A presidente Dilma Rousseff, por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18/1), reconduziu Paulo Gadelha ao cargo de presidente da Fiocruz pelos próximos quatro anos. “Hoje é um dia muito especial e de alegria para mim. E de orgulho também por ter recebido dos trabalhadores da Fiocruz, da presidenta Dilma e do ministro Padilha a confiança de ter sido renomeado para mais um mandato como presidente da Fiocruz”, afirmou Gadelha. E é dessa forma que ele inicia a mensagem em vídeo sobre a recondução ao cargo para o período 2013-2016. Gadelha também destacou que a sociedade brasileira sempre terá uma Fiocruz comprometida com as demandas da população, do SUS e dos projetos nacionais. O vídeo está disponível no canal oficial da Fiocruz no YouTube, que pode ser acessado aqui. Em breve será definida a data da cerimônia de celebração de início do segundo mandato.



Gadelha em um dos debates da campanha eleitoral da Fundação (Foto: Peter Ilicciev)


Gadelha obteve 2.415 votos (60,1% do total) para primeiro lugar na votação realizada no final de novembro, quando foram às urnas 4.211 eleitores – uma taxa de comparecimento de 83,6% do total de servidores. A candidata Tania Araújo-Jorge teve 1.555 votos (38,7% do total) para primeiro lugar. O resultado foi homologado pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz, por unanimidade de seus membros, em 3 de dezembro, e então encaminhado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.


Sob a liderança de Gadelha, a Fiocruz vem ampliando seu papel nacional e internacional. No plano nacional, sua gestão tem atuado alinhada à política do Governo Federal de expansão e regionalização das atividades de ciência e tecnologia, com vistas ao fortalecimento da capacidade de intervenção do Estado, aliada a uma política de redução das desigualdades regionais. Esta política permitiu a formulação de um projeto de ampliação da presença nacional da Fiocruz, com a criação de representações no Ceará, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Piauí, orientada por um princípio fundamental do SUS: a regionalização, que implica o processo de descentralização das ações e serviços de saúde e os processos de negociação e pactuação entre os gestores.


Na África, a Fundação está ajudando a estruturar bancos de leite humano para valorizar a amamentação, vem treinando profissionais em diferentes campos da saúde e criou, em cooperação com o governo de Moçambique, uma fábrica que produzirá 21 tipos de medicamentos. No último dia 20 de novembro, o ex-presidente Lula participou da cerimônia de entrega da primeira remessa do antirretroviral Nevirapina 200mg, produzido na fábrica e entregue ao Ministério da Saúde de Moçambique (Misau), em Maputo. Cabe lembrar que segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 24 milhões das 34 milhões de pessoas vendendo com HIV/Aids no mundo estão na África Subsahariana. Lula entregou, ainda, os diplomas de conclusão de cursos técnicos moçambicanos que participaram de capacitação feita pela Fiocruz.


Outra marca da gestão Gadelha foi a criação do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris) da Fiocruz, que vem reforçando o papel da instituição como a inteligência do setor saúde para apoiar a política externa brasileira, principalmente no tocante às relações com os países da América Latina, da África e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). A primeira reunião no Brasil da Rede Pasteur; a criação do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags); a consolidação do escritório da Fiocruz e da fábrica de medicamentos em Moçambique e a intensa participação da Fundação em organismos multilaterais foram destaques nessa gestão.


Nos anos recentes, a Fiocruz também tem continuamente ampliado o seu protagonismo em diferentes programas prioritários do governo, como Farmácia Popular do Brasil, Rede Cegonha, Brasil Carinhoso, Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, entre outros. Na área de imunizações, responde por seis das 13 vacinas do calendário básico nacional, fornecendo 70% das vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). No vitorioso e mundialmente reconhecido programa brasileiro de Aids, é peça fundamental, contribuindo com sete dos 20 tipos de medicamentos que beneficiam 217 mil pessoas. Deve ser lembrado que o SUS oferece tratamento antirretroviral a 97% dos brasileiros diagnosticados com Aids.


Durante a primeira gestão de Paulo Gadelha (2009-2012) se verificaram inovações no campo da gestão; realização de concurso público; investimento em pesquisa nas diferentes unidades da Fiocruz; ampliação da dotação orçamentária para programas de inovação; expansão dos cursos de pós-graduação, com reforço das ações solidárias entre os programas e as regiões do país; propostas no âmbito da produção, da inovação, da vigilância, da educação e da atenção e promoção da saúde; o apoio a diferentes projetos e iniciativas no campo da informação e da comunicação, entre os quais a transformação do Canal Saúde em uma emissora de televisão; e criação de ações inovadoras no segmento da cooperação, tecnologia e inovação social.


As Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDPs) têm sido outra marca da gestão Paulo Gadelha, com a entrada da Fiocruz em mercados hoje controlados por empresas multinacionais, por meio da colaboração com diferentes entidades e países, com vistas ao desenvolvimento tecnológico e competitividade do Brasil no setor de biotecnologia. A estimativa é que estas parcerias proporcionem, até 2017, uma economia de centena de milhões de reais para os cofres públicos. Nos últimos anos, por meio das PDPs a Fiocruz iniciou a nacionalização das vacinas antipneumocócica, para varicela, pólio inativada injetável, e de medicamentos para Aids, Parkinson, asma, tuberculose, entre outros. As PDPs também contemplam métodos diagnósticos para o SUS destinados a sífilis, Aids, toxoplasmose, rubéola e hepatite B.


Hoje a Fiocruz é referência para a atuação do Brasil na saúde global e na diplomacia da saúde; na pesquisa, na vigilância e na formação de profissionais em saúde; em modelos de atenção; em saúde e ambiente; em comunicação e informação em saúde, na conformação do complexo produtivo da saúde e no desenvolvimento regional, entre outros campos. No período, houve ainda a designação de duas de suas unidades como institutos. O Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e o Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) tornam-se, respectivamente, Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente e Instituto Nacional de Infectologia.


Durante o processo eleitoral, Gadelha destacou que a rápida transformação porque passam o Brasil e o mundo criou uma nova dinâmica que trouxe novos desafios. No seu entender, o Brasil conquistou uma forte presença na dinâmica global e níveis significativos de crescimento que trazem, ainda, grandes desafios para a saúde, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental. Em sua primeira gestão (2009-2012), este aspecto ganhou uma nova dimensão quando a Fiocruz ampliou de forma significativa sua participação, contribuindo para as políticas de Estado e para o fortalecimento do SUS.


Gadelha defendeu, nos debates da campanha eleitoral, que o sentido maior da trajetória da Fiocruz reside em conquistar para a saúde um lugar central no processo de desenvolvimento do país, dos direitos de cidadania e da identidade nacional. A ciência e a tecnologia e a integração a mobilizações nacionais foram seus fundamentos transformadores.


A trajetória de Paulo Gadelha


O processo eleitoral na Fiocruz


Fonte: Fiocruz

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