Reconhece anualmente empresários, dirigentes públicos e personalidades com atuação marcante na indústria brasileira. Tem o nome do fundador da associada Libbs Farmacêutica e da ABIFINA, uma figura visionária do complexo industrial da química fina brasileira.

O patrono

A Edição nº 37 de 2013 da Revista Facto contou um pouco sobre sua trajetória.

Um grande visionário do complexo industrial da química fina nacional

Alagoano e “aventureiro” – conforme costumava se definir, Alcebíades de Mendonça Athayde, falecido em julho/2013 aos 85 anos, em São Paulo, constitui um exemplo de empresário bem-sucedido e, ao mesmo tempo, um cidadão digno que sempre levava em conta os superiores interesses nacionais. Nascido em Anadia, numa família de 10 irmãos, sua história tinha tudo para ser como a de milhões de conterrâneos que deixam a terra natal para tentar a sorte e se diluem no anonimato da grande metrópole.

Movido por sua determinação, ainda bem jovem, na década de 50, e depois de uma longa viagem instalou- se numa modesta pensão próximo à região central de São Paulo em busca de trabalho. O que apareceu de oportunidade foi o emprego num laboratório farmacêutico, como propagandista. Para muitos teria sido o começo de uma trajetória profissional para levar a um cargo de chefia, mas para Athayde foi o ponto de partida para se tornar um dos brasileiros mais importantes para a indústria farmacêutica nacional.

Como outros propagandistas do seu tempo, gastou muita sola de sapato visitando uma infinidade de consultórios médicos para mostrar os remédios que representava. Apaixonou-se pelo que fazia e, como era da sua natureza, foi deixando a mentalidade de empregado e se tornou empreendedor. Assim, no início dos anos 60, já casado e com os filhos Junior e Álvaro, ainda crianças, decidiu abrir sua própria distribuidora de medicamentos e escolheu Recife para dar o primeiro passo como empreendedor. Na sua avaliação, Recife, na época, era uma capital relativamente grande e tinha uma situação econômica interessante: as usinas de açúcar eram prósperas e compravam muitos medicamentos, principalmente, da distribuidora do Athayde, graças a uma estratégia bem-sucedida. Ele identificou na região um jornalista muito bem relacionado com os usineiros e o contratou para sua equipe. O resultado não poderia ter sido melhor. “Toda minha economia eu fiz no Recife”, diria Athayde anos depois.

Com esta economia (e àquela altura, com mais uma criança, a filha Ana Lucia) ele retorna a São Paulo, desta vez com capacidade de ousar, investir e realizar. E foi isto que fez, em 1965, quando comprou o Laboratório Industrial Brasileiro de Biologia e Síntese, que tinha sido criado por um professor de medicina, em 1958, e era praticamente desconhecido. Embora tivesse gostado do nome, Athayde achou longo demais e resolveu modificá-lo, passando a chamá-lo de Libbs. Com o tempo viriam muitas outras modificações. Athayde foi conduzindo o negócio deixando marcas que hoje correspondem aos valores da empresa, como empreendedorismo, inovação, solidez, ética, excelência e integridade. Lançou produtos que se tornaram referência, como o Ancoron, criou marcas, estabeleceu um relacionamento com base na mais alta confiança com a classe médica, construiu uma fábrica de medicamentos, um centro de pesquisas e uma unidade de farmoquímica para a produção nacional de insumos farmacêuticos ativos. Deixou um legado inestimável para a indústria farmacêutica brasileira e preparou os filhos para darem continuidade à sua obra.

Hoje, a Libbs é uma empresa com faturamento anual próximo de R$ 1 bilhão. Gera mais de 2.200 empregos diretos e está presente em 1.133 municípios brasileiros. Mantém um complexo industrial em Embu das Artes, na Grande São Paulo, produz e comercializa 75 marcas e 171 apresentações de medicamentos para tratamento cardiovascular, ginecológico, dermatológico, oncológico, respiratório e do sistema nervoso central. Exporta hormônios para países da União Europeia e América Latina.

Recentemente, a companhia anunciou investimentos da ordem de R$ 560 milhões até 2018 para a fabricação de medicamentos biológicos. Parte desses medicamentos será produzida sob o modelo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que consiste na internalização de tecnologias e produção de insumos farmacêuticos ativos (IFA), além da transferência de tecnologias de produção para os laboratórios públicos Instituto Butantan e BahiaFarma.

Uma parceria já realizada com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) resultou, em março de 2012, na entrega, para o Ministério da Saúde, do primeiro lote do Tacrolimo, imunossupressor usado para prevenir a rejeição de órgãos transplantados. Ele é distribuído para aproximadamente 19 mil pacientes de um total de cerca de 26 mil transplantados de fígado e rim no País.

