Nortec
Benzonidazol agora é nacional
A Parceria Público-Privada para a produção de medicamento contra doença de Chagas deu seus primeiros resultados. O laboratório privado Nortec, responsável pela produção da matéria-prima, entregou, no dia 1º de dezembro, 320 kg do insumo para uso adulto e 18 kg para uso infantil ao laboratório público Lafepe, que fabricará o produto final. Os primeiros 4,6 milhões de comprimidos devem estar prontos até o final do mês. Além do medicamento para uso adulto, o Brasil passa a ser o primeiro país a fabricar o benzonidazol pediátrico, aprovado em novembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Desde 2008, o Lafepe usava o estoque de matéria-prima da Roche, que parou de fabricar o produto por sua baixa rentabilidade. O Brasil, então, assumiu a produção mundial. Nesse período, distribuiu 2.703.700 comprimidos do medicamento. Em abril deste ano, o estoque da Roche se esgotou. O Brasil produz diversos medicamentos para exportação e ajuda humanitária via parcerias entre laboratórios públicos e privados: soro antirrábico, soro antitetânico, soro anti-peçonha, vacina para febre amarela, vacina meningite tipo A C, e benzonidazol. O País vem investindo cada vez mais na produção nacional desses e de outros medicamentos. O investimento em laboratórios públicos produtores saltou de R$ 8,8 milhões em 2000 para mais de R$ 54 milhões em 2011. Além disso, desde 2003, o ministério orienta grande parte de seus recursos para linhas de pesquisa relacionadas às chamadas doenças negligenciadas.
Aché
Faturando o mercado de biossimilares
Com a queda da patente de três medicamentos biológicos até 2014, farmacêuticas se unirão em uma joint venture no Brasil para investir em pesquisa e produzir biossimilares. O grupo pretende faturar uma fatia de 50% desse mercado de US$ 1,2 bilhão por ano, segundo dados da Pró-Genéricos.
Ainda não foram reveladas quais serão as empresas a compor a sociedade, mas é certo que o Aché está entre elas. “Até o primeiro trimestre de 2012, a joint venture deve estar constituída e operando”, diz o presidente do laboratório, José Ricardo Mendes da Silva.
A previsão da Pró-Genéricos é que, com concorrência, haja redução de até 20% no preço dos medicamentos. O governo federal deverá ser o maior beneficiado, já que as três drogas comprometem cerca de 30% do orçamento do Ministério da Saúde para compra de remédios.
Coleção de prêmios
O Aché Laboratórios foi contemplado com o prêmio Melhor Performance Empresarial Farma com Tarja, na 35a Lupa de Ouro, premiação máxima do marketing da indústria farmacêutica. A homenagem representou o reconhecimento ao sucesso nas atividades de 2010. Para receber o prêmio, Marcelo Neri, diretor da Unidade de Prescrição II, subiu ao palco e agradeceu aos colaboradores da empresa e relembrou que seus fundadores também eram representantes. “Ser representante está no sangue de todo colaborador do Aché”, frisou. Neri encerrou o discurso reconhecendo o trabalho da força de vendas: “Agradeço principalmente aos mais de 1.600 representantes que fazem o DNA do Aché. Este não é um prêmio, é uma conquista!”
Lançamento contra a asma
O Aché acaba de lançar o Montelair, primeiro similar do Montelucaste (substância ativa do Singulair, da Merck, Sharp & Dohme contra a asma). O laboratório entra na disputa por 31% do mercado – ou R$ 28 milhões – de inibidores de leucotrienos, responsáveis pelo estreitamento e inchaço das vias respiratórias dos pulmões. O Singulair movimentou, no período de outubro de 2010 a outubro de 2011, R$ 93 milhões, o que corresponde a quase 1 milhão de unidades comercializadas.
Biolab
Fotoprotetor desenvolvido com nanotecnologia da Biolab
Proteção extrema, fotoestabilidade duradoura (99% após 4h de aplicação) e beleza extra são os benefícios dos novos produtos da Biolab Farmacêutica: Photoprot FPS 100 Color Claro e Photoprot FPS 100 Color Escuro. Ambos fazem parte da linha de fotoprotetores inicialmente desenvolvidos com nanotecnologia pela farmacêutica, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2009. Os dois novos itens da família Photoprot são indicados para todos os tipos de pele, têm efeito de base de maquiagem e podem ser aplicados diariamente em diversas tonalidades de pele, disfarçando imperfeições do rosto, como alterações da cor, poros dilatados, acne e cicatrizes. “É o que chamamos de ‘efeito matte’, ou seja, sem oleosidade”, explica Dra. Simone Sotto Mayor, médica dermatologista e diretora da Biolab Dermocosméticos. Segundo ela, os lançamentos atenderão à demanda por uma nova tendência.
A nanotecnologia é uma plataforma presente exclusivamente na Linha Photoprot FPS 100. “O sistema nanoestruturado promove aumento da dispersão da radiação UV, tem melhor efeito de espalhabilidade e oferece a liberação prolongada do ativo e fotoestabilidade, aumentando a permanência do fator de proteção na pele”, identifica Dra. Simone. A nanotecnologia é capaz de criar um filtro solar híbrido que absorve e reflete a luz solar simultaneamente.
