REVISTA FACTO
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Abr-Jun 2016 • ANO X • ISSN 2623-1177
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//Especial

ABIFINA CELEBRA 30 ANOS E LANÇA LIVRO SOBRE SUA HISTÓRIA

Em junho de 2016, a ABIFINA completou 30 anos. Sua história se confunde com as histórias do Brasil e da indústria da química fina nacional. São três décadas lutando em prol do desenvolvimento do País, construindo parcerias entre os setores privado e público, defendendo a fabricação local e a inovação tecnológica, e atuando com ética.

Em junho de 2016, a ABIFINA completou 30 anos. Sua história se confunde com as histórias do Brasil e da indústria da química fina nacional. São três décadas lutando em prol do desenvolvimento do País, construindo parcerias entre os setores privado e público, defendendo a fabricação local e a inovação tecnológica, e atuando com ética. De 1986 até aqui, a entidade atuou em importantes momentos da vida nacional, sempre contribuindo com ideias e soluções que visassem ao crescimento do País e também do setor. Nesse longo caminho percorrido, pode-se destacar a participação na formatação da Constituição de 1988, no marco legal da propriedade industrial reformulado no início dos anos 1990, na criação do Complexo Industrial da Saúde e no estabelecimento de parcerias público-privadas para fabricação de medicamentos em solo nacional, a partir dos anos 2000.

Para celebrar mais essa conquista, a ABIFINA reuniu, na noite do dia 17 de junho, em uma festa no Museu de Arte Moderna (MAM), seus associados, sua equipe, empresários do setor, autoridades públicas e outros parceiros. O momento foi de homenagens àqueles que ajudaram a Associação a trilhar essa história – as empresas Blanver Farmoquímica, Eurofarma e Aché – e sem os quais não teria sido possível à entidade acumular tantos feitos. A festividade marcou também o lançamento do livro “ABIFINA 30 anos: uma história pelo desenvolvimento nacional”, publicação coordenada por Nelson Brasil e o integrante do Conselho Consultivo Marcos Oliveira.

Recordando a história

Durante a celebração, foram lembrados momentos importantes da ABIFINA. Abrindo a cerimônia, o atual presidente da entidade, Ogari Pacheco, ressaltou a relevante atuação da entidade em defesa dos interesses do País. “A ABIFINA é uma entidade de classe única, que visa, principalmente, ao bem maior do Brasil: o desenvolvimento da indústria de química fina nacional, sem olhar para grupos ou para empresas. A presença da entidade se faz sentir de uma maneira mais intensa no campo da propriedade intelectual, a ponto de as demais entidades reconhecerem na ABIFINA a sua representação maior e melhor”, afirmou o dirigente.

A fundação da entidade em 1986 também não poderia deixar de ser lembrada. Dela participaram José Correia da Silva, primeiro presidente da Associação, e Dante Alário Junior, atual vice-presidente Farmacêutico da ABIFINA. Em sua fala, Correia recordou o período difícil por que passava o País na década de 1980 e a importante atuação de empresários e de funcionários de órgãos públicos na construção e atuação da Associação. “Em 1986, o Brasil não tinha dinheiro e foi chamado a produzir. Os primeiros movimentos de produção foram das empresas nacionais. Éramos um grupo de pequenas e médias empresas lutando para conseguir tecnologia para operar equipamentos que não conhecíamos e conseguir importar insumos impossíveis de localizar – naquela época não havia produção de intermediários e produtos químicos como existe hoje. Enfrentamos batalhas muito duras e com o apoio de funcionários públicos de órgãos, ministérios, BNDES, Cacex, conseguimos fazer alguma diferença”, contou.

O ex-presidente da ABIFINA destacou ainda que são poucas as associações de classe no País que perduram tanto tempo. “Para nós, 30 anos no Brasil é como se fossem 300 anos lá fora. Não costumamos comemorar isso. Quantas entidades foram formadas na mesma época que a ABIFINA, e não sobreviveram?”, indagou Correia. Dante Alario também falou sobre a importância que é para uma entidade brasileira celebrar três décadas de existência. “Sinto-me honrado de participar de uma entidade que ajudou a construir parte daquilo que é setor químico e farmacêutico no Brasil, e agora entrando numa nova área, que é a da biotecnologia. Trinta anos de uma entidade é muito para um país como o Brasil que não tem isso como sua história. Diferente de outras entidades, a ABIFINA não nasceu de uma necessidade única de um determinado momento. O motivo é muito maior, estamos falando da construção de um país e a ABIFINA tem entre seus propósitos essa construção maior”, declarou o vice-presidente em seu depoimento.

