A Unidade Embrapii CQMED/Unicamp (Centro de Química Medicinal de Inovação Aberta), credenciada à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), estabeleceu parceria com o Aché Laboratórios e a farmacêutica Eurofarma para viabilizar um programa inédito de pesquisa visando ao desenvolvimento de novos medicamentos oncológicos e anti-infecciosos.
Pela primeira vez no Brasil, as pesquisas serão baseadas no chamado modelo de inovação aberta, ou seja, todo o conhecimento gerado (até a fase de validação do potencial terapêutico dos alvos biológicos) será de domínio público. Após o término da fase pré competitiva, esse conhecimento poderá ser utilizado na identificação e desenvolvimento de moléculas patenteáveis pelas empresas.
A parceria inédita dentro da indústria farmacêutica brasileira foi oficializada em janeiro. A pesquisa aberta segue a linha do bem sucedido modelo internacional Structural Genomics Consortium (SGC), uma parceria público-privada, sem fins lucrativos, que desenvolve estudo básico e apoia a descoberta de novos medicamentos, em um modelo que não produz patentes e permite acesso irrestrito a seus resultados.
O projeto, com investimento inicial de R$ 8,4 milhões, visa à pesquisa de novas moléculas para o desenvolvimento de anti infecciosos, como antibióticos e anti-parasitários, no caso da Eurofarma, e medicamentos voltados ao tratamento de câncer, no caso do Aché. A Embrapii financiará R$ 1,8 milhão por empresa (total de R$ 3,6 milhões nesta conformação) com recursos não reembolsáveis. O restante será financiado pelas companhias.
“A Eurofarma investe 7% de sua receita em pesquisa & desenvolvimento e deve chegar a 10% nos próximos anos. Essa parceria permitirá uma rica troca de informações e experiências, além de fortalecer, cada vez mais, a inovação e o desenvolvimento de novos medicamentos na indústria farmacêutica brasileira”, comenta Martha Penna, vice-presidente de Inovação da Eurofarma.
Ao longo do estudo, será possível estabelecer colaboração internacional com outros cinco centros do SGC e laboratórios de pesquisa ao redor do mundo, com uma lista de vantagens: divisão de risco, economia de recursos financeiros e redução da redundância na pesquisa, acelerando a resposta sobre se um alvo biológico tem potencial terapêutico para gerar tratamentos inovadores para necessidades médicas não atendidas.