Com foco em aplicar o conhecimento científico em processos e produtos inovadores para a sociedade, a Microbiológica se dedica a desenvolver tecnologias inovadoras em parceria com instituições de pesquisa. É assim que a empresa participa de um estudo que, depois de avaliar mais de 250 moléculas análogas de nucleosídeos/tídeos, originou um novo antiviral com grande potencial para tratamento da covid-19.
Os resultados referentes aos estudos pré-clínicos foram publicados recentemente em artigo na Nature Communications, uma das mais conceituadas revistas científicas no mundo.
Esse projeto de pesquisa foca na inibição da RNA polimerase viral, essencial para a reprodução do vírus da covid-19 (SARS-CoV-2). Ele é possível graças à integração interdisciplinar entre a Microbiológica e o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP) e o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz). As três instituições têm grande experiência e profundo conhecimento sobre o metabolismo dos ácidos nucleicos.
A estratégia foi pesquisar pró-drogas, bases purínicas, de fácil acesso sintético que, in vivo, pudessem ser transformadas nas espécies ativas: os correspondentes nucleosídeos trifosfatos.
A pesquisa identificou que a cinetina, N6-furfuril adenina (entre outras de um extenso pipeline), é capaz de inibir a replicação in vitro do vírus em células hepáticas e pulmonares humanas, além de apresentar ação anti-inflamatória.
A substância mostrou-se segura, não sendo mutagênica nem cardiotóxica em tratamentos agudos e crônicos. Os testes in vivo mostraram que a cinetina protegeu os animais contra a infecção e diminuiu a replicação viral, a necrose pulmonar, a hemorragia e a inflamação pulmonar.
Estudos clínicos de fase I estão perto de serem iniciados para testar a segurança da cinetina e vão permitir avaliar a sua eficácia preventivamente e/ou terapeuticamente no tratamento da covid-19. Os pesquisadores já submeteram à Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) um dossiê a fim de obterem a autorização para o início dos ensaios clínicos em seres humanos.
A pesquisa é assinada por um grupo de pesquisadores brasileiros, entre eles, Jaime Rabi, presidente da Microbiológica, empresa associada à ABIFINA.
Parte do trabalho publicado deriva de uma encomenda tecnológica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com objetivo de descobrir antivirais de ação direta contra o vírus da covid-19. O projeto tem apoio também da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).