Serão disponibilizados R$ 880 milhões para a construção de centro de biotecnologia de vacinas e fármacos, centro tecnológico de neurociências e ampliação do Instituto Vital Brasil

Ministério vai expandir complexo industrial da Saúde

Nesta sexta-feira (25), o Ministério da Saúde assinou três acordos de cooperação que vão promover significativa expansão do complexo industrial da saúde brasileiro. Em cerimônia de inauguração do novo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde Alexandre Padilha anunciou a construção do Novo Centro de Processamento Final do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, o lançamento do Centro Tecnológico em Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Sautec), e a ampliação das plantas produtivas do Instituto Vital Brasil (IVB). O ministério vai investir um total de R$ 880 milhões em todas essas iniciativas.

“Estamosfortalecendo a indústria nacional para ampliar a oferta de produtos estratégicos no Sistema Único de Saúde, diminuindo a dependência de laboratórios estrangeiros e a vulnerabilidade do SUS”, afirmou o ministro. O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, explica que “as parcerias promoverão a redução do déficit na balança comercial em relação ao setor farmacêutico. E o Brasil se tornará mais competitivo no setor de biotecnologia uma vez que terá a condição de fornecer para o mundo os imunobiológicos, a partir da exportação da produção excedente do Instituto”.

Centro de Biotecnologia deve quadruplicar produção de vacinas

O governo do Estado do Rio de Janeiro vai ceder um terreno de 550 mil m2no distrito industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, para o novo centro de biotecnologia, que deverá quadruplicar a capacidade de produção de vacinas da Fiocruz para cerca de 600 milhões de doses por ano.

O novo centro vai gerar 700 novas vagas diretas de empregos e 3 mil indiretas. Além disso, a entrada da Fiocruz em mercados hoje controlados por empresas multinacionais – como o de anticorpos monoclonais para uso oncológico e doenças raras, autoimunes, degenerativas infecciosas, vacinas terapêuticas, entre outros – e aumenta as possibilidades de estabelecimento de parcerias para desenvolvimento tecnológico e transferências de tecnologia, e a competitividade do Brasil no setor de biotecnologia.

Considerada um “projeto verde”, a planta industrial terá painéis para aproveitamento de energia solar – que será convertida em eletricidade para as áreas administrativas -, reservatórios para captação de água da chuva, além de um cinturão verde no entorno do terreno, incentivando a biodiversidade local. Seu desenho atende aos requisitos da certificação internacional Leadership in Energy and Environmental Design (Leeds), concebida pela organização United States Green Building Council para construções consideradas sustentáveis. A previsão é de que em 2016 o NCPFI esteja pronto para operar.

Alta tecnologia na área da Neurociência

O Sautec será um centro de simulação virtual para capacitação no campo das neurociências, do mapeamento cerebral, de pesquisas neuromusculares e neurociências. Terá alto impacto no Plano para Pessoas com Deficiência, a partir da geração de tecnologias e conhecimentos de última geração no País.

O Sautec será o único centro do hemisfério sul a dispor da mais moderna tecnologia em ressonância magnética, a 7 Tesla, dedicada à neuroimagem. O centro também vai constituir uma rede estadual e nacional de pesquisa em doenças psiquiátricas e neurológicas. E pretende desenvolver novos arsenais terapêuticos para doenças psiquiátricas, neurológicas, fisiológicas e ortopédicas. Pretende ainda implementar parcerias público-privadas para análise, gestão e incorporação de novas tecnologias para atendimento às necessidades de saúde da população.

O Ministério da Saúde vai investir R$ 70 milhões em três anos (2012 a 2014). O Sautec conta também com apoio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e funcionará em área disponibilizada pelo INTO, com o qual manterá cooperação em nível assistencial.

Investimento de R$ 20 mi para fabricação de medicamentos estratégicos

Serão investidos R$ 20 milhões na ampliaçãodas plantas produtivas do Instituto Vital Brasil (IVB) para desenvolvimento e produção de medicamentos estratégicos para o país. O ministério vai contribuir com R$ 10 milhões nos próximos dois anos, e o governo do estado do Rio com outros R$ 10 milhões.

A iniciativa está inserida noPrograma de Modernização Produtiva e Gerencial de Produtores Públicos de Medicamentos e Imunobiológicos. Inicialmente será produzido o medicamento para doença de Alzheimer, Rivastigmina.

O ministério já tem Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) firmada com o IVB para desenvolvimento tecnológico de três medicamentos: o antirreumático Adalimumabe, a Octreotida (contra acromegalia) e a própria Rivastigmina. Estão envolvidos nestas PDPs, respectivamente, os seguintes laboratórios privados: PharmaPraxis, Laborvida/Hygeia e Laborvida/EMS.

PDPs -Ao todo, são 29 as parcerias para o desenvolvimento produtivo firmadas pelo Ministério da Saúde, que envolvem 32 laboratórios, sendo 10 laboratórios públicos e 22 privados nacionais e estrangeiros. Por meio dessas parcerias são produzidos 30itens de saúde (28 medicamentos, o DIU e um kit multidiagnóstico rápido). A produção de cinco desses medicamentos já começou: do antirretroviral Tenofovir, dos antipsicóticos Clozapina e Quetiapina, do relaxante muscular Toxina Botulínica e do imunossupressor Tacrolimo.

Os 29 acordos geram economia de R$ 400 milhões por ano.  A economia de recursos com inovação tecnológica e melhor gestão de recursos envolve também vacinas – R$ 500 milhões por ano – e os ganhos de eficiência – R$ 800 milhões por ano, o que leva a uma economia geral de R$ 1,7 bilhão por ano no orçamento do Ministério da Saúde. Atualmente, são gastos R$ 4 bilhões por ano em compras públicas estratégicas, incluindo os produtos que envolvem PDPs, vacinas e estratégias de negociações para viabilizar o acesso.

Fonte: Ministério da Saúde

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