A Medida Provisória 495, que será submetida a votação no Congresso, estabelece a preferência de produtos brasileiros em processos licitatórios de instituições públicas, mesmo com preço até 25% maior. Porém, o presidente do Laboratório Cristália, Ogari Pacheco, alerta para o fato de muitas empresas importarem princípios ativos para, então, fazerem apenas pequenas manipulações no Brasil. “Nesses casos, o percentual deveria ser menor que o das empresas que produzem todas as etapas do remédio no País”, defende ele. “É preciso diferenciar o que é de fato nacional, principalmente na área de medicamentos”.
A preferência dos produtos brasileiros nas compras públicas também acendeu o debate sobre possíveis questionamentos do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Alguns especialistas argumentam que existem medidas semelhantes em outros países, logo não há motivos para problemas. Além disso, o Acordo Geral para Tarifas e Comércio (GATT) permite que compras governamentais adotem tratamento diferenciado.
Inovação como estratégia de crescimento da Biolab
Em vez de genéricos, produtos de maior valor agregado para enfrentar a alta concorrência entre os fabricantes de medicamentos. A estratégia adotada pela Biolab Farmacêutica se traduz na inovação em série e, para reforçar as linhas de P&D, a empresa investirá mais de US$ 30 milhões na construção de um centro de pesquisas ao lado de sua fábrica em Taboão da Serra (SP) e na contratação de pesquisadores. As obras devem começar até o final deste ano.
Hoje a Biolab conta com 32 estudos de inovação semirradical em andamento, que devem estar concluídos até 2013, e dois radicais, entre eles um analgésico mais potente que a morfina, em desenvolvimento há mais de dez anos. No total, são trezentas pesquisas de novos medicamentos para as áreas de cardiologia, ginecologia, dermatologia, pediatria, ortopedia e reumatologia. A companhia pretende apostar, nos próximos dois anos, na gastroenterologia, segundo o CEO Cleiton Marques.
Outra novidade, mas na área comercial, é que agora a Biolab está responsável pela promoção e distribuição do medicamento para osteosporose Evista no mercado privado. Líder na área de disfunção erétil, a americana Eli Lilly, que produz o remédio, manterá o fornecimento próprio apenas para o governo.
Eurofarma investe em P&D com cientistas cubanos
A Eurofarma recorrerá a uma linha de financiamento do BNDES para intensificar o desenvolvimento de medicamentos junto a um polo de biotecnologia de Cuba, considerado referência internacional. Segundo a gerente de pesquisas clínicas da empresa, Camille Rodrigues da Silva, a intenção é orientar a parceria principalmente para a pesquisa na área de oncologia, com transferência de tecnologia. As duas instituições trabalham juntas desde 2006 em dois projetos. Em um deles, foi licenciado o Cimaher, medicamento para o combate ao tumor cerebral infantil. No outro, uma vacina terapêutica para câncer no pulmão está na fase de ensaios clínicos.
Além dos investimentos em parcerias internacionais para P&D, a Eurofarma continua com forte atuação no mercado interno. A companhia fará, até o fim do ano, um aporte R$ 400 milhões para triplicar a capacidade de produção de sua unidade em Itapevi, região metropolitana de São Paulo. E para cumprir o objetivo de se tornar “uma multinacional verde-e-amarela no setor”, como afirma o diretor da área Internacional e de Exportação, Wesley Pontes, a companhia anunciou em junho a compra do Laboratório Gaultier, no Uruguai, depois da aquisição do argentino Quesada. A meta da Eurofarma é estar presente em 90% do mercado latino-americano até 2015.
Hebron se nacionaliza para aumentar P&D
Este ano, a Hebron planeja construir seu segundo laboratório no Brasil. O local previsto até agora é a cidade de Macaé (RJ), com investimento de R$ 70 milhões. A região Sul será outro passo para a paulatina nacionalização da farmacêutica, que pretende chegar ao fim de 2012 com receita superior a R$ 200 milhões e investimentos de R$ 20 milhões anuais – valor cinco vezes maior que o atual – no desenvolvimento de medicamentos. A menina dos olhos na área de P&D, no momento, é o primeiro antibiótico biotecnológico nacional, que tem prazo para ficar pronto em 2012.
