Entrega de vacinas poliomielite oral, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela gera impactos positivos para a situação epidemiológica do país

A Fundação Oswaldo Cruz, através do Instituto de tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), intensificou a produção de vacinas mesmo diante do cenário da pandemia da COVID-19 e a garantia de fornecimento para que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde possa obter êxito em suas metas de cobertura vacinal na Campanha de Multivacinação 2020.

Lançada em 02 de outubro, a Campanha de Multivacinação tem como foco conscientizar a população sobre a importância da vacina para a proteção contra diversas doenças e a atualização das cadernetas infantis, especialmente para a prevenção da poliomielite e do sarampo – enquanto prossegue a necessidade de imunização da população adulta (até 49 anos) para sarampo e de locais específicos para febre amarela.

A Campanha Nacional de Multivacinação (5 a 30 de outubro) faz parte do movimento Vacina Brasil lançado pelo Ministério da Saúde em abril de 2019 a fim de ampliar as coberturas vacinais. Neste cenário, Bio-Manguinhos/Fiocruz reafirma seu compromisso com a saúde pública e principal fornecedor do Programa Nacional de Imunizações garantindo o cumprimento das entregas das vacinas durante todo o período da pandemia. 

Em todo o ano de 2020, Bio-Manguinhos fornecerá ao PNI mais de 100 milhões de doses das vacinas que compõem seu portfólio: Poliomielite oral, Poliomielite inativada, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), Tetravalente viral (Sarampo, caxumba, rubéola e varicela), Febre amarela, Rotavírus e Pneumocócica. São destaques de fornecimento específicos para a Campanha, em resposta às situações epidemiológicas mais críticas:

• Poliomielite oral (gotas): 19,68 milhões de doses.

• Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): 15,99 milhões de doses

• Febre amarela: 2,79 milhões de doses.

‘Dia D’ será em 17 de outubro

O Ministério da Saúde começou a veicular peças publicitárias sobre a campanha, usando o conceito “Movimento Vacina Brasil. É mais proteção para todos”, alertando para a necessidade de atualização das cadernetas de vacinação da população brasileira. O chamado “Dia D” de divulgação e mobilização nacional será no sábado (17), nos mais de 40 mil postos de vacinação em todo o Brasil. 

Reduzir os bolsões de não vacinados e impedir a reintrodução do poliovírus

Em 24 de outubro se comemora o Dia Nacional de Combate à Poliomielite. O personagem Zé Gotinha foi criado no início da década de 1980 para a campanha de vacinação contra a pólio, de forma a tornar a vacina mais atraente para as crianças. Em sua coletiva de anúncio da campanha, o Ministério da Saúde informou a necessidade de cerca de 11 milhões de crianças de um ano a menores de 5 anos de idade serem vacinadas com a vacina poliomielite oral, desde que já tenham recebido as três doses da vacina poliomielite inativada. O Ministério da Saúde espera vacinar pelo menos 95% das crianças.

A pasta informou que “com a realização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, o Brasil reafirma o compromisso internacional assumido de manter o país livre da doença. O Brasil não detecta casos desde 1990. Em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente com os demais países das Américas. Desde então, o país tem trabalhado para atingir a meta dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde para manter o país livre da doença”. 

Segundo a pasta, “as coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas e pode levar a formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus. Dessa forma, a campanha se justifica para reduzir os bolsões de não vacinados e proteger a população contra a doença. Atualmente, no cenário global da poliomielite, existem dois países endêmicos (Paquistão e Afeganistão). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 01 de janeiro a 29 de setembro de 2020, apresentam 121 casos registrados, sendo 47 no Afeganistão e 74 no Paquistão”.

Sarampo já infectou quase 8 mil brasileiros em 2020

No Brasil, entre as semanas epidemiológicas 01 a 37 de 2020 (de 29 de dezembro de 2019 a 12 de setembro de 2020), foram confirmados 7.939 casos de sarampo, e ainda estavam em investigação 618. Os registros ocorreram em 21 unidades da federação. Destas, 16 interromperam a cadeia de transmissão do vírus e cinco mantêm o surto ativo: Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Amapá. São os mesmos cinco estados que concentram 97,1% dos casos: 7.712. Dos 7 óbitos por sarampo, cinco ocorreram no Pará, um no Rio de Janeiro e um em São Paulo.

Febre Amarela circulou recentemente no Sul do país

O número de macacos mortos por febre amarela em Santa Catarina chegava a 86 em 2020, de acordo com boletim epidemiológico[1] divulgado em 23/09 pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), segundo a qual “o vírus continua circulando no Estado”. Em humanos, 17 casos de já foram registrados em 2020, onde duas pessoas morreram. Uma em Indaial e uma em Camboriú. No Paraná, boletim epidemiológico[2] publicado em 10 de junho pela Secretaria de Saúde estadual informava novos casos de mortes de macacos contaminados pelo vírus da febre amarela. As epizootias foram registradas em municípios que fazem parte das Regionais de Saúde de União da Vitória e de Pato Branco. Entre julho de 2019 e 5 de junho de 2020, foram 298 mortes confirmadas de macacos contaminados pela febre amarela. Não havia confirmação de casos em humanos no período.

 

Divulgação Bio-Manguinhos

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