
Em 2024, o Brasil apreendeu 345 toneladas de defensivos agrícolas ilegais, volume equivalente a quase 14 contêineres, conforme levantamento do Observatório de Ilegais da ABIFINA. A quantidade seria suficiente para pulverizar cerca de 400 mil hectares de lavouras, área correspondente a 570 mil campos de futebol.
Entre os produtos mais confiscados estão o inseticida tiametoxam, o herbicida paraquate (proibido pela Anvisa desde 2020), além do glifosato e do benzoato de emamectina. Mais da metade das apreensões, no entanto, envolveu mercadorias sem identificação de princípio ativo, o que reforça os riscos à saúde pública.
As operações de combate ao contrabando e à falsificação de insumos agropecuários resultaram em 430 detenções e 112 ações especiais realizadas ao longo do ano, mesmo diante de restrições orçamentárias e da atuação de organizações criminosas. São Paulo liderou o ranking de apreensões, com 141,4 toneladas, seguido por Goiás (71,5 t), Minas Gerais (27,2 t), Paraná e Mato Grosso do Sul (25 t cada). Com a nova Lei dos Agrotóxicos, as penas para crimes relacionados a esses produtos aumentaram para até nove anos de prisão, reforçando o caráter criminal da prática.