O carbonato de lítio é um dos mais eficazes medicamentos estabilizadores do humor, usado amplamente em pacientes com transtorno afetivo bipolar. A Companhia Brasileira de Lítio (CBL) é o primeiro elo da cadeia produtiva desse medicamento no Brasil, responsável por extrair e beneficiar minerais que contêm a substância.
“O carbonato de lítio grau técnico é fornecido pela CBL a empresas farmoquímicas que o processam até que atinja grau farmacêutico, sob condições aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Essas empresas é que fornecem então o carbonato de lítio grau farmacêutico aos fabricantes de medicamentos de lítio”, explica o diretor de Relações Institucionais da CBL, Lindolfo Paoliello, ressaltando que, por se tratar de uma empresa minero-química, as atividades da Companhia Brasileira de Lítio não são reguladas pela Anvisa.
Paoliello afirma que o fornecimento de carbonato de lítio grau técnico está a pleno vapor, de forma que as farmoquímicas possam atender às necessidades de seu mercado. “Temos plena capacidade de suprir os atuais pedidos e estamos preparados mesmo para o caso de um aumento significativo de demanda”, garante o executivo.
O diretor lembra que coube à ABIFINA promover a complementação da cadeia produtiva do carbonato de lítio no Brasil. A entidade estabeleceu, no início dos anos 2000, a aproximação entre a CBL e empresas farmoquímicas brasileiras para produzirem o carbonato de lítio grau farmacêutico com o rigor próprio de produtos controlados, segundo as normas da Anvisa.
A partir dessa composição promovida pela ABIFINA, desde 2002 a CBL apoia as empresas farmoquímicas no processo tecnológico de purificação do grau técnico para o grau farmacêutico e no tratamento dos rejeitos ambientais.
A CBL cumpriu papel importante na estruturação inicial da cadeia produtiva. Realizou financiamentos subsidiados a seus parceiros para aquisição e reforma de equipamentos e instalações, além de ter fornecido matéria-prima para os testes de purificação.
Também incentivou as empresas farmoquímicas a qualificarem seu carbonato de lítio grau farmacêutico junto a órgãos reguladores internacionais, dentre eles o americano FDA, visando à diminuição de custos e ao aumento da demanda, que vem ocorrendo em ritmo crescente.