Por Daniel Rocha

É evidente que a saúde é uma área prioritária para a sociedade. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, 26% da população brasileira considera o cuidado com a saúde como sua maior demanda, o que só reforça a importância de as instituições do setor investirem em novas tecnologias e profissionais qualificados.

No entanto, a área enfrenta alguns desafios atualmente, os quais devem ser reconhecidos e trabalhados por meio da adesão de novas tecnologias. O envelhecimento natural da população, por exemplo, acarreta no aumento de gastos na saúde. Esse impacto se dá, sobretudo, pela falta de uma estratégia pública eficiente e regulamentações rigorosas no setor privado, problema que pode ser enfrentado com uma infraestrutura tecnológica adequada.

A tecnologia como aliada à área de saúde

Tendo em vista estes desafios, a necessidade de fazer o melhor, em maior quantidade e com menor custo, passa a ser o resumo desta batalha, na qual a tecnologia possui fator fundamental. Para se ter uma ideia, um estudo da CB Insights aponta que o investimento global em saúde digital alcançou um recorde histórico em 2021, com $57,2 bilhões, 79% maior do que o valor do ano anterior.

Neste sentido, diversas tecnologias já fazem parte do dia a dia clínico nas instituições de saúde brasileiras, como a interoperabilidade, por exemplo, que visa conectar o cuidado do paciente de ponta a ponta, seja em uma consulta de família, exame ou internação. Além disso, é imprescindível contar com sistemas de gestão eficazes, que organizem, integrem, monitorem e automatizem as operações em diversos setores das organizações.

As ferramentas de Suporte à Decisão Clínica (SDC) também são cada vez mais essenciais para um atendimento mais assertivo e baseado em evidências. Desta forma, a utilização de Inteligência Artificial (IA) na análise de exames e sistemas inteligentes para o cruzamento de informações, fornece aos profissionais de saúde informações que otimizam o processo de diagnóstico. Neste caso, a interoperabilidade também está inserida, sendo fundamental para garantir a informação em qualquer lugar, a todo momento.

Tais tecnologias são fundamentais para reduzir a incidência de pacientes e doenças crônicas, otimizando custos, garantindo melhora nos atendimentos e monitoramento dos pacientes em tempo real, ação primordial para evitar o agravamento de doenças.

A maturidade tecnológica do setor de saúde

Mesmo com seus benefícios, as tecnologias demandam uma maturidade poucas vezes encontradas na área de saúde brasileira. Isso porque, as instituições ainda buscam soluções com enfoque maior na otimização de custos do que no apoio à transformação digital de forma plena.

Da mesma maneira, ainda há resistência de equipes de direção das organizações, dificuldade nas infraestruturas, conectividade baixa em certas regiões do país e restrições financeiras, dificultando a adesão de novas tecnologias.

No entanto, é imprescindível que essas empresas se ajustem para finalizar ou ainda iniciar sua jornada de transformação digital, a qual pode envolver algumas etapas fundamentais.

O investimento em infraestrutura básica de rede e conectividade é o primeiro passo, seguido pela implementação de softwares de gestão eficientes e adequação de processos que possam suportar todo o processo. Além disso, a migração para serviços de cloud é crucial para que as instituições possam adotar tecnologias atuais, como a digitalização de operações, a integração de imagens e resultados de exames.

Conforme já mencionado, a interoperabilidade entre os sistemas e equipamentos torna-se essencial, uma vez que possibilita uma visão integrada e centralizada das informações, bem como a implementação de processos de Suporte à Decisão Clínica, a fim de apoiar a equipe assistencial no diagnóstico e tratamento.

Para além disso, as práticas de ESG também se apresentam fundamentais para contribuir para uma área de saúde mais eficiente e sustentável, com menores custos operacionais e uma governança transparente, ética e responsável.

Certamente, há uma necessidade latente de que as instituições acelerem a estruturação dos seus estabelecimentos com uma infraestrutura adequada e um sistema de gestão de qualidade. Apenas desta maneira será possível garantir a solução de desafios recorrentes nas empresas do setor e propiciar, consequentemente, maior atenção e qualidade ao cuidado da população brasileira.

Daniel Rocha é Diretor Executivo da área da Saúde para América Latina da Digisystem, empresa 100% brasileira com mais de 30 anos de experiência em serviços especializados em TI.

Divulgação EPR Comunicação

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