A qualidade das patentes de todas as partes do mundo registradas na Europa teve uma queda média de 20% no período de 2000 a 2010, na comparação entre 1990 e 2000, diz relatório elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).


Nota divulgada pela organização, conjuntamente com o relatório, afirma que “a corrida para o registro de qualquer aperfeiçoamento mínimo” está sobrecarregando os escritórios de patente e atrasando a chegada ao mercado de inovações realmente significativas.


O texto explica que o “índice de qualidade” de uma patente é definido a partir do número de citações que o registro recebe, de pedidos de renovação e de países em que é apresentado. O objetivo da formulação do índice é capturar “o valor econômico e tecnológico” das inovações.


“Esses indicadores são considerados medidas significativas da produtividade da pesquisa, e têm correlação com o valor social e privado das invenções patenteadas”, prossegue o relatório, que analisou não só os países-membros da OCDE, mas também economias emergentes como Brasil, China e Índia.


A queda na qualidade média veio acompanhada, ainda, por uma queda na dispersão desse indicador – isto é, na diferença que separa as melhores das piores patentes. Também caiu a diferença de média de qualidade da inovação entre os países no topo e no fim do ranking das melhores patentes: a separação, que era de 15% na década de 90, reduziu-se a 9% no período 2000-1010.


As patentes mais úteis, de acordo com o total de citações recebidas, são as registradas por inventores de Estados Unidos, Alemanha e Japão. Mas a hegemonia vem se enfraquecendo: em 1996, da elite de 1% das patentes mais citadas, 70% vinham desses três países. Em 2000, essa proporção havia se reduzido a 60%.


O relatório, intitulado The Science Technology and Industry Scoreboard 2011, nota que os países nórdicos, Índia, China e Coreia do Sul vêm ganhando espaço no ranking.


Qualificação e P&D


O trabalho da OCDE também analisou a qualidade das patentes por área de aplicação. As melhores patentes foram concedidas para os setores de energias alternativas – principalmente solar e eólica – e as piores são as dos setores médico, químico, farmacêutico e biotecnológico.


O “índice de qualidade” de uma patente é definido a partir do número de citações que o registro recebe, de pedidos de renovação e de países em que é apresentado O país que mais investe em pesquisa e desenvolvimento (P&D) ainda é os Estados Unidos, com US$ 400 bilhões aplicados em 2008. Logo atrás vem a China, investindo o equivalente a um terço do total americano, seguida de perto pelo Japão. Todos os países da União Europeia, somados, chegam a US$ 300 bilhões.


O relatório lembra que os gastos com pessoal são, na maior parte das economias nacionais, os maiores dos orçamentos de P&D. “Isso explica”, diz o texto, “a relação bem próxima entre gasto em P&D, como fração do PIB, e o número de pequisadores como fração do total de trabalhadores”.


O país que mais investe em P&D, em termos de proporção do PIB, é Israel, com mais de 4%, seguido pela Finlândia, com 3,96%. Nesse pais, cerca de dez trabalhadores,em cada grupo de mil empregados no setor privado, atua em P&D. Em Israel, a proporção é de 6,7. A média da OCDE é de 4,8.


A OCDE destaca a importância da formação de doutores para a manutenção do ritmo de inovação. “Pós-graduados de doutoramento são agentes-chave para a pesquisa e a inovação (…) são considerados os melhor qualificados para a criação e difusão do conhecimento científico”, diz o texto.


Os países com maior proporção de doutores, na faixa etária considerada de referência, em 2009, eram Suíça (3,4%), Suécia (3,0%) e Portugal (2,7%). O maior crescimento na década foi o português, já que em 2000 o país só contava com 1% de doutores. Ainda no caso de Portugal, mais de 60% dos titulados são mulheres, ante 46% na média da OCDE. O Brasil, em comparação, tem 0,4% de doutores, sendo 52% do sexo feminino.


Avanço chinês


Os dados publicados no relatório também indica avanços da Ásia no mundo acadêmico, principalmente no desenvolvimento de pesquisas na área de ciência.


Como destacou o blog da revista Nature, em sua análise dos números da OCDE, embora os EUA ainda abriguem 40 das 50 universidades onde são escritos os artigos acadêmicos mais citados, mundialmente – as outras dez ficam na Europa – a China abriga seis das 50 universidades mais citadas nos campos de farmacologia, toxicologia e farmacêutica. E a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong é uma das melhores do mundo em computação, engenharia e química.


No mesmo dia em que a OCDE divulgou seu relatório, a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) publicou um resumo estatístico dos pedidos de patentes registrados, em escala mundial, em 2009, último ano para o qual já existem dados completos.


O trabalho da OMPI registra que EUA, Japão e China respondem por 60% do total de pedidos de patente apresentados em 2009. Mas, equanto o Japão assistiu a uma queda de quase 11% no total de pedidos, em relação a 2008, e os EUA viram o número permanecer estável, a China teve um aumento de 8,5%.


Em 2009, em termos absolutos, a China teve aproximadamente 314.000 pedidos de patente, ante 465.000 dos Estados Unidos e 348.000 do Japão.



(Fonte: Inovação Unicamp – 23/09/2011)

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