As patentes depositadas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e em órgãos de outros países permitem identificar tendências que estão moldando o futuro da tecnologia.
O primeiro passo para a empresa garantir vantagem competitiva é investir no acompanhamento dos pedidos e das patentes concedidas no INPI.
Existem técnicas específicas para descobrir novas invenções, ver aquelas que estão em domínio público e monitorar os investimentos dos concorrentes em pesquisa e desenvolvimento.
A seguir, vamos mostrar como é possível explorar os benefícios do monitoramento de patentes. Na sequência, daremos exemplos de tendências tecnológicas nas indústrias de defensivos agrícolas, biodiversidade, saúde humana e saúde animal.
Quais informações são obtidas nas patentes?
As patentes contam com documentos que revelam os detalhes sobre como as invenções foram criadas, de forma que outros possam reproduzi-las.
Abrir o conhecimento para a sociedade é a contrapartida da proteção de uma patente, que assegura exclusividade de exploração da tecnologia por 20 anos.
Os dados obtidos nos documentos de patentes têm baixo custo se comparados à riqueza das informações obtidas e sua extensa utilização. E apresentam informações sobre tecnologias ainda pouco divulgadas.
Nos documentos de patentes, é possível pesquisar:
- Palavra-chave: descreve o campo da tecnologia;
- Inventores: pessoas envolvidas na invenção;
- Empresas: campo que possibilita entender as estratégias dos concorrentes ou identificar negócios candidatos a parcerias;
- Classe: corresponde às áreas de tecnologia das patentes;
- Data de depósito: permite calcular o tempo de vigência da patente (20 anos contados da data de depósito);
- Alternativas de produtos e processos: rotas e constituintes possíveis para o desenvolvimento de uma tecnologia.
Produtos de saúde, da biodiversidade e agrotóxicos: exemplos das tendências vistas nas patentes
Uma pesquisa em bases de dados de patentes aponta para onde caminham as inovações na indústria de química fina, por exemplo. Confira algumas das tendências.
Nas áreas da saúde humana e animal, destacam-se a genômica e a terapia genética, que vão possibilitar tratamentos personalizados. A medicina regenerativa promete a recuperação de lesões graves. E a inteligência artificial vai ajudar no diagnóstico precoce de doenças e na tomada de decisões clínicas.
Os produtos desenvolvidos com insumos da biodiversidade contarão com novas técnicas. A nanotecnologia pode aumentar a eficácia dos compostos bioativos presentes nas plantas. A metabolômica busca identificar compostos bioativos em plantas e entender como interagem com o organismo humano. E a biotecnologia tem o potencial de produzir compostos bioativos em grande escala.
Já as empresas de defensivos agrícolas – que fabricam agrotóxicos e reguladores de crescimento das plantas – apostam, por exemplo, na tecnologia de RNAi (interferência de RNA). Ela é usada para inibir a expressão de genes em pragas e doenças que afetam as culturas.
Há ainda os microbials, microorganismos benéficos aplicados em produtos para combater pragas e doenças, melhorando a saúde do solo e das plantas. Além dos biopesticidas, produtos nanotecnológicos e inteligência artificial para analisar dados de campo e prever a melhor época para aplicar os produtos.
Propriedade intelectual protegida ou domínio público?
O monitoramento de patentes ajuda a evitar possíveis violações de propriedade intelectual, permitindo que as empresas possam se proteger de ações judiciais devido a alguma infração de patente.
Ao mesmo tempo, acompanhar os pedidos de patente em andamento é fundamental para verificar se terceiros estão tentando proteger tecnologias que violem os direitos da empresa.
Além disso, o monitoramento permite identificar patentes que já estão em domínio público – que já expiraram ou foram indeferidas ou arquivadas. Isso significa que as empresas poderão utilizá-las livremente em novos desenvolvimentos.
Prospecção tecnológica para inovar
A prospecção tecnológica é uma estratégia para inovar, pois objetiva mapear avanços científicos e tecnológicos. Uma das formas de fazer isso é monitorar patentes. Diferentes estratégias podem ser aplicadas nos negócios a partir desse valioso estudo.
As empresas podem usar as informações das patentes que lhe interessam para desenvolver novos produtos e comercializá-los quando a proteção expirar. Ou, ao contrário, podem evitar gastos desnecessários com produtos já existentes.
Podem, ainda, identificar novos mercados, ameaças ao negócio ou tendências em pesquisa e desenvolvimento, de forma a se prepararem para cenários de mudanças.
A documentação de patente é uma fonte importante de pesquisa. Estima-se que 70% das informações tecnológicas contidas nesses documentos não são encontradas em outro lugar.
Muitas vezes, explorar os dados obtidos nas patentes é a única forma de iniciar um processo de invenção.
Transferência de tecnologia para competir
O monitoramento de patentes pode até identificar oportunidades para firmar contratos de transferência de tecnologia.
O processo pode ser realizado de várias maneiras, incluindo a venda ou o licenciamento de patentes. Também pode acontecer por meio de contratos de pesquisa e desenvolvimento, da formação de joint ventures e de acordos de colaboração para inovação aberta.
A transferência de tecnologia pode ajudar as empresas a se adaptarem às mudanças nas demandas dos consumidores e nas tendências do mercado, permitindo que elas permaneçam competitivas e relevantes.
Invista em um bom monitoramento de patentes
As patentes e os pedidos de patente no INPI, assim como em outros escritórios no mundo, oferecem uma visão fascinante das tendências tecnológicas que moldarão o futuro.
Desde a inteligência artificial até a sustentabilidade, as empresas estão investindo em tecnologias inovadoras para impulsionar o crescimento e a competitividade em um mercado global cada vez mais acelerado.
Para aproveitar as oportunidades desse mundo em transformação, vale a pena as empresas investirem em bons produtos para monitorar as patentes.
A ABIFINA oferece o serviço de Monitoramento de Pedidos de Patentes (MPPs), que traz levantamentos por área de interesse da química fina.
Sete setores são contemplados: produtos farmacêuticos de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS), medicamentos registrados no FDA, medicamentos da biodiversidade, medicamentos biossimilares, produtos com cannabis, defensivos agrícolas e medicamentos e dispositivos para a saúde animal.
Os Monitoramentos de Pedidos de Patentes da ABIFINA mostram as patentes concedidas e suas respectivas datas de vigência, os titulares, o objeto reivindicado e/ou protegido e os compostos ativos utilizados em cada invenção.
Também permitem consultar as patentes ou pedidos cujos conteúdos estão em domínio público.
Todos os MPPs são atualizados semanalmente de acordo com as publicações da Revista da Propriedade Industrial (RPI).