Na última terça-feira, dia 15 de junho, a ABIFINA participou do bate-papo virtual “GT-Farma: Tecnologia e Inovação a favor da saúde”, organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Aberto ao público em geral, o evento apresentou as ações realizadas pelo grupo de trabalho criado em 2020 pelo MCTI e debateu os desafios e as oportunidades do setor da Saúde no Brasil para geração de inovações e novas tecnologias que beneficiem a população e o desenvolvimento da indústria nacional.

A ABIFINA foi representada por seu presidente-executivo, Antonio Bezerra, que defendeu o uso do poder de compras do Estado e a necessidade de recuperação das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) como formas de estimular o setor. “Precisamos de previsibilidade, do poder de compras do Estado – e as vacinas são exemplo claro disso -, das encomendas tecnológicas, e das PDPs, que precisam ser recuperadas e que dariam incentivo grande tanto na produção dos produtos finais, quanto dos próprios IFAs”, afirmou.

O dirigente destacou ainda a importância da liderança do MCTI na articulação do setor por meio do GT, em especial a interlocução com diferentes entes do governo federal, como os Ministérios da Economia, da Defesa e da Saúde. “Essas parcerias são fundamentais para equacionar os gaps da indústria”, concluiu. A ABIFINA integra o GT Farma desde sua criação, em junho de 2020.

Coordenando o evento, o Ministro Marcos Pontes ressaltou a importância estratégica da indústria da Saúde, cuja atuação contribui para o desenvolvimento de conhecimento e de riquezas e, consequentemente, com a melhora da qualidade de vida da população.

O secretário de Empreendedorismo e Inovação, Paulo Alvim, lembrou os esforços do governo para dar marcha à formação de uma rede de articulação entre os diversos atores do segmento da Saúde. “Uma das nossas ações é pôr a infraestrutura de conhecimento e a capacidade laboratorial do país à disposição do setor empresarial”, disse. Alvim defendeu também a criação de mecanismos diferenciados para mitigar os riscos do setor. “Precisamos ir além de mecanismos de valorização, para não perdermos a janela de oportunidade”, afirmou.

Já o secretário de Pesquisa e Formação Científica, Marcelo Morales, frisou a necessidade de se aproximar a indústria da comunidade científica brasileira. “Na área de desenvolvimento de produtos farmacêuticos, a gente precisa seguir um rito desde a pesquisa no laboratório até que esse conhecimento chegue ao beneficio da população. É um processo complexo e tem que ter envolvimento do setor empresarial junto do pesquisador, além do MCTI”, argumentou.

Para o presidente do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, a indústria farmacêutica e de insumos tem caráter estratégico e pode tornar o país um player internacional importante. “Boa parte das vacinas já pode ser feita no Brasil, e nossas indústrias já estão produzindo anticorpos monoclonais. Certamente temos chance de ter nessa indústria uma espécie de nova Embraer brasileira”, apostou. Arcuri ressaltou ainda importância de uma regulação forte que garanta previsibilidade e segurança jurídica.

A necessidade de financiamento de longo prazo foi pautada pelo presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), Norberto Prestes. Para ele, a indústria brasileira tem muito a avançar, mas o desenvolvimento leva tempo. “É um trabalho de longo prazo. Espero voltar daqui dez anos e dizer que o Brasil aumentou sua produção de IFAs”, encerrou.

Também participaram do evento o coordenador-Geral de Tecnologias Habilitadoras do MCTI, Felipe Bellucci, a CEO da Farmacore Biotecnologia, Helena Faccioli, o diretor-executivo da Associação Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Tada, e o presidente do Conselho da Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), José Correia da Silva.

 

Programa Pró-Pesquisa-Covid-19

Durante a transmissão, foi anunciada a aprovação do Projeto de Lei 1208, de 2021, que cria o Programa Pró-Pesquisa-Covid-19 enquanto durar a emergência de saúde pública decorrente da pandemia de Covid-19. A autoria é de Carlos Jordy – PSL/RJ. O projeto segue para aprovação no Senado.

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