REVISTA FACTO
...
Mar-Abr 2007 • ANO I • ISSN 2623-1177
2023
73 72 71
2022
70 69 68
2021
67 66 65
2020
64 63 62
2019
61 60 59
2018
58 57 56 55
2017
54 53 52 51
2016
50 49 48 47
2015
46 45 44 43
2014
42 41 40 39
2013
38 37 36 35
2012
34 33 32
2011
31 30 29 28
2010
27 26 25 24 23
2009
22 21 20 19 18 17
2008
16 15 14 13 12 11
2007
10 9 8 7 6 5
2006
4 3 2 1 217 216 215 214
2005
213 212 211
//Saiu na imprensa

ABIFINA comenta a notícia

Em dia com os acontecimentos que envolvem os assuntos trabalhados na associação, a ABIFINA destaca notícias que considera importante e lança um parecer sobre cada uma delas.

UE amplia barreiras protecionistas

Valor Econômico,

14.02.07

O bode na sala

“Enquanto negocia na Rodada Doha a redução de tarifas de importação de produtos agrícolas, a União Européia aumentou as barreiras no setor”, noticiou o Valor com base num relatório “confidencial” da OMC. Desde 2004, a UE teria elevado de 16,5% para 18,5%, em média, suas tarifas para produtos agropecuários, que já são das mais altas do mundo.

Mostrando que o discurso liberal do Primeiro mundo já não convence facilmente, o jornal comenta: “Crítica da ajuda estatal em países concorrentes, a UE subsidia o que lhe convém”. A manobra de elevar as tarifas antes de sentar-se à mesa de negociações é bastante conhecida e bem poderia ser mais usada pelo Brasil: trata-se da velha tática de “pôr o bode na sala” para, depois, causar alívio ao retirá-lo.

Consultor propõe taxar exportação

Valor Econômico,

13.02.07

Tiro na cabeça

É notório que o real está apreciado em relação ao dólar, o que contribui para aumentar as importações e dificultar as exportações. Nesse contexto, o consultor Michal Gartenkraut recomenda ao governo a instituição temporária pelo governo de um imposto de exportação sobre commodities (no mesmo viés de zerar alíquotas de importação sugerido por Gustavo Franco), que, segundo ele, ajudaria a reduzir a oferta excessiva de dólares proveniente das vendas externas de produtos primários.

Mesmo concordando que uma matriz exportadora essencialmente baseada em commodities é algo arriscado e, a médio e longo prazos, prejudicial para o País, não é hora de buscar saídas laterais para contornar o problema. Precisamos é seguir o exemplo da Argentina, que reduziu sua taxa de juros e comprou dólares para monitorar o câmbio. Está certo o governador José Serra em sua recente crítica à política macroeconômica do governo Lula: “foi por causa dos juros que o real se valorizou mais que qualquer outra moeda; Por que o yuan chinês e o peso argentino não foram valorizados como o real?”

No atual contexto de juros altos e real apreciado, a criação do imposto de exportação sugerida por Gartenkraut, ou a redução da alíquota de importação proposta por Gustavo Franco, é mais do que um tiro no pé: é um tiro na cabeça, capaz de aniquilar os únicos setores que, apesar do cenário adverso, têm conseguido gerar saldos comerciais para o País..

Brasil deve reduzir tarifas primeiro, diz Schwab

Folha de São Paulo,

13.03.07

Cara de pau (I)

Com “cara de pau” e arrogância, a representante comercial norte-americana Susan Schwab afirmou na Fiesp que os EUA não irão reduzir os subsídios agrícolas enquanto não houver um “grande corte” nas tarifas industriais do Brasil. Essa mesma postura foi adotada pelos EUA em 1994, quando fizemos concessões na rodada de abertura do GATT e foi estabelecido um prazo de sete anos para a contrapartida. Já se passaram treze anos, e nada ocorreu.

Doha deve discutir mais do que agricultura, dizem EUA

Folha de São Paulo,

Dinheiro, 03/01/07

Cara de pau (II)

Em conferência realizada em Washington sobre as perspectivas norte-americana e brasileira para o comércio bilateral, o vice-representante de comércio dos EUA, John Veroneau, embora tenha admitido que a agricultura é um ponto-chave para a reabertura da Rodada de Doha, declarou que os Estados Unidos querem o mesmo peso para o acesso a mercados nos setores de bens e serviços.

