O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), associação vinculada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), lançou uma iniciativa pioneira para impulsionar a pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área da saúde. Trata-se de um fundo patrimonial, conhecido como endowment, para arrecadar doações e utilizar os rendimentos para investir em projetos de diagnóstico in-vitro e produtos terapêuticos.
O IBMP considera que hoje existem cerca de 50 projetos em andamento que podem ser acelerados pelo fundo. Entre eles, há pesquisas sobre novas moléculas para tratamento de câncer, doenças autoimunes, diabetes, além de kits diagnósticos para arboviroses, doenças respiratórias e gastrointestinais. A constituição e crescimento do fundo abrem novas perspectivas de inovação em saúde no País.
Os recursos são geridos de forma independente e completamente separados dos recursos do IBMP, com todos os mecanismos de compliance, incluindo auditoria externa independente. O modelo do Fundo (http://www.ibmp.org.br/pt-br/endowment/) constitui
IBMP lança fundo para financiar inovação em saúdeuma fonte vitalícia de recursos para inovação, uma vez que o valor arrecadado será preservado, tornando-se patrimônio vitalício ou independente.
As doações podem ser feitas por pessoas físicas ou jurídicas em quatro modalidades: para uso imediato, com possibilidade de resgate futuro, permanente restrita a um propósito específico ou permanente não restrita.
No Brasil, esta é a primeira experiência do tipo no setor de inovação em saúde. Já nos Estados Unidos, essa é uma fonte comum de recursos. A Universidade de Harvard, por exemplo, fechou o ano fiscal de 2018 com seu fundo avaliado em US$ 39,2 bilhões.
Blanver completa 35 anos com plano de ampliação
São valores que se mantém no DNA da empresa, que busca levar tecnologia e produtos inovadores para o Brasil. Essa história teve início na década de 1980 com a produção de matérias-primas funcionais para o mercado farmacêutico.
A companhia foi a primeira a constituir uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) de medicamento no País. Recentemente, adquiriu uma unidade de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) em Indaiatuba (SP), e agora parte para novas parcerias para fornecer medicamentos inovadores.
A estratégia tem sido desenvolver medicamentos fundamentais para a saúde e aumentar o acesso da população a produtos de qualidade e com alto índice de nacionalização, a partir do investimento em pesquisa e desenvolvimento.
Possível tratamento para chikungunya
Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) verificou que o Sofosbuvir inibe a replicação do vírus chikungunya.
Com testes realizados em camundongos infectados, o medicamento obteve resultados três vezes melhores do que a ribavirina – usada para aliviar as dores nas articulações causadas pela doença.
As investigações foram feitas conjuntamente por diferentes unidades da Fiocruz: Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI).
Thiago Moreno, coordenador da pesquisa, explica que o medicamento previne o aumento das células inflamadas e é 25% menos tóxico para o corpo. Portanto, pode ser o primeiro medicamento para tratar a doença, uma vez que os atuais agem apenas no controle da dor.
Além da chikungunya, o Sofosbuvir pode ser indicado para outras doenças. “O estudo também indica o uso para tratamentos em doenças causadas por outros tipos de vírus, além do que causa a hepatite C. Trata-se de um antiviral mais efetivo e seguro que a ribavirina, por exemplo, em diversos casos”, afirma o pesquisador.
Colaboraram o Instituto D’Or de Pesquisa (Idor), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Consórcio BMK (Blanver Farmoquímica, Microbiológica Química e Farmacêutica e Karin Bruning).
A área fabril do Complexo Tecnológico de Medicamentos foi reformada para atender as novas demandas das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo, incluindo o Sofosbuvir.