REVISTA FACTO
...
Jan-Fev 2007 • ANO I • ISSN 2623-1177
2023
73 72 71
2022
70 69 68
2021
67 66 65
2020
64 63 62
2019
61 60 59
2018
58 57 56 55
2017
54 53 52 51
2016
50 49 48 47
2015
46 45 44 43
2014
42 41 40 39
2013
38 37 36 35
2012
34 33 32
2011
31 30 29 28
2010
27 26 25 24 23
2009
22 21 20 19 18 17
2008
16 15 14 13 12 11
2007
10 9 8 7 6 5
2006
4 3 2 1 217 216 215 214
2005
213 212 211
//Saiu na imprensa

ABIFINA comenta a notícia

Em dia com os acontecimentos que envolvem os assuntos trabalhados na associação, a ABIFINA destaca notícias que considera importante e lança um parecer sobre cada uma delas.

O que o Banco Mundial sabe… e o que apenas acha que sabe

The Economist, 15/01/07

Viés político compromete credibilidade

Um grupo de importantes economistas do mundo acadêmico, convidado pelo Banco Mundial a inspecionar a produção intelectual de seus pesquisadores, concluiu que uma parcela significativa dos estudos divulgados sob a chancela do BIRD não tem valor científico e serve apenas para legitimar as políticas preferidas pelo Banco (ou demolir aquelas que não lhe agradam). Segundo esse grupo de economistas, liderado por Angus Deaton, da Universidade de Princeton, grandes análises do BIRD sobre a globalização, contaminadas por tendências ideológicas, foram desmoralizadas posteriormente por estudos mais consistentes.

A imprensa brasileira freqüentemente dá repercussão a documentos do Banco Mundial como se fossem “a voz de Deus”. Daqui para frente convém ter mais cuidado. Assim como inúmeras outras instituições internacionais, o BIRD tem seus patrocinadores privilegiados, cujos interesses políticos e econômicos impõem um viés a estudos e análises pretensamente “científicos”. Para não arriscarem sua própria credibilidade, é fundamental que os colunistas e outros formadores de opinião da nossa mídia pensem duas vezes antes de assumir, como se fossem leis, afirmações e generalizações contidas nesses estudos que na realidade expressam preferências ideológicas.

Explode compra de títulos por estrangeiro

Folha de São Paulo, 15/01/07

O círculo vicioso do “rentismo”

A conjugação de juros altos e isenção de IR na negociação de títulos públicos atraiu em 2006 um volume recorde de inves timentos estrangeiros ao Brasil – 15 vezes maior que o registrado em 2005. Esse resultado mostra como tem sido perniciosa a política brasileira para o mercado de capitais. O “rentismo” em voga, caracterizado pelo estímulo ao capital especulativo e ao jogo financeiro em detrimento do capital produtivo, foi um dos principais responsáveis pela persistência da nossa estagnação econômica: além de impor obstáculos diretos ao setor produtivo, a política de juros altos valoriza o real ao atrair mais dólares, dificultando ainda mais as exportações.

Num cenário em que poucos países do mundo praticam taxas reais acima de 5% ao ano, o Tesouro Nacional ofereceu ao mundo o presente de uma NTN-B com vencimento em 2045 pagando 9% acima da inflação. Por essas e outras, a rentabilidade dos títulos públicos ficou acima da Bovespa, o que é um desastre do ponto de vista da produção. Neste cenário, os 0,25% de redução de juros concedidos recentemente pelo BC soam ridículos.

“Quero pressa, ousadia, coragem e criatividade”

O Globo Digital, 02/01/07

Agora vai?

O discurso de posse do presidente Lula foi pautado por uma qualidade importante, a par do tom otimista sempre presente nesses momentos: uma boa dose de realismo. Pavimentando o caminho para o anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que faria mais adiante, Lula reconheceu que o Brasil ainda enfrenta “sérias travas ao seu crescimento e fragilidades nos seus instrumentos de gestão”; e não deixou de mencionar que “nenhum país consegue firmar uma política sólida de crescimento se o custo do capital, ou seja, o juro, for mais alto do que a taxa média de retorno dos negócios”.

