Brasília (29 de junho) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou hoje, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, que a inovação tecnológica será o principal eixo da nova política industrial, a ser lançada até o fim de julho.


O objetivo, segundo Pimentel, é recuperar a competitividade da indústria nacional para enfrentar o que classificou de “novo paradigma de produção asiático”. “Vamos trazer para a disputa os laboratórios de pesquisa, os departamentos de engenharia de produção e os centros de ciência e tecnologia, de onde pode vir a inovação capaz de mudar a relação de custo dos produtos produzidos no Brasil em relação aos importados”, explicou.


Plano Ousado


Conforme o ministro, os países estão se adaptando a uma realidade econômica até então inexistente, em que um único país domina a fabricação de 90% a 100% da pauta de produtos industrializados com preços abaixo da média mundial. “Dificilmente venceremos a competição no mercado internacional contra o modo de produção asiático focando somente os fatores de produção ligados ao chamado chão de fábrica. Isso só poder ser feito se apresentarmos um ousado programa de inovação e investimento em ciência e tecnologia”, argumentou.


Pimentel adiantou que já há medidas econômicas em estudo para a nova política. Ele citou a desoneração da folha de pagamentos e dos bens de capital e observou que “setores mais fragilizados” também serão contemplados. “Vejo alguns economistas dizendo que há setores que tem de acabar mesmo. Discordo. Não podemos abrir mão de nenhum setor da nossa economia. É preciso fazer valer a regra da sobrevivência, com competitividade”, sublinhou.


Ainda como parte da nova política, o ministro mencionou ações da pasta já em andamento na área de defesa comercial. “Estamos trabalhando para proteger a produção brasileira da competição desleal e predatória, dentro das regras da OMC e do Mercosul. O Brasil hoje é campeão na aplicação de medidas antidumping. Criamos, recentemente, um grupo de inteligência para fechar as brechas que permitem esse tipo de prática”, disse.


O ministro se referia ao Grupo de Inteligência de Comércio Exterior (GI-CEX), que reúne Receita Federal do Brasil e Secretaria de Comércio Exterior (Secex) no combate a fraudes em importação. Ele ponderou, contudo, que há limites para as ações de defesa comercial. “Não devemos nos iludir. Não é o protecionismo que salva uma economia se ela não tiver competitividade. Por isso, vamos incentivar as empresas brasileiras a incorporar conteúdo tecnológico à produção como forma de enfrentar esse padrão de produção”, reiterou.


Fonte da foto: Antônio Cruz/ABr


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