O soro antiapílico (contra o envenenamento por abelhas), inédito no mundo, está cada vez mais próximo de ser liberado para uso humano. O medicamento é desenvolvido pelo Instituto Vital Brazil em parceria com o Centro de Estudos e Venenos de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Cevap/Unesp). Testado durante dois anos em 20 pacientes acometidos por múltiplas picadas de abelha, o soro apresenta resultados promissores.
“Todos os pacientes que receberam o soro antiapílico nesse período de testes tiveram uma melhora significativa nos sintomas do envenenamento em um período de tempo bastante curto. Além disso, ao contrário do esperado, não houve qualquer caso de reação adversa, o que significa uma grande notícia”, comemora Luís Eduardo Cunha, vice-presidente do Instituto Vital Brazil.
A segurança do medicamento foi comprovada anteriormente e, agora que foi concluído o teste em humanos, chamado estudo clínico, o Instituto aguarda o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Podemos fazer uma previsão de que são grandes as probabilidades de o soro entrar no mercado no próximo ano para atender às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS)”, conta Cunha.
Em 2019, foram notificados quase 22 mil acidentes com envenenamento por abelhas, com 72 óbitos, mais que o dobro de mortes notificadas em 2007, quando houve mais de 5 mil acidentes registrados, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
O Instituto Vital Brazil é uma instituição de ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio de Janeiro ligado à Secretaria de Estado de Saúde. É um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de animais peçonhentos e produtor de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.