Está em desenvolvimento um projeto que dará novo impulso à área nuclear no País. Trata-se do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Um dos objetivos é tornar o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos, substâncias essenciais na medicina nuclear, especialidade que possibilita as maiores chances de diagnóstico preciso e tratamento de doenças relevantes, como o câncer, entre diversas outras aplicações. Com um custo total estimando em cerca de R$ 850 milhões, a iniciativa tem a FINEP como um dos financiadores. O reator deverá entrar em funcionamento em 2017, em Iperó, interior de São Paulo.


O RMB é um reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos, que são a base para os radiofármacos, e também para produção de fontes radioativas usadas pelo Brasil em larga escala nas áreas industrial e de pesquisas.  Muitas dessas substâncias são importadas, antes de serem processadas e distribuídas aos centros médicos. Com a construção do novo reator, novos produtos podem ser desenvolvidos, e os atualmente importados passam a ser produzidos no País.


O Brasil possui atualmente quatro reatores de pesquisa em funcionamento. A produção de radioisótopos ocorre principalmente no reator IEA-R1, instalado na unidade da CNEN em São Paulo, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Esse reator, porém, não atende a demanda brasileira dos radioisótopos utilizados na produção de radiofármacos, que em 2011 propiciaram a realização de cerca de 1,5 milhão de procedimentos de medicina nuclear.


Além da produção de radioisótopos, o RMB também tem como funções básicas a realização de testes de irradiação de combustíveis nucleares e materiais estruturais utilizados em reatores de potência, bem como a realização de pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento, atuando de forma complementar ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).


Cooperação


O projeto faz parte do acordo de cooperação entre a CNEN e a CNEA (Comisión Nacional de Energía Atómica, da Argentina), assinado em 2010. O modelo do equipamento a ser adotado é o OPAL, da Austrália, projetado e construído pela empresa INVAP, da Argentina. A empresa brasileira Intertechne irá elaborar o projeto básico dos prédios, infraestrutura e sistemas convencionais, enquanto a INVAP se dedicará aos itens e sistemas nucleares.


 


*com informações da CNEN


Fonte: Finep

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