Novos medicamentos baseados em plantas de diferentes biomas brasileiros devem chegar ao mercado nos próximos 15 anos. Essa é a expectativa do programa de prospecção da biodiversidade, iniciativa do Aché Laboratórios, da empresa Phytobios (ligada ao Grupo Centroflora) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A cerimônia de assinatura do contrato entre os parceiros aconteceu no dia 11 de dezembro, na sede do CNPEM, em Campinas (SP).
O programa visa a identificar substâncias bioativas em extratos vegetais da biodiversidade brasileira que possam ser usados em produtos farmacêuticos. Serão solicitadas patentes para as tecnologias promissoras. Com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e investimento inicial de R$ 10 milhões, o programa focará inicialmente nas áreas de oncologia e dermatologia.
O programa é inédito no País por reunir parceiros estratégicos na área. O CNPEM tem grande expertise na identificação de compostos bioativos, enquanto a Phytobios trabalha há mais de dez anos na condução de expedições de bioprospecção em biomas brasileiros e o Aché é uma das empresas no País que mais investem em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos inovadores, com expertise na otimização de moléculas em seu Laboratório de Design e Síntese Molecular.
A busca por moléculas bioativas partirá da biblioteca de produtos naturais do CNPEM e da Phytobios. No acervo, há extratos e frações derivados de centenas de espécies vegetais do Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Essas substâncias serão testadas em ensaios de alto desempenho para predizer suas atividades biológicas e potencial terapêutico. Aquelas identificadas como promissoras serão otimizadas pelo Aché e CNPEM e seguirão para avaliações de segurança e eficácia em testes pré-clínicos e clínicos.