O Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (ISAGS), órgão vinculado à UNASUL, realizou nos dias 17 e 18 de outubro, a oficina “Acesso, Desenvolvimento Industrial e Inovação em Saúde” que contou com a participação de representantes dos Ministérios da Saúde e dos Ministérios de Ciência e Tecnologia dos países membros da Unasul, além de convidados de organismos internacionais e de profissionais ligados à indústria de medicamentos.
A sessão inaugural da oficina foi conduzida pelo ex-ministro da Saúde, atualmente diretor executivo do ISAGS, José Gomes Temporão, e contou com palestra do Secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos para a Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O secretário iniciou a apresentação afirmando que o seu objetivo é aprofundar a articulação entre acesso a sistemas de saúde e a inovação tecnológica, pois “não há desenvolvimento fazendo-se mais do mesmo”.
Para Gadelha, o tema não é novo e remete aos teóricos do desenvolvimento como Celso Furtado e Raúl Prebisch, que já apontavam a importância da inovação nesse sentido. O tema, no entanto, adquire relevância ainda maior na atualidade, e “cada vez mais é preciso haver alta tecnologia para o desenvolvimento de sistemas universais de saúde”.
Segundo o secretário, não há saúde como cidadania se não existe uma base produtiva que leve ao acesso à saúde. “As ordens social e econômica são dois lados da mesma moeda. Não é possível avançar na ordem social se não houver avanço na ordem econômica”, afirmou. Para isso, ele acredita que o caminho é associar políticas de financiamento, propriedade intelectual e avanço tecnológico para gerar inovação, desenvolvimento e acesso.
A oficina contou ainda com cinco painéis temáticos de discussões com a participação de pesquisadores, economistas e especialistas da área da saúde. Entre eles, o diretor de Propriedade Intelectual da ABIFINA, Reinaldo Guimarães, foi palestrante no painel “Políticas Públicas em Saúde”. Já o 1º vice-presidente da entidade, Nelson Brasil, coordenou o painel “Estrutura de produção: desenvolvimento industrial articulado com o interesse público”.
De acordo com Nelson Brasil, é preciso buscar um projeto de integração na área da saúde com objetividade, visando aproveitar vocações locais de países e atender todo o mercado. “A base para tudo isso se chama confiança recíproca. Se não houver uma efetiva compreensão da importância de nós sermos solidários, companheiros de uma mesma empreitada, não vai resultar em nada”, disse o vice-presidente.
Para ler os textos de referência elaborados na oficina acesse: http://bit.ly/TallerADIIS
(Fonte: ABIFINA com informações ISAGS)