Com produtos presentes em 29 países, a Aché, empresa 100% brasileira, tem receita de R$ 3,4 bilhões, investe em plano de expansão e lança novas marcas.
Segundo o dito popular, o que não tem remédio, remediado está. Mas não para a gigante farmacêutica Aché. Empresa 100% brasileira, com mais de 50 anos de história e 5 mil funcionários, a companhia, assim como milhões de brasileiros, se viu em face de um vírus mortal que mudou a dinâmica do mundo. Mas não esmoreceu. Adaptou-se ao chamado novo normal, correu para manter o ritmo de produção e já anuncia entrada em novos mercados. Tudo ao mesmo tempo em que colabora com pesquisas cujo objetivo é livrar o mundo da Covid-19, se preocupa com inclusão social e trabalha para bater os resultados pujantes obtidos em 2019, que lhe renderam o prêmio de melhor empresa do setor Farmacêutico, Higiene e Limpeza, do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020.
A capacidade de lidar com várias frentes está no DNA da Aché. Com cinco plantas industriais, a empresa lança, em média, 38 produtos ao ano, e fechará 2020 com quase 360 marcas. Segundo a presidente da companhia, Vânia Nogueira de Alcantara Machado, esse contingente de produtos cobre 142 classes terapêuticas e 18 especialidades médicas. “Nossas marcas estão presentes, por meio de alianças estratégicas, em 29 países na América Latina, África, Ásia e Europa”, disse. Neste ano, já foram 25 novos produtos lançados até julho e outros 11 chegarão ao mercado até dezembro. “Hoje, temos 194 projetos com perspectiva de execução até 2025”. Além disso, a executiva confirmou que a companhia entrará em breve no segmento de oftalmologia, como parte de um projeto para ganhar espaço nos poucos ramos em que ainda não atua. Para implantar esse projeto ambicioso e que antecede a pandemia, a empresa iniciou a construção da segunda fase da sua fábrica em Pernambuco, com capacidade instalada de 700 milhões de unidades por ano. Em setembro, a companhia inaugurou o primeiro laboratório voltado para análise de dados em big data e Inteligência Artificial.
Vânia Nogueira de Alcantara Machado Empresa: Aché Cargo: Presidente Principal realização da gestão: Dar continuidade ao desenvolvimento científico – produzido e conduzido no Brasil – e melhorar a qualidade de vida das pessoas no mundo.
Em 2019, mesmo com a economia ainda pegando no tranco, a Aché apresentou resultados operacionais robustos. A empresa bateu receita líquida de R$ 3,4 bilhões, com crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior. O Ebtida somou R$ 1,1 bilhão, com margem de 32,3%, enquanto o lucro líquido atingiu R$ 721,3 milhões, alta de quase 19% em relação a um ano antes. Segundo Vânia, no ano passado a empresa destinou R$ 90 milhões em renovação de portfólio e lançou 35 produtos. Ainda em 2019, inaugurou a primeira fase da fábrica em Pernambuco e adquiriu 100% da Melcon Indústria Farmacêutica, especializada no desenvolvimento e na produção de medicamentos hormonais em Goiás.
Tudo caminhava muito bem, até a chegada da Covid-19 tornar as metas da empresa ainda mais desafiadoras. Segundo Vânia, um dos principais obstáculos deste ano reside na obtenção dos insumos farmacêuticos ativos (Ifas). “As dificuldades com os Ifas nos chamaram a atenção para a necessidade de buscar uma variedade maior de fornecedores”, disse a executiva, destacando a alta do câmbio como outro fator que tornou 2020 bem mais difícil do que 2019.
Quando a pandemia do coronavírus se espalhou pelo mundo, a Aché correu para entender onde e como poderia ajudar. Do ponto de vista de contribuição em pesquisa, a companhia investiu no desenvolvimento de medicamentos que poderiam minimizar os sintomas da pandemia. De acordo com a executiva, esse tipo de iniciativa global, e que torna concorrentes de mercado em parceiras no desenvolvimento humano, foi uma das lições mais bonitas que essa trágica doença trouxe ao mundo. Em relação ao Brasil, a Aché realizou doações de medicamentos e equipamentos de proteção individual para serem distribuídos nos estados e municípios mais atingidos pela pandemia, além de hospitais e comunidades carentes.
“Mantivemos um relacionamento estreito com o poder público e quintuplicamos nossa capacidade de produção de anestésico.” No caso da dexametasona, medicamento cujo desenvolvimento teve a contribuição da Aché e é usado em pacientes graves de Covid-19, os resultados foram tão proeminentes que levaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a emitir uma diretriz, sugerindo o uso da medicação em casos agudos. Nessa corrida contra o tempo, pela vida e por um mundo melhor, a Aché contraria o dito popular e prova que o que não tem remédio, logo terá.
As melhores
1. ACHÉ LABORATÓRIOS 432,03 PONTOS
2. EUROFARMA 427,33 PONTOS
3. ROCHE 394,75 PONTOS
Fonte: IstoÉ Dinheiro