A necessidade de reindustrialização para a garantia da soberania sanitária do país e as oportunidades do Programa Gás para Empregar, do Governo Federal, para a indústria da química fina foram o foco do debate da última reunião do Conselho Administrativo da ABIFINA, na quinta, 29 de junho. Para debater os temas, o Conselho recebeu o secretário de Desenvolvimento Industrial, Comércio Serviços e Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira Lima, e a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE) do Ministério de Minas e Energia (MME) Suzana Borschiver.

Moreira iniciou reforçando a importância do tema reindustrialização para o atual governo e apontou os desafios do processo, que são realidade também para outros países. “Do ponto de vista empírico, histórico, nenhum país passou por esse processo de reindustrialização. Países europeus e países asiáticos que passaram pela desindustrialização, embora tenham reduzido a participação da indústria como proporção do PIB e na geração de emprego, não perderam densidade produtiva”, alerta.

O Secretário também enfatizou a necessidade do fortalecimento das cadeias produtivas nacionais para o novo governo e garantiu que o Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS) e a própria indústria da química fina fazem parte das missões estabelecidas para a nova política industrial e estarão contemplados pelo novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). “Temos um Complexo Industrial da Saúde extremamente relevante, porque não representa apenas estruturas produtivas, geração de emprego de alta qualificação e alta renda, mas também salva vidas. Dentro da perspectiva de missões (do MDIC), um dos nossos desafios é que a politica industrial tenha legitimidade social para além da geração de empregos, e o Complexo da Saúde é o melhor exemplo disso”, frisou.

Ele também se comprometeu a levar ao Ministro Geraldo Alckmin (MDIC) o pedido para que a ABIFINA possa integrar, as reuniões de trabalho do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

Após a fala do Secretário, os membros do Conselho reforçaram a capacidade da indústria da química fina em responder às demandas produtivas da sociedade brasileira. “Não partimos do zero, temos histórico e competência. Buscamos ampliação e inovação para galgar outros passos”, afirmou o presidente-executivo da ABIFINA, Antonio Carlos Bezerra.

Já Borschiver, que é professora da Escola de Química da UFRJ, falou da atuação do CNPE e apresentou a agenda política para uso do gás natural como matéria prima, materializada no Programa Gás para Empregar, e as respectivas oportunidades para a indústria da química fina. De acordo com ela, o objetivo do Programa é possibilitar um maior aproveitamento do gás natural resultante da extração de petróleo, ampliando a oferta desse combustível no país a preços mais competitivos.

Na sua visão, as oportunidades para a indústria da química residem no fato de que o gás natural é não só fonte de energia, como insumo estratégico na fabricação de diversos produtos, como fertilizantes e defensivos agrícolas. “O gás natural possui papel importante na indústria química, seja como matéria-prima para fertilizantes nitrogenados, para fazer o metanol, o eteno, que vão entrar nos nosso processos”, argumentou.

A integrante do CNPE abordou também as possibilidades da economia circular para a química fina e a importância de se pensar no chamado “trilema energértico”, que inclui a segurança, a equidade e a sustentabilidade energética. “Temos que pensar em disponibilizar aquela energia, no preço daquela energia, distribuir para todos e assegurar que a gente sempre vai ter essa oferta de energia”, explicou.

Prêmio Alcebíades de Mendonça Athayde

Prêmio Alcebíades de Mendonça Athayde 2023

Na ocasião, foi entregue a 7ª edição do Prêmio Alcebíades de Mendonça Athayde de Mérito Industrial, concedido ao diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça. A homenagem foi dada pelo presidente da ABIFINA, Marcus Soalheiro.

Mendonça foi escolhido por sua trajetória profissional de quase 30 anos na indústria farmacêutica. Há seis anos à frente do laboratório vinculado à Fiocruz, o dirigente desempenha papel fundamental no fornecimento e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS). Sua atuação é especialmente notória na fabricação de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) estratégicos e no estabelecimento de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) voltadas à inovação.

“É uma honra Farmanguinhos ganhar esse prêmio através de mim, por a gente conseguir no meio de tantas empresas grandes e concorrentes que sabem e conhecem muito o mercado”, agradeceu Mendonça.

O Prêmio Alcebíades de Mendonça Athayde de Mérito Industrial é concedido anualmente pela ABIFINA a empresários, dirigentes públicos e personalidades que se destacam na indústria brasileira.

Ao final do evento, a ABIFINA festejou seus 37 anos com um coquetel de confraternização. “Temos uma trajetória sólida em prol da indústria brasileira e da produção nacional”, celebrou Bezerra”

Momentos

ABIFINA apresenta iniciativas ambientais, sociais e de governança de seus associados
Anterior

ABIFINA apresenta iniciativas ambientais, sociais e de governança de seus associados

Próxima

ABIFINA participa da 2ª reunião de Plenária do GIPI

ABIFINA participa da 2ª reunião de Plenária do GIPI