Por Rodrigo Pedroso | De São Paulo


A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) terá R$ 5 bilhões para emprestar a micro, pequenas e médias empresas que apresentarem planos de desenvolvimento tecnológico em 2013. A previsão foi dada nesta segunda-feira pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, na abertura da Exposição e Conferência de Inovação e Empreendedorismo de Base Tecnológica (Expocietec) 2012, em São Paulo.


Os desembolsos continuam como vinham sendo liberados: em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pertencentes ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O montante para o ano que vem vai quase dobrar, na estimativa do ministro. “Só neste ano estamos disponibilizando R$ 3 bilhões, mesmo valor do ano passado”, afirmou.


Ele explicou que a Finep, contudo, tem foco diferente do BNDES. Enquanto o banco presidido por Luciano Coutinho mira grandes projetos, a análise da financiadora é direcionada a trabalhos estruturantes de micro, pequenas e médias empresas.


Raupp disse ainda que o governo vai retomar a linha de financiamento para pequenas e médias empresas que desejam investir em inovação. Entre 2012 e 2014, último ano do governo Dilma Rousseff, as linhas de créditos do ministério para esse fim específico vai somar R$ 1,2 bilhão.


“Temos algo em torno de R$ 400 milhões por ano para esse tipo de financiamento, o que mostra que estamos conseguindo manter o nível de desembolso”, disse. Os empréstimos serão liberados pela Finep e esses recursos se somam ao orçamento anual da financiadora.


O ministro destacou que a diretriz do governo federal para ciência e tecnologia é aprofundar as parcerias com os Estados para desenvolver projetos e polos tecnológicos do país através das linhas de crédito. “Conversei com o Geraldo Alckmin [governador de São Paulo] e mostrei que devemos ter uma base de cooperação intensa entre União e Estados. É uma política de Estado”, disse.


Segundo Raupp, o ministério ganhou importância em Brasília nos últimos anos e hoje pode ser considerado de porte médio. De acordo com ele, o ministro anterior, Aloizio Mercadante, que migrou para a pasta da Educação, fez um estudo sobre como ciência e tecnologia são importantes para a política econômica para ganhar espaço dentro do governo.


“Venho conversando com empresas para saber a demanda que temos. Nas negociações para a verba deste ano ganhamos apoio que antes não tínhamos, como as federações das indústrias. Isso mostra a importância que o ministério vem ganhando”, disse.


O ministro também destacou a mudança nas relações entre os ministérios. Antes, segundo ele, ciência e tecnologia era tratado como um setor a ser pensado e desenvolvido. Agora, o tema recebe uma tratamento diferente. “A questão sempre foi tratada como um nicho, apesar de ela interessar a todos. Hoje somos vistos como um ministério que faz parceria com os outros e auxilia no desenvolvimento econômico do país, principalmente pelo nosso foco ser as micro e pequenas.”


Fonte: Valor Econômico

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