Quando os EUA queriam a ALCA, o objetivo não era apenas acessar nossos mercados de produtos industriais e serviços, mas também intervir em nossas políticas de compras governamentais e propriedade intelectual. O Brasil argumentou que estes eram assuntos para a OMC, pois havia o consenso de que a ALCA trataria exclusivamente de acesso a mercados. Quando nós quisemos colocar em pauta o acesso ao mercado agrícola norte-americano, eles alegaram que era assunto para a OMC.

Assim como todos os países de primeiro mundo, os EUA não parecem dispostos a discutir seriamente concessões na agricultura, que é justamente onde não são competitivos. E nós continuamos dando ouvidos à mesma cantilena.

França não aceita abertura agrícola

O Estado de São Paulo,

06.03.07

Cara de pau (III)

Março foi um mês pródigo em frases de efeito de autoridades dos países ricos para tentar retomar Doha sem fazer concessões. O ministro da agricultura francês, Dominique Bussereau, afirmou que países como Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia são as “grandes potências agroindustriais” e “depredadores” no cenário internacional”. Segundo o ministro, uma abertura do mercado de carnes da França para os produtos brasileiros significaria a “destruição da pecuária francesa”, desconsiderando que uma abertura do mercado industrial brasileiro para o primeiro mundo também significaria a destruição da nossa indústria doméstica. Aparentemente acometido pela mesma falta de memória da norte-americana Susan Schwab com relação às primeiras negociações do GATT, Bussereau queixou-se de forma pungente que os países citados “gostariam de ter acesso a nossos mercados, mas sem dar uma contrapartida para que entremos em suas economias”.

Argentina rejeita críticas da OMC

Valor Econômico,

14.02.07

Vamos aplaudir de pé!

Em resposta a críticas da OMC à política econômica argentina, divulgadas em relatório recente, a ministra da economia Felisa Miceli afirmou que o país precisa se reindustrializar e que o governo não vai ceder às pressões dos países centrais para uma abertura que deixe a indústria local desprotegida. Mantendo uma política aguerrida, de soberania e defesa dos interesses do seu setor produtivo, a Argentina está crescendo 7% ao ano. No Brasil, praticamente apenas no Itamaraty encontramos uma altivez semelhante frente às pressões do primeiro mundo. A área econômica, excessivamente “rentista”, parece estar acomodada aos interesses do sistema financeiro. No que depender das suas iniciativas e decisões, não haverá crescimento industrial.

Política externa e desenvolvimento

Gazeta Mercantil,

Opinião, 15.02.07

O ponto fundamental

O artigo do economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP, toca no ponto fundamental da discussão dos acordos internacionais de comércio e refuta competentemente a imagem, recentemente construída junto à opinião pública, de um Brasil passivo perante o avanço dos acordos bilaterais no mundo. Não se trata de passividade, e sim de resistência a maus acordos. O acesso a mercados agrícolas é fundamental para que esses acordos sejam comercialmente vantajosos para o País.

O articulista lembra que acordos bilaterais do tipo que os EUA têm firmado podem até ser vantajosos para países como o Chile, “um país relativamente pequeno, focado em poucos produtos, em geral commodities”, ou para aqueles “com poucas possibilidades de sequer desenvolver a industrialização”. Mas não para o Brasil, que, até mesmo sob as atuais condições adversas da política cambial e de juros, conta com uma indústria “diversificada e competitiva”.

G-8 pressiona emergentes a aceitar metas para emissões

Valor Econômico,

09.02.07

Kyoto para o terceiro mundo

O Protocolo de Kyoto, que visa reduzir as emissões de dióxido de carbono no planeta para preservar o meio ambiente, vem se tornando mais um pretexto para os países ricos promoverem seus interesses comerciais no terceiro mundo. Em contrapartida a uma posição coadjuvante junto ao seleto grupo das oito maiores economias do mundo, Brasil, China, Índia, México e África do Sul serão instados a assumir compromissos efetivos de redução das suas emissões de gases causadores do efeito-estufa.

A matéria não deixa de assinalar que o objetivo econômico é claro: “Alemanha e EUA têm interesse em vender tecnologias para reduzir emissões de carbono e equilibrar seus próprios custos com investimentos na área”.

Anterior

PAC: um bom começo

Próxima

Ações judiciais em patentes: Segredo de justiça ou abuso de direito?