a depender da presença do seu principal vetor, o inseto barbeiro. Recentemente, devido à globalização, passou a ser uma doença presente na Europa e na Ásia.

Mesmo com a contagem da OPAS, os dados sobre casos não registados podem variar, principalmente pela dificuldade de realizar diagnósticos em áreas remotas. Apesar da possibilidade de causar efeitos graves no coração, esta infecção parasitária pode ser tratada em suas fases iniciais por meio de medicamentos fornecidos pelo SUS.

“O maior problema da doença é a incerteza do número de pacientes, especialmente no Brasil. A falta de condições de diagnóstico ainda é um obstáculo complexo, principalmente em nível laboratorial”, comenta Marcus Soalheiro, vice-presiente da Nortec Química, maior fabricante de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da América Latina.

Insumo nacional

Atualmente, a Nortec Química é única empresa brasileira e uma das poucas no mundo que fabrica o IFA benznidazol (BZN), sendo sua produção de aproximadamente 150kg por ano, decorrente de um projeto tecnológico fruto de parceria com a farmacêutica suíça, Roche.

“A produção do benznidazol é uma das várias linhas estratégicas essenciais para o país. Este medicamento é distribuído gratuitamente pelo SUS e visa diminuir os impactos da doença de Chagas na população. No entanto, precisamos avançar na compreensão do cenário socioeconômico que leva à proliferação do inseto transmissor, bem como no acesso às mais diversas populações que precisam desse tratamento”, comenta Marcelo Mansur, CEO da Nortec Química.

Em 2020, foi lançado o Consórcio Chagas, que visa diagnosticar, tratar e cuidar integralmente mulheres e recém-nascidos que vivem com a DC. O Consórcio é coordenado pela Fiocruz e envolve quatro países endêmicos da América Latina: Bolívia, Colômbia, Paraguai, além do Brasil.

Em decorrência deste estudo e, com base em recentes estudos clínicos que apontam a eficácia do benznidazol para o tratamento da enfermidade, há expectativa de aumento significativo da demanda pelo uso de BNZ, por isso, a Nortec Química se compromete em estar preparada para auxiliar seus país mais uma vez.

Sobre a Nortec Química     

A Nortec Química é a maior fabricante de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da América Latina, investindo em Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação em seus processos. A Companhia é a única produtora de benznidazol no Brasil, IFA utilizado no tratamento da Doença de Chagas e é a maior produtora de Antirretrovirais do Ocidente. A relevância da Nortec Química no cenário mundial permanece com o aumento da capacidade produtiva e na atuação em P&D com o projeto de instalação da Primeira Planta para Drogas de Alta Potência, contribuindo com soluções tecnológicas para a melhoria do bem-estar, da vida e da saúde das pessoas. A empresa foi fundada na década de 80 em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.   

Divulgação Nortec Química

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