As doenças “esquecidas” também estão na mira da Hebron, que se comprometeu com o Ministério da Saúde, nos últimos dois anos, a pesquisar algumas delas, em especial a leishmaniose que aflige cerca de dois milhões de pessoas no mundo. O Brasil está entre os cinco países com maior número de casos. A empresa pesquisa duas substâncias, uma semissintética, testada nos Estados Unidos, e outra de origem biológica, desenvolvida em laboratório próprio. Hoje, a empresa conta com um total de 115 produtos, de áreas diversas, no mercado. Este ano, a expectativa é fechar com faturamento de R$ 140 milhões, um crescimento de 30% sobre 2009.
Biomanguinhos lança, em consórcio, diagnóstico para H1N1
Biomanguinhos, Instituto Carlos Chagas, Instituto de Biologia Molecular do Paraná e Instituto de Tecnologia do Paraná produzirão o kit nacional para diagnóstico da influenza H1N1, recém-lançado pelo Ministério da Saúde. A tecnologia desenvolvida no Brasil trará independência em relação ao mercado internacional. O teste brasileiro custa cerca de R$ 45, enquanto os importados estão entre R$ 100 e R$ 150, uma diferença de aproximadamente 60%.
O novo kit apresenta ainda outras vantagens: é mais rápido e confiável, levando quatro horas para oferecer o resultado – metade do tempo convencional. Além disso, ele reúne em apenas um produto os reagentes usados para a detecção do vírus, enquanto em outros países, incluindo os grandes fornecedores como Estados Unidos, França e Alemanha, os materiais são vendidos separadamente e precisam ser misturados em laboratório, o que aumenta as chances de falha humana .
O teste diagnóstico do H1N1 será distribuído a três laboratórios de referência – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP), além de três Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) localizados no Distrito Federal, no Paraná e na Bahia. Neste primeiro momento, não será ofertado a laboratórios privados.
Os seis laboratórios públicos contam com novas plataformas tecnológicas para o diagnóstico da gripe e fazem parte de projeto-piloto brasileiro para detectar o vírus H1N1. Há previsão de a tecnologia ser adaptada para diagnosticar outras doenças, como Aids, dengue, hepatite e meningites. O investimento do governo federal no projeto foi de R$ 3,36 milhões.
Centroflora aposta em antioxidante para biodiesel
Empresa da Centroflora no Piauí, a Vegeflora Extrações do Nordeste, estuda uma tecnologia capaz de transformar um subproduto da castanha de caju em antioxidante para retardar o processo de rancificação do biodiesel feito de soja. Esse aditivo, atualmente, é importado pelo Brasil.
Finep divulga edital para financiar pesquisas de medicamentos
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) divulgou edital no valor de R$ 75 milhões destinado ao desenvolvimento de medicamentos prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte do financiamento se direciona aos antirretrovirais para tratamento da Aids, mas ele também contempla pesquisas em biofármacos e fitomedicamentos. A entrega de propostas vai até setembro.
A Globe Química, que já fornece para Farmanguinhos, estuda firmar parcerias para desenvolver produtos. O laboratório Cristália informou que não participará da seleção. “Já temos outros estudos nessa linha. E o fato de não podermos gerir os recursos amarra”, diz o diretor do Centro de P&D do Cristália, Roberto Debom, se referindo-se à obrigatoriedade da gestão dos recursos por instituições de pesquisa parceiras.
A chamada pública objetiva capacitar a indústria nacional para verticalizar o processo de fabricação pelos laboratórios nacionais. Trata-se de uma política estratégica do governo, no sentido de obter redução nos preços dos antirretrovirais, que são quase 100% adquiridos para o SUS. Este ano, R$ 884 milhões serão gastos pelo governo em remédios para Aids, 70% comprados fora do País.
EMS eleita a melhor do País no setor
A EMS foi eleita a melhor empresa do setor farmacêutico brasileiro pela pesquisa Melhores e Maiores 2010, promovida pela revista Exame em dezoito segmentos da economia. Líder no Brasil, o laboratório se encontra entre os sete maiores da América Latina, segundo a auditoria IMS Health. Em 2009, a EMS faturou R$ 2,45 bilhões e investe 6% de seu faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento. De olho na expansão dos negócios, aderiu recentemente ao programa de internacionalização de empresas em Cuba promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil). O aporte previsto no país é de US$ 140 milhões.
Patentes vencidas mobilizam farmacêuticas
Uma série de princípios ativos está com patentes vencidas recentemente ou por vencer, o que vem provocando entre os laboratórios brasileiros uma corrida para obter maior participação no mercado de genéricos. A Pfizer firmou parceria com a Eurofarma para produzir uma versão do Lipitor, medicamento para o combate ao colesterol que perderá a proteção em dezembro. A Geolab lançará o genérico desse medicamento no segundo semestre de 2011, para quando planeja disponibilizar seu Viagra genérico.