A determinação de investir no setor farmacêutico para tornar o Brasil mais independente da tecnologia internacional, ampliando o acesso da população a medicamentos seguros e eficazes, é compartilhada pelos filhos Alcebíades de Mendonça Athayde Junior e Álvaro Athayde, que assumem o comando da empresa para continuar a missão de produzir soluções farmacêuticas inspirando uma comunidade comprometida com a saúde.

Agraciados

2024

O Prêmio foi entregue pessoalmente ao vice-presidente em audiência realizada no dia 27 de agosto.

O anúncio formal foi feito pelo presidente da ABIFINA, Odilon Costa, que convidou Athayde Junior, filho do patrono, para realizar a entrega do troféu ao Ministro. Geraldo Alckmin foi escolhido pelos membros do Conselho Administrativo da ABIFINA em pleno reconhecimento à sua destacada atuação como promotor da Nova Indústria Brasil (NIB) e por dar ênfase significativa à importância da indústria nas políticas governamentais, especialmente na área da saúde, trazendo notoriedade e desenvolvimento para o setor.

Prêmio Alcebíades de Mendonça Athayde 2023

2023

Em 2023, a sétima edição do prêmio foi entregue a Jorge Mendonça.

O diretor de Far­manguinhos, Jorge Mendonça, recebeu a comenda do presidente da ABIFINA, Marcus Soalheiro. Mendonça foi escolhido devido a seus quase 30 anos na indústria farmacêutica, trabalhando para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). Atuou de forma determinante para as Parcerias para o Desenvolvimento Pro­dutivo (PDPs) e para a fabricação nacional de insumos farmacêuticos ativos estratégicos.

2022

Em 2022, em sua 6ª edição, a premiação foi  concedida a Alberto Ramy Mansur e Ogari Pacheco

Professor Mansur é fundador e presidente do Conselho da Nortec Química, associada da ABIFINA desde 1988. Foi vice-presidente Farmoquímico da Entidade e hoje é membro do Conselho Consultivo. Também é membro da Academia de Engenharia Química. Instigou importantes debates na academia e na indústria sobre o futuro da química fina no Brasil, chamando atenção para a necessidade de o País ter uma visão de longo prazo para seu parque industrial.

Ogari Pacheco recebeu o prêmio no ano do cinquentenário da empresa que fundou, o Laboratório Cristália. Foi membro do Conselho Administrativo da ABIFINA por mais de oito anos, sendo seis deles como Presidente da entidade, em três mandatos consecutivos. Pacheco é reconhecido por seu papel na estruturação do Complexo Industrial da Química Fina brasileiro e como grande promotor da agenda da inovação.

Os dois agraciados são fundamentais na história da ABIFINA e do próprio Complexo da Química Fina.

2021

Em 2021 O Prêmio Alcebíades de Mendonça Athayde de Mérito Industrial foi entregue a duas personalidades que se destacaram no segmento.

Maurizio Billi, presidente da Eurofarma, como homenageado da 4ª edição do prêmio – programada para 2020, mas adiada em função da pandemia de Covid-19. A escolha se deve ao compromisso de sua empresa com o desenvolvimento amplo e sustentável da sociedade.

O segundo prêmio foi entregue a  Mauricio Zuma, indicado para a 5ª edição pela  importância de sua liderança em momento crucial da Pandemia, em que a Fiocruz não olvidou  esforços para prover o Brasil com vacinas contra a Covid-19.

2019

Em 2019, a 3ª Edição premiou Dante Alario Junior

Na ocasião presidente técnico científico, atualmente, CSO da Biolab e vice-presidente de Propriedade Intelectual e Inovação da ABIFINA, que foi homenageado pelos relevantes serviços prestados à pesquisa,  inovação tecnológica e pelo seu ativismo em favor do desenvolvimento da indústria química nacional. 

2018

Em 2018 o prêmio foi concedido a Akira Homma

Assessor científico de Bio-Manguinhos e vice-presidente de Biotecnologia da ABIFINA, colaborador de longa data da entidade. Reconhecido por seu empenho na capacitação tecnológica do País na área da produção de vacinas e produtos biológicos. 

2017

Na 1ª edição o prêmio foi oferecido a dois ex-presidentes da ABIFINA.

Jean Daniel Peter, fundador da associada Globe Química, foi premiado em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento da cadeia de química fina no setor de princípios ativos e, também, por sua relevante atuação como presidente da ABIFINA entre 2010 e 2012.  

José Correia da Silva, empresário e presidente da Abiquifi, foi reconhecido por desempenhar atividades importantes no âmbito do complexo industrial da química fina nos anos 1980, tendo sido um dos criadores e o primeiro presidente da ABIFINA.