IX SIPID: Investimento em inovação impulsiona setor farmacêutico

O investimento em pesquisa e em estratégias de inovação é fundamental para o desenvolvimento de novos produtos no setor farmacêutico. Quando aliado a uma boa estratégia de propriedade intelectual, os resultados costumam ser positivos para a indústria e também para o consumidor, que passa a ter mais opções de produtos para a saúde. Com essa perspectiva, o IX SIPID – Seminário Internacional Patentes, Inovação e Desenvolvimento traz amanhã, 18/09, o painel “A Propriedade Intelectual como Ferramenta para Geração de Inovação”. Nele, o diretor de biotecnologia do Cristália, Marcos Alegria, e o diretor do Núcleo de Inovação Radical do Aché, Cristiano Guimarães, apresentam as estratégias de inovação implantadas pelos dois laboratórios e os resultados positivos que vêm sendo obtidos.

Casos de inovação

No caso do Cristália, o destaque é a descoberta de um microrganismo da biodiversidade brasileira capaz de produzir a colagenase, enzima utilizada na fabricação de produtos destinados ao tratamento de queimaduras e feridas. A descoberta da enzima foi o ponto de partida para o surgimento de um novo projeto de inovação.

O que surgiu como forma de contornar a escassez da molécula no mercado global hoje vem permitindo à companhia a realização de outros estudos para a identificação de moléculas ainda desconhecidas que possuam fins terapêuticos. O foco principal é o desenvolvimento de novos antibióticos. “A história da colegenase é o gancho para essa nova vertente que culminou nesse novo projeto. Nós já temos uma série de moléculas candidatas, que são moléculas inéditas que agora passam para etapas de testes in vivo, ainda iniciais”, conta Alegria.

Já o Aché incluiu a inovação entre os pilares estratégico do planejamento estratégico 2015-2030. Desse planejamento surgiu o Núcleo de Inovação, que integra as diretorias de Inovação Radical e de Inovação Incremental, além de outras três diretorias com papel importante em P&D. No núcleo de Inovação Radical, o foco é a busca por novos princípios ativos, que se divide em três plataformas: medicamentos sintéticos, fitoterápicos e biológicos.

O núcleo de Inovação Incremental do Aché tem como objetivo desenvolver produtos farmacêuticos a partir de princípios ativos aprovados por agências regulatórias, para responder a necessidades ainda não atendidas tanto de consumidores, como de profissionais de saúde. Por meio da aplicação de tecnologia farmacêutica a moléculas já existentes no mercado, são desenvolvidos produtos com melhorias incrementais como novas associações, formulações e novas formas farmacêuticas.

Inovação e PI

Para os dois diretores, a propriedade intelectual é elemento importante no estímulo à inovação. Alegria chama atenção para a necessidade de um ambiente científico propício para a geração de patentes. “Desse modo, você pode partir de propriedades de terceiros que já estão protegidas ou já expiraram seu prazo de exclusividade e a partir daí ter componentes técnicos que permitam gerar inovação, juntando informações pré-existentes com outras geradas dentro da própria instituição ou em colaborações”, explica o diretor de biotecnologia do Cristália.

Já Guimarães defende a importância de se pensar a propriedade intelectual no âmbito internacional. “É necessário ter uma boa estratégia global de proteção das inovações radicais e incrementais mencionadas acima, adaptando-se a cultura e práticas de proteção de propriedade intelectual em cada um desses territórios, atentando-se também ao timing para depósitos de pedidos de patente, num equilíbrio entre tempo de exploração no mercado e garantia de atividade inventiva”, argumenta o diretor do Núcleo de Inovação Radical do Aché.

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