Bio-Manguinhos e IVB
Novas estruturas para o CIS
O Ministério da Saúde anunciou em novembro o investimento de R$ 880 milhões na construção do Novo Centro de Processamento Final do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio- Manguinhos) da Fiocruz, no lançamento do Centro Tecnológico em Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Sautec), e na ampliação das plantas produtivas do Instituto Vital Brasil (IVB). As iniciativas reforçam o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (CIS). “Estamos fortalecendo a indústria nacional para ampliar a oferta de produtos estratégicos no Sistema Único de Saúde, diminuindo a dependência de laboratórios estrangeiros e a vulnerabilidade do SUS”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Do total, serão investidos R$ 20 milhões na ampliação das plantas produtivas do IVB para desenvolvimento e produção de medicamentos estratégicos. O ministério vai contribuir com R$ 10 milhões nos próximos dois anos, e o governo do estado do Rio com outros R$ 10 milhões. O trabalho começará pela produção do medicamento para doença de Alzheimer, Rivastigmina. Mas o ministério já tem Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) firmada com o IVB para desenvolvimento tecnológico de três medicamentos (o antirreumático Adalimumabe, a Octreotida contra acromegalia e a própria Rivastigmina), que estão envolvidos, respectivamente, com os laboratórios privados PharmaPraxis, LaborvidaHygeia e LaborvidaEMS.
Já o novo Centro de Processamento Final de Bio-Manguinhos ficará em um terreno de 570 mil m2 no distrito industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, onde serão fabricadas 600 milhões de doses de vacina por ano. Além de atender às crescentes exigências da Anvisa, o centro terá condições de ser pré-qualificado por agências internacionais para garantir ao País a condição de fornecedor global de imunobiológicos.
Padilha disse que, além de quadruplicar a capacidade de produção de vacinas pela Fiocruz, o espaço significa que o Brasil entrará numa nova fronteira em pesquisa e produção de insumos biotecnológicos. O diretor de Bio- Manguinhos, Artur Roberto Couto, destacou os principais benefícios da iniciativa. “Ampliaremos a oferta de insumos estratégicos para os programas públicos de saúde, dando ainda mais acesso à população a produtos de alta qualidade, regulando preços, e vamos contribuir também para que o Brasil aumente sua competitividade e dê um salto importante em desenvolvimento tecnológico”.
IVB
Nova planta em operação
O Instituto Vital Brazil (IVB) estreou em novembro sua nova área de produção com o envase de 47 litros de soro antibotrópico (contra veneno de jararacas), transformados em 4.300 ampolas de 10 ml cada. “Além de o local ser mais controlado e atender às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o maquinário é mais moderno. Se antigamente levávamos cerca de 1h30 para envasar 16 litros de soro, hoje é possível envasar 47 litros em apenas uma hora ou até menos”, calcula Jorge Coelho, diretor Industrial do IVB.
A construção da nova área de Formulação e Envasamento de Soros Hiperimunes do Instituto e a compra da nova máquina de envasamento integram o processo de reestruturação e modernização do parque industrial de seu instituto. Com a moderna tecnologia de ampola fechada, o novo equipamento usado agora aumenta em seis vezes a produtividade da planta, com sua capacidade de envasar 12 mil ampolas por hora, com vantagens adicionais: menor consumo de energia e água, além da eliminação de riscos de contaminações.
Reconhecimento
O Laboratório de Biomarcadores do Instituto Vital Brazil, em parceria com dois especialistas em nefrologia da Universidade Federal Fluminense, recebeu o certificado de melhor pôster pelo trabalho “Validação da dosagem da creatinina em papel de filtro para diagnóstico de doença renal crônica”, na 9ª Conferência sobre a prevenção da Doença Renal em populações desfavorecidas na América do Sul e no Caribe. O evento foi realizado entre os dias 23 e 25 de novembro, junto com o 7º Encontro Brasileiro de Prevenção da Doença Renal Crônica, na Universidade Federal do Maranhão.
A tecnologia de papel de filtro permite que o marcador seja processado e dê o resultado com apenas uma gota de sangue obtida através da punção do dedo do paciente ao papel de filtro, aplicando em laboratório uma solução específica na amostra de sangue.
Conhecimento compartilhado
O Centro de Estudo do Instituto Vital Brazil elaborou o Programa de Capacitação Externa, que tem por objetivo compartilhar o conhecimento desenvolvido na instituição com o público externo. O primeiro curso oferecido foi o de Propriedade Intelectual, em meados de dezembro.
O Centro de Estudos funciona desde 2008, desenvolvendo ações de treinamento para melhoria do corpo funcional do instituto. Devido aos constantes pedidos externos por palestras e simpósios, somados à experiência dos profissionais do instituto, surgiu a proposta de se criar o programa.