Destinado à disfunção erétil, o Viagra representa um capítulo à parte. O grande apelo do produto junto aos consumidores levou a brasileira Germed, holding da EMS, a investir cerca de R$ 20 milhões em pesquisa para ser a primeira a colocar o produto à venda no final de junho. O grupo da EMS é, por enquanto, o único autorizado a comercializar o Viagra genérico nas farmácias.
Os genéricos cumprem papel importante na atual expansão do setor farmacêutico brasileiro. O bom momento tem animado as indústrias a investirem em lançamentos e expansão. A Germed anunciou que deve lançar quinze medicamentos este ano, ampliar a linha e comprar uma nova marca para estender suas atividades a novos setores, como endocrinologia, oftalmologia e dermatologia. Já a Eurofarma adquiriu, em meados de junho, a indústria farmacêutica Gautier, a sétima maior do Uruguai, com presença no Paraguai e na Bolívia.
Agricur e Milenia passam a integrar gigante de defensivos genéricos
Proprietária da Agricur Defensivos Agrícolas e da Milenia Agrociências, a companhia israelense de agroquímicos Makhteshim Agan Industry Ltd.(MA Industries) comprou recentemente a norte-americana Albaugh Inc. pelo valor de US$ 1,3 bilhão. O negócio criará uma gigante do setor. Com vendas de US$ 2,2 bilhões em 2009, a MA é líder mundial em defensivos agrícolas genéricos e a sétima maior empresa do segmento, ao passo que a Albaugh está à frente do mercado de defensivos genéricos nos EUA, além de ser a principal produtora de glifosato no Mercosul.
Segundo especialistas, a MA Industries, a partir da aquisição, deverá aumentar suas vendas anuais para o patamar de US$ 3 bilhões, ao ponto de se tornar a sexta no ranking mundial do setor e, talvez, maior que a Dow Chemical Company. Pela primeira vez, uma indústria de genéricos ultrapassará uma empresa de pesquisa na área de proteção agrícola.
No começo do ano, a MA havia divulgado suas dificuldade em competir com outros fornecedores, perdendo espaço na América Latina e encontrando resistências para ampliar sua presença entre os norte-americanos. Porém, com a transação, aproveitará o crescimento do setor de açúcar e álcool no mercado latino-americano, além de ganhar uma grande base de clientes no meio oeste dos Estados Unidos.
Milenia lança novo fungicida
Chegou ao mercado o novo fungicida Guapo, da Milenia Agrociências, destinado à aplicação nas culturas de trigo, café, soja e cevada. Segundo o coordenador de Desenvolvimento de Produto da empresa, André Shimohiro, o produto é uma alternativa para o combate à ferrugem e às manchas foliares do trigo, além de atuar no controle da ferrugem do café. Também fornece seletivo para cada cultura e possibilidade de aplicação em diferentes épocas.
O Guapo complementa o Manejo Total Trigo, solução composta também pelos fungicidas Alterne, Bendazol, Juno e Priori. A Milenia promove uma série de palestras para engenheiros agrônomos e outros profissionais que atuam no setor para explicar as características do novo produto.
Na linha florestal, Milenia divulga soluções
A Milenia participou da “1ª Semana da Madeira e da Floresta de Ribas do Rio Pardo”, entre os dias 12 e 16 de julho, em Mato Grosso do Sul – um dos principais polos florestais do País. Além de apresentarem produtos da linha florestal, profissionais da empresa orientaram sobre a forma de manuseio dos herbicidas e a tecnologia de aplicação adequada para se reduzir custos.
Servatis apoia ações socio-educativas em Resende
Mais que buscar soluções para os setores agroquímico e de química fina, a Servatis investe no desenvolvimento socio-econômico da comunidade. Em parceira com a Prefeitura de Resende (RJ) e o Ministério da Educação, a empresa apoia aulas semanais de balé oferecidas para crianças da cidade e também o projeto Mais Educação, do Governo Federal, que visa aumentar a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas.
Ouro Fino produzirá vacina pioneira
A Ouro Fino Agronegócios fabricará a primeira vacina de grande eficácia contra a esquistossomose, que está sendo desenvolvida pela Fiocruz desde a década de 1990. A produção será possível graças à compra da Alvos Consultoria, detentora da patente. Já foram feitos os testes de laboratório e falta a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os testes clínicos.