Entre as muitas lutas da entidade, a defesa dos interesses nacionais em relação às patentes ganhou especial atenção e foi lembrada por parceiros da ABIFINA presentes à cerimônia. É o caso de Alcebíades Athayde Junior, presidente-executivo da Libbs, empresa homenageada nos 25 anos da Associação. “A ABIFINA foi a porta-voz de uma atitude muito ousada da indústria farmacêutica há 30 anos, foi uma mistura de iniciativa industrial e grito de independência do Brasil. A gente entendia que devia dar um salto adiante, não ser apenas formuladores de medicamentos, mas fazer os princípios ativos. A ABIFINA viabilizou esse sonho ao ser a defensora da nossa visão de propriedade intelectual na época, e defendeu isso tão bem que propiciou o desenvolvimento de uma indústria farmacêutica e farmoquímica brasileira capaz de produzir qualquer molécula chamada pequena”, afirmou o dirigente da Libbs. O presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel, foi outro que trouxe à tona o tema das patentes. “A posição crítica da Abifina nesses 30 anos e a defesa do interesse da indústria nacional da química fina contribuíram muito em relação a tudo o que envolveu as patentes dessa área, principalmente as patentes de medicamentos”, declarou Pimentel.

O livro dos 30 anos

A noite foi palco também para o lançamento do livro “ABIFINA 30 anos: uma história pelo desenvolvimento nacional”, que foi distribuído aos presentes na festividade. A publicação resgata os primórdios da entidade e narra todo o caminho que a instituição percorreu nessas três décadas de existência, desde sua fundação na difícil década de 1980, passando pela participação na Rodada Uruguai do GATT, que resultou na criação da OMC, pela liberalização econômica e consequente desindustrialização nacional nos anos 1990, até a criação das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) e do Programa para o Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Procis) nos anos 2000.

O atual 1º vice-presidente da entidade e um dos coordenadores do projeto, Nelson Brasil, apresentou os destaques da publicação e ressaltou que a mesma não teria sido possível sem a participação daqueles que também atuaram ao lado da Associação nessas três décadas. “O roteiro do livro recebeu 60 contribuições na forma de depoimentos de autoridades públicas e personalidades que de alguma forma conviveram com a ABIFINA na construção dessa história e assim puderam apresentar suas visões próprias sobre o relevante trabalho desta entidade. Destaco ainda a importância do levantamento de dados históricos em nossos arquivos, trabalho conduzido pela equipe que compõe o quadro da ABIFINA”, afirmou o dirigente.

Já Marcos Oliveira, que também trabalhou à frente da publicação, acredita que isso é somente o início de uma história maior e da qual ele se recorda com saudosismo e entusiasmo. “Esse livro é um registro desses primeiros 30 anos da entidade e representa apenas um começo, porque certamente a ABIFINA vai continuar na sua luta pelo desenvolvimento da indústria química no Brasil. Foi uma satisfação trabalhar no livro, porque ele nos leva de volta ao princípio, quando as coisas começaram a acontecer, quando as primeiras pessoas se reuniram e começaram a projetar seu destino”, comentou.

Homenagem aos par ceiros

A cerimônia homenageou ainda três associadas da ABIFINA, que trouxeram importantes contribuições para as conquistas da entidade. Foram elas as empresas Blanver Farmoquímica e Eurofarma, por terem participado da constituição da Associação e por estarem entre os associados mais antigos, e o laboratório Aché, por sua atuação no desenvolvimento industrial valorizando a biodiversidade brasileira.

Representando a Blanver, o presidente da empresa, Sergio Frangioni, agradeceu a homenagem e aos parceiros que estiveram ao lado da empresa. Já o diretor da Eurofarma, Walker Lahmann, aproveitou a ocasião para parabenizar a trajetória e contribuição da ABIFINA para o desenvolvimento do setor, além de resgatar a história da própria empresa. “Temos hoje um setor farmacêutico completamente diferente do que tínhamos há 30 anos, e isso sem dúvida veio com apoio da ABIFINA. A Eurofarma também se desenvolveu muito nesse período, somos uma das três maiores empresas farmacêuticas, desenvolvemos o primeiro medicamento biossimilar registrado na América Latina, temos investimentos significativos na área de inovação, e pensamos juntos o setor”, declarou Lahmann.

O último homenageado, o laboratório Aché, foi representado por seu presidente Paulo Nigro, que destacou a relação entre o desenvolvimento da entidade e de sua própria organização. “Neste ano, o Aché completa 50 anos de vida. Desses 50, os 30 últimos foram percorridos junto com a ABIFINA e é uma história de muita luta. Grande parte dos dez maiores laboratórios no Brasil hoje são nacionais. Isso não é à toa”, contou. Para ele, a homenagem deve ser recebida com humildade e traz reflexões sobre o futuro. “Quando a gente recebe uma homenagem, sempre fica pensando no que temos que fazer para que, daqui a 30 anos, a gente receba uma homenagem igual. O que eu tenho que melhorar, reinventar, que tipo de mudanças e inovações a gente tem que promover?”, questionou. Nigro aproveitou a ocasião para anunciar que o primeiro medicamento do laboratório, o Acheflan, desenvolvido em parceria com o grupo Centroflora, acaba de ser registrado no México. A história sobre o medicamento pode ser lida na página 34.

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