O presidente mostrou sensibilidade para com problemas estruturais – alguns bem antigos – enfrentados internamente. Afirmou que “precisamos de firmeza e ousadia para mudar as regras necessárias e avançar”; que “não podemos desperdiçar energias, talentos, esperanças”; que o crescimento, para ser sustentável, “tem de ser com responsabilidade fiscal”; e que é preciso recuperar “uma visão estratégica de desenvolvimento que nosso País havia perdido”. A ABIFINA assina embaixo, atenta e na expectativa daquilo que realmente importa: a passagem do discurso à ação. Mãos à obra, presidente!

SGP, estratégia bem-sucedida do Brasil

Gazeta Mercantil, Opinião, 04/01/07

Necessário, porém insuficiente

Comentário do professor de economia Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP, sobre o sucesso do governo brasileiro em renovar junto ao Congresso norte-americano a permanência do País no Sistema Geral de Preferências (SGP) daquele país, mostra que a conquista deve ser comemorada com reservas. Cerca de 15% das exportações brasileiras para os EUA são realizadas por essa via, o que não é nada desprezível, mas a renovação não pode servir para escamotear o verdadeiro motivo da atual dificuldade de exportarmos para o mercado norte-americano e todos os demais: a taxa de câmbio extremamente desfavorável. O real apreciado continua corroendo a competitividade do produto brasileiro e, pior, faz com que percamos espaço para países que adotam o câmbio valorizado como instrumento de promoção das suas exportações, como os asiáticos de modo geral. A falácia do câmbio livre é desmontada facilmente por economistas sérios como Lacerda, que afirma: “a política cambial dos países é uma das principais decisões e escolhas de política econômica”. É preciso o governo brasileiro ponderar com maior seriedade o dano econômico decorrente da supervalorização do real, até porque, lembra o professor da PUC, isto “é algo a ser resolvido internamente. Não depende das negociações internacionais”.

Real forte deve frear exportações em 2007

Folha de São Paulo, Dinheiro, 03/01/07

O fôlego acabou

Nenhum analista econômico acredita mais que as exportações brasileiras poderão manter o ritmo do início do governo Lula. O declínio da taxa de crescimento, que se iniciou em 2006, deve prosseguir mais acentuado em 2007, o que significa uma falta de fôlego do setor produtivo nacional para sobreviver ao real supervalorizado. Estranhamente, o Brasil de Lula está praticando uma política cambial “à la Gustavo Franco” no governo Collor. Isto anula os esforços da indústria nacional para se tornar mais competitiva interna e externamente. E se continuamos produzindo superávits comerciais à base da exportação de commodities é porque o mercado externo permanece favorável, graças à fabulosa demanda da China. No momento em que esse ímpeto arrefecer, estaremos em maus lençóis.

EUA ameaçam país com ação e barreiras

O Globo Digital,

01/01/07

Fora de controle

A pirataria na China é hoje um alvo preferencial dos EUA, que estuda apresentar queixa à OMC. Descontada a histeria que leva os norte-americanos a rotularem de pirataria toda e qualquer provocação a seus interesses comerciais, realmente a China não se destaca nem pelo respeito à propriedade intelectual nem por critérios de qualidade no registro dos seus produtos, inclusive na área de certificação sanitária. O Brasil precisa aprender com inúmeras experiências malsucedidas de aquisição de fármacos e outros produtos chineses de má qualidade e criar barreiras técnicas para evitar a reincidência no erro.

Venezuela, Bolívia e Cuba criam bloco paralelo para defender posições na OMC

O Estado de São Paulo, Conteúdo Livre, 11/01/07

O bloco do Chávez

Almejando liderança política regional com base em sua expressiva reeleição para a presidência da Venezuela, Hugo Chávez acaba de fundar uma espécie de PSTU do comércio internacional – um minibloco integrando Cuba e Bolívia, disposto a assumir posições mais radicais frente à OMC. Embora participem do Grupo dos 20, que é liderado pelo Brasil e propõe a reabertura da Rodada de Doha, esses países divergiram de entendimentos recentes firmados pelo Grupo com a OMC, como o acordo de transparência para blocos regionais. Posições como essas são contraproducentes do ponto de vista da multilateralidade e podem retardar o avanço dos emergentes no contexto das negociações internacionais.

Anterior

O barato que sai caro

Próxima

A defesa da indústria nacional

A defesa da indústria nacional