Com a aquisição da Alvos, a Ouro Fino também recebe o direito de produzir vacina contra fascilose hepática para uso animal, que tem base na mesma proteína para o combate à esquitossomose, a SM14, descoberta pela equipe da Fiocruz. Os produtos são de alta importância para a saúde pública. O Brasil tem de seis a sete milhões de pessoas infectadas pela esquistossomose. Já fascilose hepática animal atinge 20 milhões de bovinos e ovinos no País.
Segundo informação da Fiocruz, os testes preliminares provaram que os imunizantes têm eficácia de 60% a 90%. A estimativa da Ouro Fino é colocar a vacina animal no mercado em dois anos e a humana em cinco. Para aumentar a capacidade produtiva, a empresa construirá duas novas plantas industriais em Cravinhos e Uberaba (MG). A partir de 2011, a companhia deverá crescer em 50% seu faturamento, a partir de vendas no valor de R$ 30 milhões por ano.
FCC estreia no ranking das melhores para se trabalhar no Rio
Pela primeira vez, a Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC S/A), que oferece soluções para a indústria do petróleo, figura na lista das 25 melhores empresas para se trabalhar no Estado do Rio. O mix que a alçou, este ano, a esse seleto grupo foram salários 15% acima da média, forte investimento em qualificação e proteção à saúde e à segurança dos empregados.
A gerente de RH, Hilda Teixeira, dedica a conquista ao modelo de gestão compartilhada com os funcionários, que participam por meio dos comitês de responsabilidade social e qualidade de produto, entre outros. “Isso faz as pessoas terem a chance de ajudar a planejar soluções e mostrar seu valor”, declara.
Grupo controlador da Oxiteno comprará Texaco
A Texaco será integrada ao Grupo Ultra – do qual faz parte a Oxiteno, associada da ABIFINA. Uma das empresas do grupo, a Sociedade Brasileira de Participações Ltda (SBP), recebeu autorização para obter participação societária na Chevron Brasil Ltda e na Sociedade Anônima de Óleo Galena Signal (Galena). A transação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no dia 7 de julho. Com a compra, o negócio de distribuição e revenda dos combustíveis Texaco no Brasil será transferido para a SBP. O mesmo acontece com o licenciamento da marca Texaco, durante três anos, nas regiões Sul e Sudeste do País, e por cinco anos nas regiões Centro-Oeste e Norte. A produção de lubrificantes e exploração de petróleo da Chevron não entram no acordo.
Divulgação da Corn Products em feira de alimentos
Aproveitando a oportunidade de apresentar sua linha de produtos para um público selecionado, a Corn Products Brasil decidiu participar este ano, pela primeira vez, da Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e do Varejo Independente de Alimentos (Fipan), que aconteceu em São Paulo entre os dias 20 e 23 de julho. A equipe técnica e comercial da empresa divulgou, no estande, os principais ingredientes oferecidos para o mercado. Sorvetes, pães, tortas e biscoitos feitos com produtos da Corn Products puderam ser degustados pelos visitantes em receitas elaboradas exclusivamente para o evento.
Em paralelo à feira, o evento contou com um ciclo de palestras onde a Corn Products Brasil participou de duas palestras sobre as aplicações de seus ingredientes em sorvetes. A especialista técnica Meire Cardoso abordou o tema “Influência dos diferentes açúcares na fabricação de sorvetes”, enquanto o gerente técnico de alimentos – América do Sul, Edmar Françolin, falou sobre a produção de sorvete de baixa caloria com edulcorante natural.
Investimento socioambiental da Geolab
A Geolab participou, em julho, do projeto “Araguaia minha vida”, que aproveita o período de férias para promover uma visitação a acampamentos de comunidades na extensão do rio Araguaia, entre as regiões Centro-Oeste e Norte do País. Uma embarcação faz o trajeto com os visitantes, que aproveitam atividades recreativas e desportivas, palestras sobre preservação ambiental e shows musicais. Este foi o sétimo ano da iniciativa, que contou com a novidade da coleta seletiva de lixo reciclado, além de distribuição de sementes de árvores do cerrado e cartilhas ambientais educativas disponibilizadas pela Geolab. A parceria faz parte do Programa de Educação Ambiental da empresa.
Hebron contra a leishmaniose
Duas substâncias contra a leishmaniose – uma semi-sintética, testada nos EUA com outra finalidade, e a segunda, de origem biológica, desenvolvida em parceria com a Universidade Mackenzie (SP), estão sendo pesquisadas. Os medicamentos atuarão nas formas da doença cutânea e visceral. Os estudos são da Hebron Farmacêutica e o produto já está sendo testado em pacientes de um hospital de referência no tratamento da doença no Nordeste.