26/08/15

Por Fábio Pupo | Valor

 

BRASÍLIA – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou hoje que a instabilidade no mercado chinês causa preocupação para a economia global, mas que o Brasil está menos vulnerável por não ter tanta dependência do comércio exterior.

 

“O Brasil tem um lado que nos ajuda nessa hora. A parcela que o Brasil exporta do PIB é relativamente pequena. As exportações representam 10% do PIB. Em alguns países, como na Alemanha, é de 40%”, afirmou. “Se nós tivéssemos mais dependência do comércio exterior, estaríamos mais vulneráveis”, completou.

 

Apesar disso, o ministro disse que o mundo todo tem as atenções voltadas à China neste momento. “É algo que nos indica uma preocupação. O mundo inteiro nessa hora tem os olhos voltados para a China acompanhando o desenrolar dessa crise, desse momento de instabilidade que marca a economia chinesa. Pelo extraordinário peso que a China atingiu na economia internacional, os reflexos desse processo podem trazer elementos de preocupação para o comércio internacional e para a economia global”, afirmou.

 

Segundo ele, o país já vinha sofrendo os efeitos da desaceleração global. “O Brasil já sente os efeitos dessa desaceleração porque a queda do preço das commodities que estamos experimentando vem se agravando cada vez mais.”, afirmou. Segundo ele, o país já perdeu US$ 12 bilhões na balança comercial de janeiro a julho só com o efeito da queda de preço de bens exportados, sobretudo commodities agrícolas e minerais.

 

O ministro disse que é preciso reequilibrar a economia doméstica, com redução da inflação e dos juros. “Longe de mim dizer que não temos problemas. Temos e não temos poucos. Temos que resolver nossos problemas, reequilibrar a economia, debelar essa pressão inflacionária, que é pré-condição para reduzir juros. Estamos com juros muito altos. Portanto, o Brasil está fazendo um processo de ajuste da economia que precisa se completar de maneira rápida para não termos um preço mais alto, traduzindo por exemplo no desemprego, que é um fator de muita preocupação”, afirmou.

 

Contestação da OMC

 

O ministro afirmou também que o país está preparado para fazer sua defesa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a acusação de que o país faz políticas protecionistas. “O painel foi instalado, estamos agora com o prazo se afunilando para fazer a nossa defesa. E estamos prontos para levar nossos argumentos. Temos que fazer a primeira etapa agora em setembro”, afirmou.

 

Taxas de insumos

 

O ministro também defendeu uma revisão nas taxas de importação de insumos para fabricação de produtos a serem exportados. Segundo ele, alguns estudos indicam que há maiores taxas nesses insumos do que nos bens finais, o que acaba prejudicando a exportação. “Temos que discutir, temos que rever”, disse.

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

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