Bio-Manguinhos
Diagnóstico em teste
A implantação do teste de diagnóstico rápido de leishmaniose visceral canina começou com experiência piloto na cidade de Goiânia. Cerca de 20 técnicos receberam treinamento de profissionais do Ministério da Saúde e do Laboratório Bio-Manguinhos para a utilização da técnica, com uso do kit de cromotografia rápida.
Libbs
Solução para a enxaqueca
A Libbs Farmacêutica lançou, em novembro, o Égide, produto de ação preventiva que diminui a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca, doença que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros. O produto chega ao mercado com a vantagem de ter o menor preço em comparação aos genéricos disponíveis. A marca de topiramato da Libbs faz parte da nova geração de medicamentos usados na prevenção da enxaqueca e complementa a linha de tratamento que a empresa oferece para a doença. “Usado na prevenção, o Égide fará dupla com o Sumax, indicado para as situações de crises agudas e já consolidado com 18 anos de sucesso”, explica o gerente do produto, Alexandre Varga.
Combate à calvície
O mais novo tratamento para calvície conta com o primeiro aplicador triplo do mercado, que permite espalhar melhor o produto e, assim, favorece o combate à doença. Trata-se do Tegan, da Libbs Farmacêutica. De uso tópico, o medicamento fortalece os fios e reduz a queda. A solução promete ajudar os 54% dos homens a partir dos 40 anos que sofrem de calvície, além do pouco falado grupo de mulheres que, mesmo em menor proporção, também enfrentam o problema.
Hebron
Inovação sem indústria?
O Projeto de Lei do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação pegou de surpresa as indústrias nacionais. Elaborada pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), a proposta chegou à Câmara dos Deputados e ao Senado no final de agosto, sem qualquer consulta ao setor produtivo.
Avaniel Marinho, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da farmacêutica Hebron, soube do projeto por comentários entre colegas do meio industrial. Apesar de ser uma das empresas mais inovadoras de Pernambuco, a Hebron não foi consultada pelo deputado federal do próprio estado, Bruno Araújo (PSDB), que apresentou a proposta na Câmara. A empresa investe em P&D 10% de seu faturamento, que é de mais de R$ 100 milhões por ano.
“Lamentamos que representantes da indústria não tenham sido ouvidos. O governo, bem intencionado e no seu legítimo direito de cuidar do nosso desenvolvimento, legisla as leis, mas na falta de interlocução com o setor produtivo, corre o risco de cometer determinados equívocos, os quais, na prática, terminam dificultando ou engessado a própria inovação”, avalia Marinho.
Milenia
Novo acionista
O grupo israelense Makhteshim Agan (MAI), líder global em soluções para a proteção de cultivos no segmento genérico, anunciou em outubro a venda de 60% de suas ações para a China National Agrochemical Corporation. A empresa é subsidiária da China National Chemical Corporation (ChemChina), que está entre as 500 maiores empresas do mundo e é a maior empresa química da China. A mudança também diz respeito à Milenia Agrociências S.A., companhia brasileira com mais de 40 anos de atuação no mercado agroquímico nacional e subsidiária da Makhteshim Agan no Brasil desde 2001.
Alimentando o futuro
A Milenia Agrociências selecionou em outubro jovens para participarem do Projeto Formare, franquia social desenvolvida pela Fundação Iochpe há 21 anos como um dos mais importantes trabalhos de cunho socioeducacional e de cidadania. O objetivo é desenvolver as potencialidades de adolescentes de baixa renda de 15 a 18 anos para exercerem uma profissão, por meio da ampliação de suas habilidades de expressão e comunicação.
Ourofino
Fechando negócio
A Ourofino Agronegócio participou da 64ª Feira Nacional do Zebu, em Bucaramanga, na Colômbia, por meio do Projeto Brazilian Hereford & Braford (BHB), desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pela Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). Segundo a entidade, as empresas participantes projetam a geração de negócios da ordem de US$ 1,43 milhão, com a venda de produtos e serviços agropecuários nos próximos 12 meses.
Ação de marketing
O mais importante evento de medicina veterinária equina do Brasil, o II Caballiana Fair – que ocorre em abril de 2012 em São Paulo -, já fechou 18 cotas de patrocínio. Diante de sua importância, a Ourofino entrou no rol de patrocinadores. Reconhecida pelo mercado como a feira de melhor organização e conteúdo científico, a Caballiana atraiu, em sua edição anterior, cerca de 1,5 mil pessoas e mais de 40 expositores. O principal foco do evento é oferecer palestras para proprietários, profissionais especializados em cavalos, área comercial, administrativa e de marketing.
Ourofino e Oxiteno
Universidades e empresas
O Workshop sobre Pesquisa Colaborativa Universidade-Empresa, realizado em novembro pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), apresentou projetos financiados pelo Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Entre os casos em destaque, estiveram os da Oxiteno e da Ourofino.
“A empresa é um lugar privilegiado de produção de conhecimento. Nos países desenvolvidos isso fica evidente. Mesmo quando não há um centro de pesquisa formal, há gente resolvendo problemas e gerando conhecimento o tempo todo. Esse pesquisador que trabalha na empresa está sempre interagindo com as universidades”, disse durante o evento Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.