De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 0,4% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período do ano passado. Esse é o quinto saldo positivo após oito quedas consecutivas, com destaque para a participação da agropecuária, que cresceu 1,4%.
Para manter e expandir esses números, o segmento e o País precisam evoluir. Entre as medidas necessárias para o desenvolvimento, estão o aumento da produtividade, a geração de renda para o agricultor e a garantia de abastecimento interno e de excedentes para exportação. Peça-chave na cadeia para alcançar e superar as metas, o mercado de defensivos agrícolas, depende fortemente de importações e carece de iniciativas e correções, como uma estrutura tributária equilibrada para estimular a produção local e reduzir a dependência externa.
Competitivas e dinâmicas, as empresas de defensivos vivem uma instabilidade no mercado devido às mudanças na indústria química chinesa. Os impactos dessa reestruturação já estão sendo sentidos pela falta de produtos e pelo aumento dos custos das importações. Certamente, essa situação ainda vai gerar repercussões importantes no futuro. Já em terras brasileiras, outros fatores que dificultam o crescimento e a inovação são a ausência de previsibilidade na aprovação de produtos e a falta de incentivo para formulação local.
Prazos não são cumpridos e os trâmites são morosos, o que reduz e atrasa o lançamento de soluções para a agricultura brasileira. Nesse cenário, é essencial aumentar a produção em solo nacional, de forma a diminuir a dependência de importações. Para isso, o governo precisa de uma política estável e de incentivo.
As vantagens da produção local são muitas. Entre as principais, estão a independência maior com que a empresa pode atuar e a possibilidade de gerar soluções adaptadas ao clima brasileiro. Também se destacam a autonomia na produção e o maior domínio da tecnologia.
Porém, o Brasil ainda carece desse sistema e seus líderes deveriam se preocupar em ter uma indústria forte. Atingir esse objetivo depende de muitos fatores, como políticas industriais de incentivo à produção local de produtos técnicos e formulados.
Produtos com formulações desenvolvidas localmente e já adequados às condições da agricultura nacional proporcionam melhor performance da cultura e menor impacto ambiental. Na agricultura brasileira, prevalecem incidência de luz solar, altas temperaturas, umidade elevada, alta infestação de pragas e doenças e presença de palha no solo, decorrente do plantio direto e da colheita mecanizada da cana-de-açúcar. A indústria precisa saber trabalhar com essas características para promover o sucesso das aplicações.
Eventos climáticos adversos, tais como chuvas em excesso ou estiagem em etapas impróprias, podem afetar diretamente a receita e o lucro dos produtores. Uma seca prolongada, por exemplo, pode fazer com que uma lavoura de milho em sua fase de desenvolvimento tenha uma queda na média de produção na ordem de 50%. Nesse caso, o produtor terá uma baixa na receita e, consequentemente, dificuldade em cumprir os compromissos financeiros. Os riscos são em diferentes níveis, sendo perda parcial, prorrogação e perda total. Com tantas variáveis em risco, é fundamental que lavoura e indústria trabalhem de maneira integrada.
O papel do mercado agrícola na economia brasileira é de destaque, sendo um dos principais motores do País. O produtor nacional, além de plantar e colher, precisa considerar diversas variáveis da sua operação – como clima, época de plantio, compra de insumos, tratamento de solo, acesso ao crédito, entre outras –, incluindo as condições mercadológicas que impactam seu negócio – câmbio, preços, custos, armazenagem, etc. Na indústria, a realidade não é diferente e os cenários cada vez mais complexos se mostram todos os dias desafiadores. A competitividade enfrentada no mercado de defensivos agrícolas faz com que todos busquem melhorias constantes nas operações.
“O produtor nacional, além de plantar e colher, precisa considerar diversas variáveis como clima, época de plantio, compra de insumos, tratamento de solo, acesso ao crédito, câmbio, preços, custos, armazenagem, etc.”
A tomada de decisões estratégicas para a produção agropecuária requer, principalmente, conhecimento e prática, mas as indústrias também são partes essenciais para a obtenção de uma boa safra, com produtividade e rentabilidade. É preciso entender o mercado para dosar os planos e as ações, a fim de aumentar a competitividade dos agricultores e das empresas e colher bons frutos para o Brasil.