ESCRITO POR FELIPE LINHARES


Após quase um ano funcionando como um projeto piloto, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) foi oficialmente apresentada como uma Organização Social (OS). Com o objetivo de aproximar os empresários dos pesquisadores, a Embrapii tem investimentos previstos de R$ 1 bilhão para ser aplicado até o fim de 2014.



De acordo com Raupp, a Embrapii vai ser uma estrutura ágil para fazer o casamento entre os institutos de pesquisas e empresas. Foto: Antonio Cruz/ABr


Funcionando como uma OS, a empresa terá mais flexibilidade para gerir os recursos. Ela poderá desenvolver planos de carreira, fazer compras e fechar contratos sem burocracia, por exemplo. O molde é o mesmo dado à Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS) e ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).


“A Embrapii vai ser uma estrutura ágil para fazer o casamento entre os institutos de pesquisa e empresas. Ela vai mobilizar toda a infraestrutura existente no Brasil de laboratórios para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores”, afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, durante o primeiro encontro da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizada hoje (14), em Brasília (DF).


A iniciativa de criar a Embrapii foi criada com base na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O Brasil está cada vez mais inserido no mercado externo e precisa manter a sua competitividade. A Embrapa é um bom exemplo da feliz união entre o conhecimento, a produção científica e o sistema produtivo”, disse Raupp.


Na opinião do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a Embrapii complementa os três pilares da competitividade elencados no Plano Brasil Maior (PBM), a política de desenvolvimento industrial do governo federal lançada em 2011.


“O primeiro pilar é redução dos custos de trabalho no Brasil, o segundo é o adensamento das cadeias produtivas focando em conteúdo local e o terceiro é a inovação tecnológica. A escala de investimento em inovação no Brasil hoje é inferior ao que precisamos para consolidar o desenvolvimento. Com a Embrapii vamos dar um salto”, destacou Pimentel.


Investimento e retorno


No primeiro ano de funcionamento, a Embrapii credenciou três institutos de pesquisa para tocar projetos inovadores: o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec).


Somente o INT, no ano passado, firmou cinco contratos com empresas grandes para desenvolver projetos nas áreas de energia e saúde num valor total estimado de R$ 8 milhões. Em entrevista à Agência Gestão CT&I de Notícias, o diretor do instituto, Domingos Manfredi Naveiro, afirmou que a expectativa é fechar 2013 com cerca de 25 projetos em andamento com demanda de R$ 20 milhões.


“A Embrapii traz como novidade a agilidade que o mercado necessita quando se fala em inovação. O próprio empresário fica surpreso ao saber que agora se eles alocarem dinheiro o projeto já está aprovado”, ressaltou. “Mas se eu falar para um empresário que percebeu a possibilidade de ter um novo produto que vamos apresentar o projeto quando tiver um edital aberto ele vai embora. O mercado não gira assim”, afirmou.


Na carta de clientes do INT, estão as empresas Lanxess Elastômeros do Brasil, Vallourec & Mannesmann do Brasil, Mahle Metal Lev, Elekeiroz e Oxiteno.


Fonte: Agência Gestão CT&I

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