O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) vai passar a produzir no Brasil vetores lentivirais e células CAR-T a partir da transferência de tecnologia pela organização norte-americana sem fins lucrativos Caring Cross. Bio-Manguinhos também será o certificador para postos avançados de implementação dessa terapia em unidades de saúde pelo Brasil. A ação está dentro da Estratégia para Terapias Avançadas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), à qual Bio-Manguinhos é vinculado.
O acesso a essa nova tecnologia acontecerá por meio de acordo de colaboração firmado entre a Fiocruz e a Caring Cross. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) realizará ensaios clínicos para cânceres hematológicos. Inicialmente, a produção de Bio-Manguinhos será voltada para terapias contra leucemia e linfoma. Em uma etapa posterior, o acordo prevê o desenvolvimento de outros tratamentos.
As CAR-T são células de defesa do sistema imunológico modificadas em laboratório. A iniciativa visa reduzir o custo dos tratamentos com células CAR-T. O custo, que hoje chega a cerca de US$ 350 mil por tratamento, pode cair para algo em torno de US$ 35 mil, viabilizando a oferta gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos atuando na fronteira do conhecimento, consolidando nossas competências em inovação para propiciar ao nosso sistema público de saúde e de outros países da América Latina acesso a tratamentos de alta complexidade”, afirmou Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz.