
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), laboratório farmacêutico oficial do Ministério da Saúde, avança na implementação de uma nova fábrica de medicamentos oncológicos. O projeto foi aprovado no Programa para Ampliação e Modernização de Infraestrutura do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (PDCEIS), que garantirá o financiamento. Farmanguinhos definirá os medicamentos essenciais que farão parte do portfólio da fábrica de acordo com as reais necessidades do sistema público de saúde.
Para chegar a essa lista de medicamentos, o laboratório conversa com instituições oncológicas de referência, como o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), a Sociedade Brasileira de Auditoria Médica (SBAM) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Os especialistas detalharam critérios rigorosos para priorizar medicamentos descontinuados ou em risco de desabastecimento, para os tipos de câncer mais incidentes e aqueles que não possuem produtores nacionais. Entrarão na lista produtos previstos nos protocolos clínicos do Inca e do Ministério da Saúde.
O projeto fortalece a soberania sanitária e a capacidade nacional de resposta à crescente demanda por tratamentos oncológicos. O câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e, no Brasil, o Inca prevê a ocorrência de 704 mil novos casos por ano de 2023 até 2025.
A produção pública será fundamental para atender às especificidades terapêuticas, reduzir os custos aos cofres públicos e garantir um abastecimento sustentável ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A diretora de Farmanguinhos/Fiocruz, Silvia Santos, destaca a relevância do projeto para os brasileiros e para o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). “Não podemos fechar os olhos para uma doença que é um problema de saúde pública mundial. A construção dessa fábrica de oncológicos é essencial para o tratamento do câncer no Brasil, ampliando o acesso da população a medicamentos inovadores. A fábrica representa um avanço estratégico para o CEIS, reduzindo a dependência externa e a vulnerabilidade produtiva e tecnológica nacional em uma das áreas mais sensíveis da assistência farmacêutica do SUS”, afirma.