A química fina é uma cadeia industrial grande, complexa e intensiva em tecnologia, que enfrenta desafios em um país que precisa melhorar o ambiente para a inovação. Com o objetivo de reunir profissionais, pesquisadores e governo para discutirem soluções para o setor, foi criado o Ciclo de Palestras da ABIFINA. A primeira edição foi realizada 12 de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com o tema “Pesquisa e produção de medicamentos a partir da biodiversidade”.
Além dos problemas ligados à regulação e ao custo de pesquisa e desenvolvimento, a diretora da ABIFINA para Assuntos da Biodiversidade, Cristina Ropke, também executiva do Grupo Centroflora e da Phytobios, destacou no evento que produtos da medicina tradicional chinesa têm inundado o mercado brasileiro. Esses produtos têm categoria especial e são isentos do registro sanitário no Brasil, mas estão chegando ao País como fitoterápicos “disfarçados”, fazendo concorrência desleal com os nacionais.
Outros pontos foram abordados no evento. Fabrício Santos, diretor do Departamento de Apoio ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), antecipou o lançamento de uma segunda versão do Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen). O pesquisador Luís Carlos Marques, conselheiro da Associação Paulista de Fitoterapia, falou sobre a relação universidade-empresa e Carla Reis, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tratou do papel do Estado no incentivo à inovação.
O Ciclo de Palestras da ABIFINA foi muito bem avaliado pelos participantes, que comentaram no final do evento outros assuntos que podem ser colocados em destaque. Tendo em pauta muitos desses temas, o projeto seguirá em 2020, com o objetivo de fortalecer o setor de química fina.